“VENHA O TEU REINO”
A Natureza do Verdadeiro Avivamento
Mateus 6:10
Introdução
Há
um avivamento verdadeiro a caminho de todos nós e cada um de nós; como Igreja,
devemos clamar por este avivamento. A dinâmica deste avivamento é caracterizada
pelo verbo “trazer”.
O
plano de Deus sempre foi trazer a
realidade do Céu ao contexto da Terra. E a Igreja é a agência responsável por trazer o Reino de Deus a Terra.
O
Avivamento pelo Evangelho do Reino traz o que há no céu para nós. Este
avivamento traz...
1- A UNIDADE EM TORNO DE
CRISTO.
No Céu não há a mínima divisão; todos os
seres angelicais estão unanimemente unidos em torno de Deus e de seus eternos
propósitos.
i-
Todas as coisas reconciliadas em Cristo (Colossenses 1:20)
Tudo o que foi desvinculado
do governo de Deus por causa do Pecado do primeiro Adão, em Cristo (o último
Adão) foi reconciliado a Deus em perfeita unidade; esta obra consumou-se na
cruz e é efetuada até aos dias de hoje. O avivamento renova a Igreja para sua
responsabilidade reconciliadora e unificadora; e isto começa a partir da
própria Igreja que encontra a revelação da perfeita Unidade em Cristo, como
corpo.
ii-
A Unidade da Fé (Efésios 4:13)
O avivamento do Reino não
visa promover uma unidade teológica, ou litúrgica, ou cultural, mas sim a
Unidade da Fé. A verdadeira doutrina está revelada misticamente na realidade e
na experiência real de cada indivíduo ou grupo com Cristo. Esta doutrina pode
até ser organizada e sistematizada, porém, jamais monopolizada por qualquer
seguimento denominacional ou confessional. A fé não é um credo, é um dom. É o
Evangelho do Reino que unifica a fé das pessoas em seu autor e consumador:
Cristo (Hebreus 12:2)
2- O PADRÃO MORAL DE
DEUS.
No Céu não existe imoralidade ou amoralidade,
mas um padrão moral único, eterno e caracterizado pela perfeição e excelência
de caráter.
i-
Sem relativismo na consciência de bem e mal (Isaías 5:20)
No prisma da verdade, não há
conjuntos relativos, culturais, ou sociais de moralidade; o bem é bem, e o mal
é mal. Não há conceitos intelectuais ou filosóficos que possam alterar a moral
absoluta estabelecida por Deus. Platão asseverou: “Se vós compreendeis o bem e mal, podeis com segurança adquirir
conhecimentos; porém, se não é esse o caso, ó meu amigo, parai e não arrisqueis
vossos mais caros interesses em um jogo de azar.” O padrão moral do Reino
de Deus é uma consciência aguçada sobre o bem e o mal, e uma voluntária paixão
e alegria de fazer o bem.
ii-
Perfeição e Santidade como ideais absolutos (Mateus 5:48; I
Pedro 1:15-16)
Longe da controvérsia
calvinista x arminiana, há, de fato, um estado de perfeição humana alcançável
nesta vida em Cristo Jesus. Não se trata de inerrância ou infalibilidade, mas,
segundo a melhor expressão de John Wesley, um “amor santo”. O Reino de Deus não
é “monergista ou sinergista”, mas é justiça. E este padrão moral é renovado nos
corações pelo evangelho do Reino. O verdadeiro avivamento é marcado por este
elevado padrão moral.
3-
PROSPERIDADE DE RECURSOS.
No Céu não há o menor indício de pobreza
ou miséria; lá está a fonte de toda a riqueza e prosperidade, e os recursos são
ilimitados.
Tal
qual não podemos fazer apologia a famigerada “teologia da prosperidade”, com
seus extremos triunfalistas e megalomaníacos, devemos nos guardar da “teologia
da miséria” largamente difundida por seguimentos monásticos da cristandade.
Voto de pobreza jamais revelará genuína humildade de coração, senão uma
tentativa humana de auto-afirmação (Colossenses
2:20-23).
Porque
este avivamento traz prosperidade de recursos?
i-
Porque este avivamento restaura a produtividade humana.
O avivamento do Reino é um
retorno radical do homem a uma perspectiva do estado edênico, ou seja, o estado
do homem no Éden, antes da Queda. “E
Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos...” (Gênesis 1:28). Contrariamente ao que
muitos pensam, o trabalho não é parte da maldição da Queda, pois “...tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no
jardim do Éden para o lavrar e o guardar”, antes da Queda (Gênesis 2:15); a maldição é o trabalho
intenso e excruciante que “escraviza” o homem e o priva da abundância de seu
fruto (Gênesis 3:18-19). Este
avivamento restaura a produtividade humana porque conscientiza o homem de ser
um lavrador e guardador da Terra, e porque a sua própria “terra indidual” é
redimida e sarada pelo avivamento (II
Crônicas 7:14).
ii-
Porque este avivamento restaura a liberalidade.
O homem avivado é iluminado
pela revelação da semeadura (Gálatas
6:7; II Coríntios 9:6-7). Ele entende no espírito e pelo Espírito, que não
pode reter nada para si (Provérbios 11:24),
pois tudo provém de Deus, e foi criado e provido para os propósitos de seu
Reino (I Crônicas 29:14). Nenhum
homem realmente cheio do Espírito Santo cogita questionar teologicamente a
validade do princípio dos dízimos, pois entende que apesar de não se constituir
como lei no contexto atual, é uma saudável tradição bíblica irrevogável. “...estai firmes e retende as tradições
que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epistola nossa.” (II Tessalonicenses 2:15). Jesus nos
ensina a guardar os preceitos morais mais importantes do Reino, mas sem omitir
o princípio do dízimo (Mateus 23:23).
Devemos honrar ao Senhor com os nossos bens e com o primeiro e o melhor de
nossa renda (Provérbios 3:9-10), e
fazê-lo com alegria, “porque Deus ama
ao que dá com alegria.” (II
Coríntios 9:7c). Com liberalidade glorificamos a Deus e nos submetemos ao
evangelho de Cristo (II Coríntios 9:13).
iii-
Porque este avivamento restaura a liderança humana.
Liderança não se trata de
“estar acima de alguém”, mas pode ser resumido em governar seu domínio
pessoal. Embora deva haver liderança no âmbito organizacional e
corporativo, Deus não criou homens para se dominarem ou serem dominados uns
pelos outros. A liderança na perspectiva do Reino é a capacidade de domínio
sobre a criação. “E Deus os abençoou e
Deus lhes disse: ...enchei a terra, e sujeita-a; e dominai sobre os peixes do
mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra.”
(Gênesis 1:28). A fauna e a flora
representam a subsistência humana, e esta é a área sobre a qual o homem
recriado à imagem do Último Adão (I
Coríntios 15:45) deve dominar. O avivamento do Reino restaura este domínio.
4-
UM MOVER DE CURA E SAÚDE.
No Céu os “corpos” são eternamente sãos;
não há doenças, enfermidades ou deficiências lá. A saúde é a marca do Céu.
i-
A cura na expiação (Isaías 53:4-5)
As enfermidades também são
uma conseqüência direta a Queda do primeiro Adão, que por causa do Pecado,
contraiu em seu corpo e alma um processo degenerativo que passou a ser
“natural”. A obra redentora de Cristo no Calvário é a perfeita expiação não
somente para o Pecado, mas também suas para suas conseqüências. A palavra
“salvação”, do grego “sozo”,
é aplicada na realidade expiatória, tanto para a alma como para o corpo. Deus
revelou isto na mensagem do profeta messiânico, Isaías. No avivamento do Reino,
esta compreensão é restaurada ao corpo de Cristo, que aliás, no contexto da
Comunhão (Santa Ceia), é a fonte da saúde de Cristo para nós. “...não discernindo o corpo do Senhor. Por
causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.”
(I Coríntios 11:29c, 30)
ii-
A Cura e Saúde são parte da Benção Divina (Êxodo 23:25-26)
Uma compreensão plena da
dimensão da Benção de Deus é um dos frutos da manifestação do Reino de Deus
entre nós. No avivamento somos iluminados em nossa fé quanto a sermos abençoados
em nosso suprimento e saúde. Esta é uma promessa de Deus que não está
condicionada a uma dispensação passada ou a uma etnia: “E servireis ao SENHOR, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a
vossa água; e eu tirarei do meio de ti as enfermidades. Não haverá alguma que
aborte, nem estéril na sua terra; o número dos teus dias cumprirei.” Renove
nisto sua esperança de cura divina para você, seu amigo ou ente querido; Deus
quer curá-lo. Encontre na perspectiva do Reino, não somente a fé para crer nisto,
mas a mente de Cristo para entender isto (I
Coríntios 2:16)
iii-
Perdão e Cura na mesma realidade (Salmo 103:3; Mt
9:5-6)
Como já dissemos, não se
dissocia o Perdão do Pecado e a Cura da Enfermidade, ambas estão incluídas na
expiação. Aliás, ambas são constantemente citadas juntas nas Escrituras (como
nos textos acima). Não queremos divagar sobre o porquê alguns não recebem a
cura divina, pois o que está em destaque aqui é uma verdade bíblica restaurada
em tempos de avivamento. O Reino de Deus é composto por corpos e almas
saudáveis.
iv-
Em avivamentos do Reino enfermidades são erradicadas (Salmo 105:37)
Unida à provisão financeira,
a saúde é uma dádiva divina provida em tempos de grande mover de Deus, quando o
SENHOR transporta seu povo de uma dimensão limitada e escravizada a filosofias,
para uma dimensão de fé e milagres. O povo de Israel foi transportado da
realidade limitada do Egito, à caminho da terra que mana leite e mel. E disto
fala o texto citado: “Mas, a eles, os
fez sair com prata e ouro, e entre as suas tribos não houve um só enfermo”.
Este êxodo próspero era reflexo de um concerto com Deus, e, se sob o Antigo
Concerto Israel viveu neste nível de abundância, muito mais a Igreja sob um
Melhor Concerto. “Mas agora alcançou
ele [JESUS] ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor
concerto, que está confirmado em melhores promessas.” (Hebreus 8:6) São comuns relatos dos
Evangelhos de Jesus curando a literalmente ‘todos’ os que se aproximavam
dele. O último avivamento do Reino de Deus na Terra, trará um tempo de
restauração do bem estar sem precedentes na história, e isto não está guardado
para um “milênio escatológico” literal. As estatísticas mundiais indicam um
significativo aumento da expectativa de vida na população mundial na última
década, especialmente em países verdadeiramente cristãos. A mortalidade
infantil está em declínio até ao ponto de ser erradicada; Isto é a prévia de
uma restauração total (Atos 3:19-21)
que acontecerá antes da Segunda Vinda de Cristo. “Não haverá mais nela [na Terra] criança de poucos dias, nem velho
que não cumpra os seus dias; porque o jovem morrerá de cem anos... Não
edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque
os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das
obras das suas mãos até à velhice.” (Isaías 65:20, 22). Venha o teu Reino!!!
5-
UM ELEVADO NÍVEL DE ADORAÇÃO.
Não há silêncio no céu; lá todos os
seres adoram a Deus ininterruptamente. Especialmente os seres angelicais, que
são um padrão elevadíssimo de louvor e adoração.
i-
Na dimensão dos 24 anciãos (Apocalipse
4:10-11)
Anciãos prostrados e
reverenciando outra pessoa, não é uma cena corriqueira, especialmente no
contexto oriental e antigo, pois anciãos são compenetrados, protocolados e
formais. Mas a adoração dos vinte e quatro anciãos na visão de João em Patmus
revela o nível de expressado diante da presença manifesta de Jesus Cristo. Não
há protocolos nem formalidades quando Deus traz a glória de seu Reino a Terra.
Todo avivamento da história foi marcado por uma exuberante extravagância no
culto cristão. A adoração se tornava emocionante, vibrante e quebrantada. É
comum ver pessoas ao chão adorando o Redentor e lamentando seus pecados e indignidade.
ii-
Como Davi (Salmo 9:2; 29:9)
Como um nobre rei da maior
de todas as nações da história, Davi foi e é um exemplo supremo de adoração e
quebrantamento para as gerações. Correr, pular, clamar... Não parecem atributos
de um rei, mas são atributos de um rei que conhece o Rei dos reis. Davi
expressa a importância do “Glória!” no templo, e revela duas chaves da intimidade
de Deus: (1) QUEBRANTAMENTO e (2) TEMOR. “Perto
está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado...” (Salmo 34:18) “O segredo do Senhor é para os que o temem...” (Salmo 25:14a).
iii-
O sacrifício é vivo e é fruto dos lábios (Romanos 12:1; Hebreus
13:15)
Alguns seguimentos mais
tradicionais e formalistas da Igreja reputam por imaturidade e excessos as
manifestações de louvor dos seguimentos renovados, porém, a expressão do louvor
a Deus em qualquer âmbito deve ser marcada por palavras bíblicas de adoração
como: “Aleluia!” e “Glória!”, além de expressões espontâneas
que não podem ser contidas no coração, mas devem “borbulhar” da boca. Este é um
tempo de restauração da adoração, que não estará mais condicionada a culturas
denominacionais ou rigidez litúrgica, mas fluirá de uma Igreja Apostólica e que
traz o Reino a Terra pela intercessão e adoração proféticas.
Conclusão
Estamos vivendo, não na “Dispensação da Igreja”, a Igreja
é somente uma agência do Reino, estamos no Tempo do Reino de Deus, ele já está
entre nós (Lucas 17:20-21; Mateus 4:17),
e agora, está caminhando para o ápice de sua influência nas vidas e nações (Salmo 22:27-31; 37:11, 22, 29, 34; 67:7;
Lucas 13:20-21). Você faz parte disso, clame pelo Reino, e abandone sua
mentalidade de “escape”. Esta Terra é sua, Deus a deu, conquiste-a. “Os céus são os céus do SENHOR; mas a
terra, deu-a ele aos filhos dos homens.” (Salmo 115:16; Mateus 5:5). Clame pela vinda do Reino de Deus à sua
nação, cidade, bairro, sua casa, família, e é claro, à sua vida. Isto é AVIVAMENTO,
e isto vai mudar radicalmente sua mente e sua vida para melhor.
Enéas Ribeiro