As dezesseis obras oriundas da
natureza adâmica, revelam uma vida na carne, subjugada à LEI DO PECADO E DA MORTE. Mas o Espírito Santo nos deixa
também uma relação de qualidades inerentes à Nova Criação, ou seja, o espírito
recriado que está sob a LEI DO
ESPÍRITO DE VIDA EM CRISTO JESUS.
“Mas o fruto do Espírito é: amor,
gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão temperança. Contra
essas coisas não há lei.”
Gálatas 5:22-23
Façamos um pequeno estudo exegético
dessas nove maravilhosas qualidades oriundas do próprio caráter de Jesus, pois
foi com estas características que Jesus viveu como homem na Terra por três anos
e meio, e é com elas que nós devemos viver aqui nossa vida cristã. Esse estilo
de vida passa a fazer parte de nossa natureza a partir do momento que nos
permitimos ser influenciados e guiados pelo Espírito de Deus que passou a
habitar nosso espírito recriado no Novo Nascimento. (Ler também Rm 8:5-14; II Co
6:6; Ef 4:2-3; 5:9; Cl 3:12; II Pe 1:4-9)
1.
Amor (gr. agape) ou “caridade”. Interesse
e busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (Rm 5:5; I Co 13; Ef 5:2-3; Cl 3:14).
Ágape é o amor que tem origem em Deus e é a Sua própria natureza. Diferente do
amor “eros” que se refere ao mero
desejo físico/sexual, e do amor “philos”
cujo objeto de afeição é seletivo à amigos íntimos e entes queridos para
supri-los e ajuda-los; e também diferente do amor “storgé” relacionado ao afeto mais íntimos entre pais e filhos, por
exemplo. Este amor como fruto do espírito é o amor de Deus derramado em nossos
corações (espirito recriado ou homem
interior) pelo Espírito Santo (Rm
5:5).
2.
Gozo (gr. chara) É a sensação de alegria
baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e sobre tudo, na presença
de Deus, benção estas que estão disponíveis aqueles que estão em Cristo. É uma
inexplicável sensação de regozijo que transcende as situações cotidianas e as
coisas visíveis, é simplesmente uma alegria sobrenatural. (Sl 119:16; II Co 6:10; 12:9; I Pe 1:8; Fl 1:14; Rm 14:17)
3.
Paz (gr. eirene) Quietude de coração e
mente baseada na convicção de que todo vai bem entre o crente e seu Pai
Celestial (Rm 5:1). Esse estado é
mais rudimentar e básica forma de ser guiado por Deus e entender Sua vontade,
pois qualquer coisa que abale essa quietude do coração constitui-se como uma
forma de “não” de Deus. Essa paz deve ser nosso primeiro árbitro, pois ela não
depende de nada senão da habitação do Espírito de Deus em nós. (ler
também Rm 15:33; Fl 4:7; I Ts 5:23; Hb 13:20).
4.
Longanimidade
(gr. makrothunia) É o que
podemos chamar de “ânimo longo”. É perseverança, paciência, ser tardio para
irar-se ou desesperar-se (Ef 4:2; II Tm
3:10; Hb 12:1). Isso diz respeito a caminhar mais uma milha, dar a outra
face ao que fere, dar a túnica ao que leva a capa (Mt 5:39-44); é perdoar “490 vezes” (Mt 18:22). É o remédio preventivo à raízes de amargura,
ressentimentos, raiva, e previne consequentemente doenças de ordem
psicossomática (Hb 12:14-15).
5.
Benignidade (gr.
crestotes) É o não querer
magoar ninguém nem causar dor. Pessoas benignas lutam pelo bem estar das
pessoas no espírito, na alma e no corpo. (ler
também Ef 4:32; Cl 3:12; I Pe 2:3).
6.
Bondade (gr. agathosune) Zelo pela palavra de
Deus e pela retidão, repulsa pelo mal e suas obras. Pode ser expressa em atos
de bondade (Lc 7:37-50), ou na
repreensão e correção do mal (Mt
21:12-13).
7.
Fé (gr. pistis) O mesmo que lealdade. Lealdade constante e inabalável a alguém
com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidelidade e honestidade (Mt 23:23; Rm 3:3; I Tm 6:12; II Tm 2:2;
4:17; Tt 2:10).
8.
Mansidão (gr. prautes) É a moderação que está
associada à força e a coragem; descreve alguém que pode irar-se com equidade
quando necessário, e também submeter-se humildemente quando for preciso (II Tm 2:25; I Pe 3:15; Mt 11:29; Mc 3:5).
Não está ligado a tipo de temperamento ou personalidade, e sim a um caráter transformado
pela obra do Espírito Santo no homem interior.
9.
Temperança (gr. egkrateia) Controle ou domínio
sobre os nossos próprios desejos, emoções ou paixões. Isso inclui a fidelidade
aos votos conjugais, o controle e repressão de sentimentos nocivos, e a
contenção da concupiscência carnal, e isto inclui a pureza (I Co 7:9; Tt 1:8; 2:5).
Esta é a Vida no Espírito, no
espírito do novo homem recriado em Cristo Jesus. Esta é a vida abundante (Jo 10:10), a vida ressurreta (Rm 8:11), a vida guiada do espírito do
homem que é guiado pelo Espírito de Deus (Rm
8:14).
Essa é a Vida que Deus sonhou e
deseja que cada ser humano na face da terra viva. Mas qual é a porta de entrada
nesta Vida? Como entrar nessa Vida no Espírito?
Continua...