“E eu, quando for levantado da terra, todos
atrairei a mim.”
S. João 12:32
Você já notou a
propensão humana para a contemplação do caos? Já percebeu o quanto somos
atraídos pela destruição, morte, dor, seja por masoquismo, compaixão ou
ausência de compaixão, ou por mera curiosidade? Sim, nossos sentidos,
especialmente nossa visão, sentem-se seduzidos por essas coisas.
Eis o motivo da
grandeza exorbitante do seguimento cinematográfico, que investe e lucra bilhões
para entreter o grande público ávido por colocar o mal diante de seus olhos.
Telejornais policiais sensacionalistas crescem em audiência infundindo o medo
nos corações frágeis e sem Deus. Aí está uma das grandes razões das mentes não
regeneradas deste século, aí está a razão da não conversão de milhões de incrédulos.
Há tão pouco de Deus nos corações, tão pouca revelação no espírito, tão pouca
pureza nas mentes. Eis um dos motivos da escassez de avivamento pessoal e
coletivo. As mentes estão impregnadas do lixo visual de hollywood, os corações
estão contaminados pelas tramas perversas das telenovelas, o espírito está
obstruído pela absorção ocular e auditiva do mal. “Não porei coisa má diante
dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; nada se me pegará.”
(Salmo 101:3). Esta geração está literalmente ajuntando o mal tesouro em
seu coração.
Esta é a ferramenta do
Diabo para afastar o homem da revelação do Evangelho. “Mas, se ainda o nosso
evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto, nos quais o
deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.”
(II Coríntios 4:3-4).
Além da maléfica
engenhosidade de Hollywood, é estrondoso o sucesso de filmes nacionais como
Carandirú e Tropa de Elite, com sua linguagem torpe e profana, e sua violência
exacerbada.
Você “cristão”, que
diante de seu ídolo de tantas polegadas se deleita, inconscientemente seduzido
por explosões de carros, homens atirando uns nos outros, homicídios, suicídios,
infanticídios, chacinas, sangue jorrando, morte, morte, e mais morte, (isso sem
falar na sensualidade), você realmente acredita que pode estar ou ser cheio do
Espírito Santo sem se esvaziar definitivamente dessas coisas? Você acha que
pode estar sensível às revelações e à direção do Espírito Santo com a mente
repleta dessa lama que você chama de entretenimento? Você está amenizando e
substituindo o termo “mundano” pelo seu paralelo pós-moderno: “secular”.
Acorde, os verdadeiros gigantes da fé estão andando em um nível de separação
que você chama de ascética, mas estão desfrutando de real intimidade com o Deus
Vivo, enquanto os inconstantes telespectadores desse espetáculo do mal
continuam sendo anões espirituais.
JESUS CRISTO
protagonizou o “espetáculo” mais trágico da história humana: puro, santo,
inocente e divino, Ele se expôs ao vitupério maldito da cruz (Deuteronômio
21:22-23), um show de horrores que atraiu pessoas de todas as partes,
religiosos, autoridades, algozes, fieis, zombadores e curiosos foram atraídos
pela imagem mórbida de um homem desfigurado pelo flagelo romano e pendurando
por pregos em uma cruz de madeira. O que impressiona é que em toda a história
houve flagelos assim, e até piores, de homens importantes e carismáticos, mas
aquela imagem do Gólgota, aquela imagem trágica e fatal se perpetuou pelo
tempo, de forma que ainda hoje pessoas são atraídas, não pelo Cristo
Glorificado, mas pelo Cristo Crucificado.
Na mente e no desejo de
Deus, a cruz deveria ser a última tragédia a ser diligente e espiritualmente
contemplada pelo homem. Pois ao contrário da propagação vil e leviana dos
elementos trágicos de nossa era, essa tragédia da cruz nos
atrai para tudo o que é maravilhoso o bom.
A Tragédia da
Cruz nos propiciou Salvação
“Olhai para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da terra;
porque eu sou Deus, e não há outro.” (Isaías 45:22). Jesus Cristo é
Deus, que veio em carne e morreu para pagar o preço dos nossos pecados naquela
rude cruz, e ao olhar para este Cristo crucificado somos salvos da condenação
eterna, pois Ele é o Autor e o Consumador desta fé salvadora. “olhando para
Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto,
suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de
Deus.” (Hebreus 12:2)
A
Tragédia da Cruz nos propiciou Cura
“levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro,
para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas
feridas fostes sarados.” (I Pedro 2:24). Todo sofrimento, dor e
enfermidade da humanidade de todas as épocas, convergiram para o corpo flagelado
de Jesus Cristo; ao crer na plenitude da obra redentora do Calvário, recebemos
a Cura de Deus para o corpo e a alma. Perdão e Cura andam juntas na expiação de
Cristo, pois, “É ele que perdoa todas as tuas iniqüidades e sara todas as
tuas enfermidades.” (Salmo 103:3; Mateus 9:5-7).
A
Tragédia da Cruz nos propiciou Paz
“Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas
iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele...” (Isaías
53:5). A verdadeira paz, a paz que o mundo anela, está nas feridas do corpo
de Cristo. Ao sermos atraídos para cruz, e contemplarmos em fé os sofrimentos e
a dor de Jesus, saberemos que este sofrimento e esta dor nos pertenciam, mas
agora estão anulados no madeiro. Glória a Deus.
Glória a Deus pela
tragédia do Calvário!
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