Por
séculos o supremo propósito de Deus tem sido subjugado pelos empreendimentos
alternativos da Igreja. A Igreja, destituída da plenitude do ministério
profético se privou de uma visão ampla da revelação redentora de Jesus Cristo.
Este eterno e grandioso propósito divino é a vinda de seu Reino à Terra, em sua
totalidade e glória visível. A institucionalização da Igreja a ostentou acima
deste imensurável propósito, assim, a Igreja assumiu proporções maiores do que
o próprio Reino de Deus na mentalidade e no ideal da cristandade. Mas agora, a
revelação deste supremo propósito está sendo gloriosamente dada à sua Igreja em
todas as partes do globo. Em todos os ambientes encontramos cristãos do Reino
compartilhando esta revelação em todos os níveis da sociedade; ainda não
ocorrem grandes cruzadas e conferências de pregação do Evangelho do Reino, mas
há uma difusão discreta, porém, crescente desta mensagem, que nada mais é do
que a renovação da mensagem dos primeiros discípulos, e do próprio JESUS. É
literalmente o cumprimento das parábolas do Reino: “E dizia: A que é semelhante
o Reino de Deus, e a que o compararei? É semelhante ao grão de mostarda que um
homem, tomando-o, lançou na sua horta; e cresceu e fez-se grande árvore, e em
seus ramos se aninharam as aves do céu. E disse outra vez: A que compararei o
Reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em
três medidas de farinha, até que tudo levedou.”. Entendamos este eterno
propósito divino.
A
TERRA COMO EXTENSÃO DO CÉU
É
na Criação original que Deus revela o supremo propósito de seu Reino. Este
propósito sempre foi que a Terra criada fosse uma extensão do Céu, ou seja,
Deus criou a Terra e colocou o homem aqui para trazer o governo do céu para a
Terra. Este propósito não foi alterado, na Terra será estabelecido o Reino de
Deus e sua vontade. “Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na
terra como no céu.” (Mt 6:10). O governo do céu já está sendo restaurado na
terra em nossos dias, e o homem nascido de novo e recriado à imagem do Filho de
Deus, Jesus Cristo, está reassumindo sua autoridade e domínio perdidos no Éden.
Este estado de restauração da obra e da criação divina culminará com a Vinda em
glória do Rei dos reis, o Senhor Jesus (At 3:19-21). A Terra será totalmente
restaurada a uma condição de paz, igualdade e fraternidade, sob o governo piedoso
e o cetro de equidade do Senhor.
A
TERRA COMO COLONIA REAL DO CÉU
Um
príncipe não pode se tornar rei no território de seu pai (o rei) antes de sua
morte. Por exemplo: O Príncipe Charles não poderá reinar sobre a Inglaterra
enquanto a Rainha Elizabeth não morrer. A única forma política de um príncipe
tornar-se rei é quando o rei lhe concede um território fora do reino para
governar. Por exemplo: o Príncipe Dom Pedro não podia ser rei em Portugal, pois
seu pai Rei Dom João estava vivo, então, Dom concedeu ao filho uma terra
conquistada para reinar, o Brasil, assim, o Brasil era uma colônia de Portugal
governada por príncipe regente que reinava sobre todo o território brasileiro.
Muito embora Deus seja de fato o Rei de toda a Terra, Ele nos presenteou com
ela, como expressa o Salmo 115:16 diz: “Os céus são céus do Senhor; mas a
terra, deu-a ele aos filhos dos homens”. Perceba: Deus nunca morrerá, e os
homens jamais poderão reinar nos céus, então, Deus estabeleceu o gênero humano
na Terra para serem senhores e reinar sobre ela (Gênesis 1:26-30; 2:7-9), por
isso Deus é chamado O Rei dos reis e Senhor dos senhores (Apocalipse 19:16).
Assim como o Reino de Deus se tornou realidade entre nós por ocasião da
manifestação do Rei Jesus, nós, como Igreja, tivemos nosso governo restaurado
desde então. Nós reinamos e reinaremos (Romanos 5:17; Apocalipse 5:10)
O
HOMEM COMO PROMOTOR DA VONTADE DE DEUS
Não
nos enganemos, porém, pois assim como Dom Pedro era representante dos
interesses do reino de Portugal na Colônia brasileira, o homem deve ser
representante dos interesses do Reino dos Céus na Terra. E foi aí que começou o
problema: assim como Dom Pedro, às margens do Rio Ipiranga “proclamou a
independência” de Portugal, Adão, às margens dos rios Pisom, Gion, Hidéquel e
Eufrates proclamou a independência do Reino dos Céus com o grito silencioso
diante do fruto proibido (Gênesis 3:1-7). O homem foi criado para ser a
expressão personificada da vontade de Deus aqui na Terra, o supremo promotor
dessa soberana vontade, assim, o afastamento do homem, de seu Criador, Deus, é
uma rebelião de proporções cósmicas. A oração ensinada pelo Senhor roga: “Venha
o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.” (Mateus
6:10). O processo pelo qual o homem caído deve passar para voltar a compreender
a vontade de Deus, é a renovação da mente, e o prefixo ‘re’ desta palavra
renovação fala de tornar à origem, começar do princípio. Que princípio? O
estado edênico, ou seja, a condição do homem criado no Éden antes de sua pavorosa
Queda. Mas este processo de renovação somente pode ter início na mente daqueles
que não se amoldam aos padrões deste atual sistema mundial que é contra tudo o
que diz respeito ao Reino de Deus. “E não vos conformeis com este mundo, mas
transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2).
O
HOMEM COMO REI DA COLONIA REAL
Por
muitos anos os teólogos ultra-ortodoxos refutaram com veemência e até certa
intemperança os professores do movimento chamado Palavra da Fé, e é bem verdade
que seus ensinos possuem alguns extremos (mas quem de nós não possui extremos
teológicos), porém, aquilo que soou em alguns “ouvidos apologéticos” como
triunfalismo e ganhou o nome de “teologia da prosperidade”, renovou a
compreensão da cristandade em aspectos cruciais da vida. Acreditamos na
realidade de uma teologia do contentamento, mas não podemos mais viver
aprisionados a uma “teologia da miséria”. Precisamos sempre reconhecer nosso estado
antes de sermos aceitos na família real de Deus, mas precisamos também, agora
como filhos, reconhecer nosso estado restaurado e renovado. “E disse Deus:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine...” A
palavra domine do grego ‘radah’, significa “reine”; “governe”; “seja soberano”.
Este estado de governo do primeiro Adão antes da Queda foi restaurado pelo
último Adão na Redenção (I Coríntios 15:45; Romanos 5:12-16), e é nele, em
Jesus Cristo, que nossa condição de autoridade foi restaurada, agora, em vida
reinaremos por Ele; mas estas verdades devem nascer em nosso espírito recriado,
e não apenas em nossa mente. “Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou
por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça
reinarão em vida por um só, Jesus Cristo.” (Romanos 5:17). Somos reis sim.
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