A poluição sonora do trânsito
frenético, a infraestrutura vertical dos milhares de edifícios e arranha céus,
a explosão do seguimento industrial e do comércio, o vai e vem dos cidadãos em
sua realidade social, o gigantesco apelo publicitário nos outdoor e placas, as
luzes artificiais da selva de pedras à noite, o caos sempre presente do
transporte público, a lei da oferta e da procura, a intensidade da concorrência
profissional... Em fim, estes e outros aspectos correspondem à realidade do
fenômeno urbano. E embora eu não seja um sociólogo ou antropólogo, observo
criteriosamente tais fenômenos, e como eles influenciam no estilo de vida e
especialmente na espiritualidade das pessoas.
Tais observações são fruto das
aspirações proféticas de um jovem missionário urbano.
Minha convicção eclesiológica e
escatológica enxerga o papel profético da Igreja na cidade no tempo do fim, não
de uma perspectiva catastrófica ou escapista, mas restauradora (Atos 3:19-21)
Não podemos negar que a realidade
urbana hodierna em sua diversidade étnica, cultural e religiosa, tem lançado a
espiritualidade autêntica das metrópoles e megalópoles numa visível “Era
glacial”. A frieza vai desde a concepção irresponsável de bebês por pais
desajustados até facilidade dos homens de tirarem as vidas uns dos outros. Mas
o agravante desta realidade não diz respeito apenas ao âmbito secular, mas ao
religioso também.
Em uma de suas profecias
escatológicas Jesus declarou a origem desta intensa frieza espiritual das
cidades: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.”
(Mateus 24:12). Sim, a realidade mais relativizada da pós-modernidade: o
Pecado. Não apenas o conjunto de maus hábitos do ser humano, mas uma natureza
intrínseca, herdada e latente.
As cidades estão cobertas pelo gelo
do Pecado. Congeladas pelo egoísmo, a indiferença e a carnalidade; envolta na neve moral do modernismo e relativismo ético; assoladas pela ventania
gélida do consumismo e da compressão do tempo; não há mais tempo pra Deus. Isto
está imergindo as cidades na deterioração dos valores e no caos. A única
salvação para as cidades é o “retorno de Deus” à sua realidade total: cultural,
política, midiática, educacional, familiar, econômica e religiosa.
E Deus virá restaurar todas as
coisas somente através da difusão de seu maior propósito: O REINO DE DEUS. É a
restauração dos fundamentos apostólicos da fé, uma efervescência na comunicação
entre o povo do Reino (a Igreja) e seu Deus, a volta à única “espécie” de
evangelho (Lucas 16:16) que deve ser pregado: “E este evangelho do Reino será pregado em
todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá fim.” (Mateus 24:14)
É o Evangelho do Reino que aquecerá e transformará as cidades neste tempo.
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