PARTE 1
Desde os primórdios da Igreja primitiva,
a perseguição foi uma realidade inegável. Milhões de cristãos foram mortos
simplesmente por professarem sua fé em Jesus Cristo.
Hoje, este tema tem estado mais em voga
do que nunca, devido a exposição de imagens fortes de verdadeiros massacres
ocorridos no contexto comunista, e especialmente no estado islâmico.
Tenho vivido os últimos dias, muito
sensibilizado com esta situação berrante. Isto tem me ajudado a rever meus
conceitos de fé e ministério, elevando um pouco minha perspectiva leviana de
cristianismo aprendido no contexto ocidental. Creio que a Igreja neste lado do
planeta (Ocidente) é a parte menos madura e fiel do corpo de Cristo, mas
podemos crescer à sombra dos testemunhos da igreja perseguida.
Surgem algumas indagações
ético-religiosas importantes como: Deus se agrada disso? Porque Deus não
intervém? Deus tem algum propósito nisso? Como a Igreja no Ocidente deve se posicionar
em relação a esta barbárie?
Creio que posso dar respostas a estas e
a outras perguntas no texto abaixo. Gostaria de dar início a essa abordagem
explicando biblicamente o porquê desta onda de perseguição e mortes de
seguidores de Jesus.
1.
O PRISMA DIVINO DA MORTE É SUPERIOR AO HUMANO
Por causa do grande valor atribuído pelo
ser humano à vida biológica, não conseguimos enxergar a glória do recolhimento
de um filho de Deus. É o prazer do Senhor, trazer para si filhos que já
completaram sua missão terrena, ou que darão mais frutos através de seu legado
espiritual deixado aos que ficam. A morte não é desesperadora para o Criado
como é para as criaturas. A Bíblia diz: “Preciosa é à vista do Senhor a morte dos
seus santos.” (Salmo 116:15). Os santos que compreendem essa
perspectiva divina da morte não temem o martírio, pois sabem que, embora estar
aqui e cumprir o propósito divino seja maravilhoso, partir e estar com Cristo é
bem melhor (Filipenses 1:20-23).
2.
O MARTÍRIO É A EXPRESSÃO MAIS ELEVADA DA FÉ
A fé é uma dádiva divina para o homem
desfrutar aqui na terra, pois no céu, a fé não é necessária dada a revelação
visível de toda a plenitude de Deus. Jesus é o autor e o consumador da fé (Hebreus 12:2), ou seja, ela tem começo
em Jesus no novo nascimento e consumação com Jesus na morte. E quando esta
morte se dá pelo testemunho da fé, revela em que medida estava tal fé. Tal é a
grandeza do martírio cristão genuíno, que a única menção neotestamentária a
Jesus ficando de pé no trono depois de sua ascensão, foi para receber em honra
a alma do primeiro mártir Estevão, que morreu perdoando seus algozes (Atos 7:56-60). O apóstolo Paulo nutria
este espírito de mártir, e estava sempre pronto a ser morto pelo testemunho de
Cristo (Atos 20:22-24; 21:12-14). A
atitude de mártir deve ser a tônica da fé cristã, ainda que não morramos
martirizados. Mais nobre que morrer por Cristo como mártir, é viver por Cristo
como Mártir. A galeria dos heróis da fé de Hebreus 11, não termina com grandes
conquistas terrenas de fé, mas com gloriosos martírios.
“Foram apedrejados, serrados,
tentados, mortos a fio de espada... (homens dos quais o mundo não era digno)...”
(Hebreus 11:37-38)
3.
O NÚMERO DOS MÁRTIRES DEVE SER COMPLETADO
Como já dissemos, desde os primórdios da
Igreja primitiva, é incontável o números de irmãos em Cristo que morreram pelo
testemunho da fé, devorados por feras em espetáculos de horror nas arenas e no
Coliseu de Roma, crucificados, queimados... Mas, precisamos estar cônscios de
algo, há um número de mártires que deve ser completados até que a medida do
juízo de Deus se encha. Em sua visão na Ilha de Patmus, João viu na abertura do
sexto selo do livro apocalíptico, debaixo do altar do céu as almas dos mártires,
de vestes brancas e gritando pela justiça de Deus (Apocalipse 6:9-10). A resposta divina no céu traz-nos algum
conforto aqui na terra:
“...foi-lhes dito que repousassem
ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus
conservos e irmãos que haviam de ser mortos como eles foram.”
(Apocalipse 6:11)
Ainda faltam alguns mártires debaixo do
altar para completar o número estabelecido por Deus, e antes da Segunda Vinda
de Cristo este número se completará, e a terra estará povoada pelos filhos de
Deus e tomada pelo Reino de Deus.
4.
A VOZ DO SANGUE INOCENTE É MUITO PODEROSA
Deus revelou no primeiro homicídio da
história humana que o sangue inocente tem uma voz (Gênesis 4:10). Esta voz clama aos ouvidos do único que lhes pode
justiçar, Deus. Mas esta voz não somente clama a Deus por justiça, mas também
conclama a próxima geração para Deus. Deus concedeu ao sangue dos justos o
poder de inspirar multidões de outros justos. Assim, a morte de um cristão rega
a terra para o nascimento de mais cristãos. A opressão do povo de Deus sempre
foi e é o maior fator de crescimento deste povo (Êxodo 1:11-12; Atos 8:1, 4).
A voz do sangue justo é uma semente
poderosa, e Jesus disse: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o
grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá
muito fruto.” (João 12:24).
E em breve, Jesus irá responsabilizar e julgar todos os que derramaram este sangue inocente (Mateus 23:35).
Mal sabe o estado islâmico que seus atos
hediondos contra nossos irmãos estão regando a terra para que a próxima geração
destes mártires se apodere de seu território definitivamente.
O mundo islâmico, bem como as nações
comunistas, ruirá diante do estabelecimento do Reino de Deus na terra.
Os filhos dos mártires, ao invés de se
tornarem vítimas traumatizadas ou revoltadas, serão poderosas armas do amor de
Deus para converter sua nação à Jesus Cristo. Aleluia!
Continua...
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