O conceito popular de muitos cristãos
sobre louvor e adoração, tem estado largamente longe da verdade das Escrituras.
Estes restringem o louvor ou ao mero seguimento musical ou à breve liturgia do
culto.
A própria natureza do homem
originalmente criado por Deus tinha o louvor como característica intrínseca, ou
seja, o louvor não era ocasional, era “genético”. Deus criou um homem perfeito,
imbuído da perfeita habilidade de agradá-Lo de maneira física e metafísica, ou
seja, agradá-lo por sua essência material (corpo), e por sua essência imaterial
(espírito e alma). Toda a composição do ser de Adão estava apta para louvar e
adorar a Deus em espírito e em verdade; mas um trágico episódio se abateu sobre
o gênero humano, o Pecado, a Queda.
A Queda gerou a morte do espírito
humano, que era a própria sede do relacionamento entre Deus e o homem; era no
espírito que a adoração adâmica original fluía para o Criador. Agora, pela
Queda, este espírito morre, e consequentemente o perfeito louvor é “desativado”
no interior do homem.
Ao longo das quatro dispensações
posteriores à Inocência do Éden (Consciência,
Governo Humano, Patriarcal e Lei), os homens se esmeravam na busca de
agradar a Deus e louvá-lo da forma mais aceitável possível, porém, mesmo com
todo o quebrantamento de homens como o salmista Davi, toda expressão de louvor
e adoração dos homens estava limitada a uma deficiência herdada pela Queda.
Para que pudessem oferecer a Deus o seu melhor, os homens precisavam unir os
melhores atributos da decadente alma humana como emoção, vontade, desejo e
intelecto, para louvar ao Criador na sua própria força. Deus não desprezava
este nível de adoração, mas sabia que precisava restaurar o homem ao seu estado
original de adoração no espírito.
Como forma transitória de adoração
aceitável, Deus institui as leis cerimoniais e a liturgia do culto. À Moisés
Deus revela no Monte Sinai todo um sistema de culto no qual o centro visível é
o Tabernáculo construído no deserto.
No tabernáculo Deus oferecia de forma
profética o arquétipo da adoração perfeita que viria a ser revelada somente na
Aliança da Graça. Cada parte, disposição, mobília e utensílio do Tabernáculo
apontavam para o Cristo de Deus, que no futuro, não somente tiraria a maldição
do Pecado de sobre a humanidade, mas restauraria a própria natureza humana
caída, vivificando o espírito e reativando a adoração verdadeira.
O Tabernáculo era dividido em três
partes: o Átrio, onde ficavam o altar dos sacrifícios e a Pia de bronze, cuja
porta se chamava “o caminho”; o Santo Lugar, onde estavam a mesa do pães da
proposição, o candelabro e o altar do incenso, cuja porta se chamava “a
verdade”; e o Santíssimo Lugar, depois do véu da separação, cuja porta se
chamava “a vida”. O objeto central de apreciação do grande Tabernáculo ficava justamente
no Santíssimo Lugar, atrás do véu; era a Arca da Aliança, uma caixa de madeira
de acácia revestido de ouro, que continha em seu interior as tábuas da lei, a
vara de Aarão e o pote do maná. Sobre a arca estava a tampa chamada
propiciatório com dois querubins de ouro voltados para frente um do outro, e
cujas asas se tocavam no alto. Neste espaço centram entre os querubins era o
“lugar da habitação/manifestação de Deus”. Aqui Deus se concentrou para ser
adorado depois de ter se ausentado do espírito de Adão.
No Santíssimo Lugar somente um homem
poderia entrar, uma vez por ano, para oferecer a expiação pelo povo diante de
Deus, era o sumo-sacerdote.
Jesus Cristo foi a consumação e o
cumprimento perfeito de todo este sistema de culto. Ele é as três portas do
Tabernáculo: o Caminho, a Verdade, e a Vida. Ele é sacrifício perfeito cujo
sangue perdoa definitivamente o Pecado; Ele é o Sumo-sacerdote perfeito que
entrou no verdadeiro Tabernáculo do céu; Ele é a luz do mundo representada pelo
candelabro; Ele é o Pão da Vida da mesa dos pães; Ele é o Mediador da oração e
adoração perfeita oferecida no altar do incenso; Ele é a Água da Vida da pia de
bronze; Ele é a glória de Deus no propiciatório da Arca; Ele é o Tabernáculo que
se fez de aparência externa desprezível, mas internamente permeado pela glória
de Deus. Aleluia!
Cristo estabeleceu a Nova Aliança da
Adoração, tornando aquele que Nele crê em uma nova criatura, com espírito novo,
alma em renovação e corpo em santificação. Agora, em Cristo, fomos feitos
justiça de Deus, aceitáveis diante Dele, e aptos para adorar a Deus em espírito
e em verdade.
Esta vida de louvor é mais do que
momentos de elogio ao Criador, é um verdadeiro estilo de vida que glorifica e
adora a Deus vinte e quatro horas por dias, em pensamentos, palavras e obras. É
a vida recriada, é a vida de Deus em nós, é a nova VIDA DE LOUVOR, o perfeito
louvor.