Lucas 12:15
“Acautelai-vos e
guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do
que possui.”
Longe de exaltar uma
ideologia socialmente derrotista e conformista, se faz necessário que
esclareçamos o âmago da motivação cristã em relação a esta vida terrena, na
verdade a expectativa meramente material em Deus revela a miséria e a pobreza
de nossa espiritualidade (I Coríntios
15:19).
No texto em questão Jesus se recusa a se envolver em
um litígio de partilha de bens entre dois irmãos, pois percebe o amor desses
moços pela perecível riqueza do mundo.
Visto que o capitalismo
norte-americano exportou para o mundo uma famigerada teologia chamada “da
prosperidade”, e sabemos o quanto a mesma é discrepante em relação ao
verdadeiro evangelho de Cristo, quero propor-lhe uma reflexão sobre uma
teologia genuinamente bíblica, a TEOLOGIA DO CONTENTAMENTO.
1- Contentamento é evidência de maturidade espiritual
“...já aprendi a contentar-me com o que tenho.” (Filipenses 4:11)
A teologia da prosperidade é um rudimento para bebês
na fé, que só sabem orar o Me dá! Me dá! Me dá! Cristãos amadurecidos já
passaram pela fase do “Deus papai Noel”, que existe apenas como um mero
provedor de necessidades temporais, isso é leite, e de péssima qualidade. Esses
anões espirituais que vivem à procura de escrituras do que Deus pode lhes dar,
não podem viver a verdadeira abundância espiritual em Cristo. O apóstolo Paulo
em seu estado de maturidade espiritual, passando privações, morando de aluguel,
sofrendo assaltos e momentos de fome, aprendeu a TEOLOGIA DO CONTENTAMENTO.
2- Contentamento é fruto da verdadeira piedade.
“Mas é grande ganho a piedade com contentamento.” (I Timóteo 6:6)
A verdadeira piedade é suprimento escasso na cristandade
moderna, especialmente no clero, haja vista que os ministros modernos estão
propagando uma mensagem triunfalista e antropocêntrica (homem no centro). Essa
piedade cristã está associada ao senso de contentamento em relação à vida
secular. Paulo exorta o jovem pastor Timóteo a se desvencilhar da demanda
avarenta de sua geração, daqueles que tinham o ministério como fonte de riqueza
material. Os pastores e líderes evangélicos de nossa geração estão se
embriagando com a possibilidade de ganho fácil, renunciando à verdadeira
piedade. Líderes, é tempo de aderir à TEOLOGIA DO CONTENTAMENTO.
3- Contentamento revela verdadeira humildade.
“...não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes...” (Romanos 12:16b)
Sejamos francos e destituídos de demagogias religiosas
e vã piedade, alguém que investe absolutamente todo o seu tempo, vida e esforços, em alcançar a grandeza,
seja em sua vida acadêmica, profissional ou material, a tal pessoa não pode
jamais ser considerada nos padrões bíblicos como “humilde”. Não quero com isso
desmotivar o investimento dos jovens em um futuro melhor para si e para a
família que desejam construir, mas desejo confrontar os crentes desta geração
com uma pergunta divina: “Louco, esta
noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será? Assim é
aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.” (Lucas 12:20-21). O crente ambicioso é
justamente aquele que teve sua mente sorrateiramente afetada pela teologia da
prosperidade, tornando-se um quase megalomaníaco, caçador de “bençãos”. Paulo é
extremamente enfático com os crentes de Roma, a capitão mundial da ostentação e
riqueza: “Agora, como filhos de Deus,
esqueçam as grandes ambições pessoais, e conformem-se com o suprimento básico
que Deus nos provê.” (paráfrase)
4- Contentamento é prova de uma fé genuína.
“Sejam os vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes;
porque Ele disse: Não te deixarei, nem te desamparei.” (Hebreus 13:5)
Essa busca frenética e desesperada por suprimento e
abundância somente revela uma coisa: não cremos que Deus possa nos suprir como
ele prometeu (Mateus 6:25-34). E já
que o texto rechaça a avareza tão comum neste século capitalista, devo exortar
àqueles que negligenciam àqueles 10% que deveriam ser consagrados ao SENHOR.
Qualquer um que, a despeito de suas dificuldades financeiras não trás os
dízimos para suprimento da casa do SENHOR, está incorrendo em avareza e, mais
do isso, em incredulidade pois não crê que Deus possa prover suas necessidades
básicas com seus 90% que na verdade são 100%. E que dizer das ofertas, os
filhos do diabo crêem plenamente que Jesus Cristo jamais ressuscitou dentre os
mortos, e investem altas somas em dinheiro para propagar esta mentira (Mateus 28:11-15), e muitos dos “santos”
da Igreja, dizendo crer na ressurreição não estão dispostos a comprometer seu
precioso orçamento na propagação da verdade mais concreta da história, a de que
JESUS ressuscitou de fato. Aqueles que não estão dispostos a investir seus
recursos na evangelização, ou seja, na mensagem da morte e ressurreição, será
que realmente crêem, ou apenas acreditam intelectualmente?
Oh irmãos!
Contentemo-nos com o que temos. Vamos investir os recursos de Deus na obra de
Deus, no seu Reino, este é o ideal de todo verdadeiro cidadão do Reino de Deus:
“Sem avareza, com contentamento e cheio
de fé”. Ele jamais nos deixará ou desamparará. Seja fiel.
Conclusão
“...A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em
mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas
injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de
Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte.” (II Coríntios 12:9-10)
Será que isso é a
triunfalista teologia da prosperidade ou é a sã Doutrina do Contentamento?
Pense, não com a mente grega e capitalista deste século, mas com a imutável e
perfeita mente de Cristo (I Coríntios
2:16).
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