Parte 2
Podem porventura profetas de Deus ministrarem com “espírito de mentira”?
Pode esse espírito de mentira ser enviado por Deus?
O espírito de encantamento disfarçado de unção pode induzir profetas de
Deus à sedução de uma coroa ou de um trono humano, ou seja, servos de Deus
podem ficar tão deslumbrados com a grandeza de uma estrutura denominacional,
sua história, seu legado, sua abrangência global, que se tornam cegos em
relação ao Reino de Deus e seus propósitos.
Com isso não estou dizendo que a história e o legado de grandes pioneiros
do passado devem ser descartados como algo vil. Grandes denominações de hoje
são fruto de grandes homens de Deus do passado, mas não é novidade pra ninguém
que a totalidade das mega denominações da atualidade não conservam e não
refletem absolutamente nada da visão e da piedade de seus fundadores. Aliás,
estes nobres pioneiros jamais anelaram por estabelecer impérios, eles eram pais
espirituais que promoveram reformas da fé como Abraão, e não patriarcas de
clãs, que construíam torres do orgulho como Ninrode.
Na verdade, Deus está tão enojado do orgulho e do exclusivismo
denominacional, que entregou muitos de seus ardorosos adeptos ao seu próprio
engano. Cada povo tem a liderança que merece!
A resposta às indagações introdutórias deste texto é um eloqüente SIM!
O espírito de encantamento atuante em muitas “mega-igrejas” está gerando uma
atmosfera de mentira, onde a unção parece estar de fato presente, mas não está.
Fato semelhante se deu no desastroso reinado de Acabe. Acabe estava
disposto a ir à guerra contra Ramote-Gileade, mas queria mostrar ao povo que
tinha o favor de Deus através de seus profetas (I Reis 22:1-28). Na verdade, Acabe
não queria saber a vontade de Deus, mas queria ouvir a bajulação dos profetas à
sua coroa e ao seu trono. Isso parece tão familiar não é?
Deus estava resoluto em por fim ao reinado de Acabe, então, aceitou que
um “espírito de encantamento” influenciasse os profetas do sistema monárquico
de Israel.
O profeta Micaías, um genuíno profeta de Deus, narrou uma visão de uma
conferência no mundo espiritual, onde diante do trono de Deus estavam seres
espirituais discutindo o futuro de Israel e seu reino. Ele declara
categoricamente que um espírito maligno de mentira se voluntariou para seduzir
os profetas institucionais de Israel, e que este espírito foi enviado por Deus.
“E disse o SENHOR: Quem induzirá Acabe, a que suba e caia em
Ramote-Gileade? E um dizia desta maneira, e outro, de outra. Então, saiu um
espírito, e se apresentou diante do SENHOR, e disse: Eu o induzirei. E o SENHOR
lhe disse: Com que? E ele disse: Eu sairei e serei um espírito da mentira na
boca de todos os seus profetas...”
I Reis 22:20-22a
Surge outra questão: Como é possível que alguns líderes espirituais tão
instruídos e sábios estejam cegos pela ostentação de ser o “líder de uma grande
denominação”? Como, com tão abalizado conhecimento teológico estes homens que
começaram com uma visão tão correta, agora parecem ser induzidos por sua
própria ganância e megalomania? A resposta é simples, e vem de Deus:
“...Tu o induzirás e ainda prevalecerás; sai e faze assim. Agora, pois,
eis que o SENHOR pôs o espírito da mentira na boca de todos estes teus
profetas...”
I Reis 22:22-23
A misericordiosa insistência de Deus em converter o homem é longânime,
mas não conivente. “O homem que muitas
vezes repreendido endurece a cerviz será quebrantado de repente sem que haja
cura.” (Provérbios 29:1).
Quando o homem em sua disposição de ânimo não quer se arrepender, mesmo
diante das evidências do amor de Deus, Deus simplesmente entrega este homem à
sua própria sorte. “E, como eles se não
importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento
perverso, para fazerem coisas que não convém.” (Romanos 1:28).
Assim como Deus entregou os ímpios a um sentimento perverso e Acabe a um
espírito de engano, ele tem entregado muitos líderes e ministros da atualidade
a este espírito de encantamento, simplesmente por que eles amam este engano.
Ainda que você pertença a uma grande denominação, não vista bitoladamente
“a camisa” desta instituição humana, vista sim, de corpo, alma e espírito a
camisa do Reino de Deus, que não tem placas, ou uma “teologia superior”.
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