PARTE 1
“Irei e voltarei para o
meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a minha face; estando eles
angustiados, de madrugada me buscarão.”
Oséias 5:15
A mensagem profética do livro de Oséias ministrada por volta do ano 800
a.C., é um veemente confronto às dez tribos do norte, chamadas de “Israel”,
durante o reinado de Jeroboão II. O contexto histórico mundial estava em
ebulição com a fundação de Roma e Cartago, além da reforma religiosa que
Sidarta Gautama introduziu na Índia resultando no Budismo. Os profetas
contemporâneos de Oséias foram Amós, Isaías e Miquéias.
A vida de Oséias foi, muito provavelmente, a mais viva mensagem do amor
de Deus por seu povo.
Neste capítulo 5, a palavra de Deus através de Oséias confronta
especificamente a liderança de Israel, seus príncipes e sacerdotes. É uma
exortação ao arrependimento, e o desfecho do capítulo não poderia ser mais
dramático. Neste décimo quinto (15º) versículo, a palavra de Deus nos fornece
algumas dinâmicas fundamentais que envolvem o processo e os princípios de um
verdadeiro avivamento espiritual.
A Igreja contemporânea carece um avivamento espiritual que
transformara cidades e nações, mas as atitudes prévias deste mover, dizem
respeito principalmente à liderança: Pastores, bispos, evangelistas,
pregadores... E isto, não no âmbito denominacional ou de uma igreja local, mas
pela unidade do corpo de Cristo.
Vejamos cinco dinâmicas reveladas nesta Escritura Sagrada.
1- DEUS SE RESTRINGE À SUA TRANSCENDÊNCIA.
“Irei e voltarei para o meu lugar...”
É realmente dramático Deus declarar que está regressando ao seu lugar.
Sabemos que este lugar é seu eterno Trono de Glória. Na verdade, Deus, embora
exaltado e separado (transcendente) da realidade material da raça humana, é
imanente, ou seja, sua presença está continuamente se manifestando (imanando)
entre os homens. Assim, Deus é transcendente e ao mesmo tempo imanente, ou,
separado, mas presente; é isto que conserva a vitalidade e subsistência de seu
povo, a Igreja. Deus se retirar e voltar ao seu lugar, é sinônimo de caos,
morte, corrupção, derrota etc. Mas é justamente este estado de ausência da
presença manifesta de Deus que precede seu retorno. Deus, absolutamente
continua fluindo sua presença na Terra, na Igreja, na natureza, e em toda
parte, a isto chamamos de onipresença, um atributo exclusivo de Deus, porém, há
uma diferença crucial entre o “estar” onipresente de Deus e o seu “estar”
manifesto. Quando Deus se reserva em sua “habitação celeste” por muito tempo, a
criação padece. As dinâmicas de um avivamento transformador estão ligadas a um
tempo de pavoroso caos social, notório e indisfarçável.
Tenho sido nos últimos cinco anos um entusiasta e promotor da unidade e
do avivamento, e hoje, o Espírito de Deus me diz: “Prepare-se para o caos.” E
isto me anima, considerando que a maravilhosa obra criadora de Deus foi
precedida pelo caos, sobre o qual a onipresença divina se movia e aguardava uma
palavra do Senhor. “E a terra era sem
forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se
movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz...” (Gênesis 1:2-3a).
Nosso desejo como Igreja deve ser: “Ó! Se
fendesses os céus e desseses...” (Isaías 64:1)
2-
ESTE ESTADO
É REVOGÁVEL POR NOSSA PENITÊNCIA.
“...até que se reconheçam culpados...”
Este retorno da presença manifesta de Deus é condicional a um estado
prévio de convicção de pecado e arrependimento. Homens impenitentes jamais
desfrutarão da misericórdia e do favor divino. Até que se reconheçam culpados Deus não virá. A razão da transcendência
divina não é essencialmente sua glória, mas o Pecado humano. Deus já era
glorioso quando da criação do homem, e mesmo assim manifestava-se em glória
para Adão; foi depois da Queda que esta presença manifesta ficou restrita à
mera imanência, pois “...todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23). Este estado trágico de
destituição somente pode ser revogado pela recepção da graça de Deus oriunda da
Redenção (v. 24), mas alguns, dada sua impenitência, têm se privado da
maravilhosa graça de Deus (Hebreus 12:15).
O povo de Deus precisa urgentemente reconhecer a decadência e fragilidade
de seu atual estado, vislumbrando como sinal dessa decadência a sua impotência
diante do caos social instaurado. A terra está doente: seu coração, sua casa,
sua família, seu trabalho, sua cidade, sua nação... Deus nos revela a cura: “e se o meu povo, que se chama pelo meu nome,
se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus
caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e
sararei a sua terra.” (II Crônicas 7:14). Se ainda estamos inchados com
nossa razão e justiça própria, precisamos de novo esfolar nossos os joelhos e
nossa testa no pó e regá-lo com lágrimas de copioso pranto (Lamentações 3:29),
clamando a Deus e dizendo: “Converte-nos,
Senhor, a ti, e nós nos converteremos; renova os nossos dias como dantes.”
(5:21). Ler também I João 1:8-9
Continua...
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