PARTE 2
“Irei e voltarei para o
meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles
angustiados, de madrugada me buscarão.”
Oséias 5:15
3-
O ANELO DE
NOSSA ALMA DEVE SER INTIMIDADE E NÃO DÁDIVAS.
“...e busquem a minha face...”
Verdadeiros homens de Deus não conduzem o povo às mãos de Deus, mas sim,
à sua face. As mãos nos remetem às dádivas, benção, provisões, e recursos
divinos, mas é a face que nos fala da comunhão, do segredo, da amizade, da
intimidade. Nossa geração tem sido marcada pelos egoístas buscadores das mãos
de Deus, adoradores da benção. E Deus está à espera de um homem ou uma mulher
que decida buscar obcecada a sua face, e através destes Deus visitará a terra
com cura e transformação. Essa intimidade da face divina deve se o nosso mais
profundo anelo, mas sua busca não é algo barato. Deus não será íntimo do homem
cujas motivações não forem puras, transparentes e sinceras, por mais nobre que
seja a atitude externa, Deus sempre sondará o coração para não receber
sacrifícios vãos (I Coríntios 13:3), pois “...com
os sinceros está a sua intimidade.” (Provérbios 3:32b).
É a ausência de temor a Deus que motiva líderes religiosos e crentes, a
empreenderem uma busca vil por dádivas divinas através de campanhas e votos. A
teologia do “ter” superou a teologia do “ser”, quando ‘ter’ as bênçãos, é
conseqüência de ‘ser’ íntimo. Esta geração carece de conhecimento de Deus para
temê-lo, pois “a intimidade do Senhor é
para os que o temem...” (Salmo 25:14). Um avivamento é precedido por um
tempo de intensa busca pela face Deus, ao que novamente enfatizamos a promessa
Dele: “e se o meu povo, que se chama pelo
meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos
seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus
pecados, e sararei a sua terra.” (II Crônicas 7:14). Pastores e líderes,
não caiamos na tentação de copiar os modelos marqueteiros de “fé”, baseado em
campanhas pelo sucesso e prosperidade; Deus ama a prosperidade de seu povo, mas
não há respaldo escriturístico para buscá-la. Ensine o povo a anelar a face de
Deus, e sua igreja viverá um tempo de avivamento e transformação sem
precedentes, que certamente se unirá a outros moveres de sede espiritual
interdenominacional para redundar em um avivamento de comunidades e nações. A
face é a melhor parte, e não nos será tirada (Lucas 10:41-42). Esta é uma
geração profética, é a geração que subirá o monte do Senhor, que estará no
lugar santo. “Quem subirá ao monte do
Senhor ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de
coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Esta é a
geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó.”
(Salmo 24:3-6).
4-
UM
SENTIMENTO DE ANGÚSTIA PRECEDE A ALEGRIA DA SALVAÇÃO.
“...estando eles angustiados...”
Qual a natureza da alegria cristã em nossos dias? Entusiasmo? Empolgação?
Bom humor? Auto-satisfação? E qual a origem dessa alegria? Prosperidade?
Entretenimento? Congressos? A Igreja? Lhes garanto, todos estes aspectos estão
inclusos na realidade da alegria cristã, mas não são a verdadeira alegria
cristã. A alegria cristã é a própria natureza do Reino de Deus em nós (Romanos
14:17). É uma alegria indizível e contagiante, ela nunca desvanece ou murcha,
mesmo em meio ao caos e desordem que podem sobrevir à vida humana. Ela nos
imuniza às doenças emocionais deste século. É uma alegria constante e eterna.
Mas e sua origem, ou o que a precede? A verdadeira alegria cristã é a alegria
oriunda da salvação. O pecado destituiu Davi desta alegria, e mesmo como rei,
cercado que regalias e ostentação que supostamente poderiam lhe dar alegria,
ele entendeu que havia perdido a verdadeira alegria, ao que clamou a Deus com
tristeza: “Torna a dar-me a alegria da
tua salvação...” (Salmo 51:12). Sim, tristeza, angústia. Este é o
sentimento que deve permear o coração do ser humano antes que ele possa receber
a única e verdadeira alegria. E Deus, pelo seu Espírito fornece ao homem essa
gloriosa angústia. É a descoberta do horror do Pecado que ainda habita em nós,
é o pavor do afastamento de Deus; Ele não pode coabitar com o pecado. O Pecado
restringe a alegria, a confiança (I João 3:21), da intimidade (Isaías 59:1-2) e
até mesmo as orações. “Se eu atender à
iniqüidade em meu coração, o Senhor não me ouvirá.” (Salmo 66:18; ler
também: Provérbios 28:9; João 9:31). É o Espírito Santo que produz esta
convicção do Pecado em nós (João 16:7-11). Esta convicção é a própria tristeza
enviada por Deus a nós. Sim, a terapia divina para trazer reavivamento, é a
tristeza. Paulo declara: “Porque a
tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se
arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” (II Coríntios 7:10). O
gênero humano não se entristecerá como seu Pecado se não lhes for exposto o
fato do bíblico Pecado. Assim, cada pregador, pastor, líder cristão,
evangelista, deve conduzir as pessoas ao arrependimento. Esta profunda angústia
libertará a alma que conhecerá a grandeza do perdão e do amor de Deus. Isto,
manifestado em larga escala produz avivamento.
Continua...
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