PARTE 1
Ao
longo da construção institucional da igreja, especialmente a partir do século
III da era cristã, muita confusão teológica e princípios torcidos surgiram no
seio da igreja.
O tema
mais descaracterizado pela contaminação romanista foi ‘a unção’. A
partir desta confusão sobre a unção, surgiu a confusão sobre diferenças básicas
entre Autoridade Espiritual e Poder Institucional; Decreto Profético e
Manipulação Humana; Submissão Bíblica e Escravidão Eclesiástica; Juízo Apostólico
e Maldição sem causa; Liderança Espiritual e Tirania Religiosa.
Muitos
pobres e desavisados crentes, sinceros em seu serviço e devoção cristã, têm
estado literalmente oprimidos por uma compreensão equivocada sobre a unção.
Tive a
oportunidade de receber em sala pastoral para aconselhamento, muitas pessoas
machucadas e acorrentadas por uma liderança “espiritual” opressora. Medos de
uma suposta maldição e de profecias sobre “pagar um preço” por uma também
suposta rebelião contra o “ungido do Senhor”, simplesmente por uma troca de
ministério local.
O
velho e sujo sistema babilônico de tirania católica continua em certo nível
muito presente no seio do protestantismo, gerando ainda verdadeiros “papas
evangélicos” e multidões de escravos.
Muitos
acreditam também num falso princípio de paternidade espiritual, onde o “pai” é
na verdade um padrinho político dentro da denominação, um líder que lhe
promoveu institucionalmente e lhe forneceu uma credencial humana. Estes pobres
escravos sentem-se misteriosamente ligados a
estes sistemas eclesiásticos e seus líderes, de tal maneira, que não conseguem
andar a caminho de seu propósito divino sem as muletas denominacionais. Aprendi
que esta suposta unção sob a qual alguns padecem, é na verdade um espírito
de encantamento na literatura da palavra, um engano demoníaco de
origens pagãs que se perpetuou ao longo dos séculos desde a infame Torre de
Babel.
Como
ministro apostólico, acredito em paternidade espiritual bíblica (Moisés e
Josué, Elias e Eliseu, Paulo e Timóteo...). Eu mesmo tenho filhos espirituais
na fé e no ministério. Pais espirituais não formam obreiros institucionais com
uma credencial de plástico, mas formam Cristo em seus filhos com dores de parto
(Gálatas 4:19). Pais espirituais não subjugam seus filhos pela unção, mas os
ajudam a ter e fluir em sua própria unção (II Timóteo 1:6).
O
espírito de encantamento disfarçado de unção nasceu no altar do
institucionalismo eclesiástico. De fato, não se toca em ungidos (Salmo 105:15,
I Samuel 26:8-9), mesmo que esta condição refira-se ao passado, ou seja,
ungidos sem unção como o rei Saul por exemplo. Uma coisa é respeitar por
princípio a unção, outra coisa é sujeitar-se e dar a vida por “óleo
apodrecido”, ou “unção seca” como fez o servo de Saul (I Samuel 31:5).
Querido
irmão, se liberte destes feitiços da igreja institucional. Você não será punido
ou retalhado porque decidiu mudar de igreja, desde que suas razões sejam puras
e seu coração esteja limpo. Nenhuma maldição destes “papas protestantes”
recairá sobre você só porque os tais dizem: “Não te abençôo para ir pra outra
igreja!” Lembre-se: “Como o pássaro no seu vaguear, e como a andorinha no
seu vôo, assim a maldição sem causa não virá.” (Provérbios 26:2)
Faça
sim, alianças com homens de Deus (I Samuel 18:1-4) honrando-os e obedecendo-os
(Hebreus 13:7, 17), mas que “ninguém vos domine a seu bel-prazer, com
pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu;
estando debalde inchado na sua carnal compreensão, e não ligado à cabeça [Jesus
Cristo], da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras[da
unidade cristã], vai crescendo em aumento de Deus [avivamento e
restauração].” (Colossenses 2:18-19).
Este é
um tempo profético, é um tempo de restauração total (Atos 3:19-21), e a Igreja
está sendo liberta e restaurada das influências pagãs do sistema mundial.
Nenhum dos espíritos que seduziu a Igreja até este tempo subsistirá. A Igreja
não será mais portadora de contaminações do Egito, da Babilônia, da Grécia e de
Roma, mas será sim de fato a Agência do Reino de Deus na terra. O Reino de Deus
virá e as nações se curvarão ao senhorio de Jesus Cristo, Rei dos reis e Senhor
dos senhores. Aleluia!
Somos Jacó, o povo da
unção, e “contra Jacó não vale encantamento” (Números 23:23).