Em
1929, no lugarejo de Amoroso, município de Água Preta, aproximadamente 150 Km
da capital de Pernambuco, uma numerosa família dedicava-se à agricultura,
residindo em uma casa com espaçosas dependências, varandas e ao lado curral e
estrebaria, defronte a um pasto verdejante. O pai era João de Mello Silva,
brasileiro, descendente de brasileiros; casado com Doralina Soares da Silva,
brasileira de descendência holandesa.
Em meio
a esta família, a 20 de Agosto de 1929, nasceu uma criança a quem foi dado o
nome de Manoel de Mello e Silva, comumente chamado pelo apelido de
"Neco". Manoel de Mello teve em sua infância um desenvolvimento
normal e próximo aos 4 anos de idade, "Seu João", católico nominal,
pensou em batizá-lo, arrumando até o padrinho para o evento. Porém, sua mãe,
cristã convicta, instruía o menino no caminho de Deus.
No dia
marcado pelo seu pai para o encontro com seu "padrinho", ocorreu uma
surpresa a todos que estavam na imensa sala da família Mello. Quando seu
padrinho perguntou a Manoel se ele estava feliz por ser batizado, ganhar um
terno novo ir a Igreja à cavalo e ver a missa e o Padre, este respondeu:
"O senhor meu pai sabe que eu sou quente (crente), e se me levarem para
batizar eu falo pro Padre que sou quente, quente, quente, quente!!!!!.... Junto
com esta declaração enfática, do menino Manoel, vieram batidas firmes de pés no
chão, e um dedo apontado para o rosto do padrinho, o que criou um clima
intranqüilo para seu pai e o padrinho, mas de grande satisfação para sua mãe.
Manoel
de Mello crescia e interessava-se pelas coisas de Deus. Aos 9 anos de idade foi
batizado com o Espírito Santo, e já sabia de cor mais de uma centena de hinos,
além de recitar vários Salmos e diversas passagens da Palavra de Deus. Depois
dos 11 anos, pregava para auditórios de 100 pessoas, que eram sacudidas pelo
poder de Deus que fluía de sua mensagem, o que veio a provocar certo ciúmes a
pregadores mais idosos da igreja. Como pregador, suas mensagens voltavam-se de
forma especial para o poder da fé e os milagres operados por Jesus e pelos
Apóstolos.
Aos 14
anos de idade, Mello interessou-se em sua vida secular, pelo ofício da
Construção Civil, havendo se especializado nesta área.
Aos 18
anos de idade, Manoel de Mello viajou para a cidade de São Paulo, onde de
início já passou por algumas dificuldades. Porém, fez amizades lá, e vencendo
as barreiras, agregou-se na Igreja Evangélica Assembléia de Deus, onde foi
consagrado Diácono. De dia trabalhava como Mestre de Obras, e à noite, pregava
nos templos daquela denominação.
Mas,
Deus tinha planos para a vida daquele homem que ele sequer imaginava! Com o
decorrer do tempo, o Diácono Manoel de Mello, foi sendo aquecido pelo Espírito
Santo em sua fé. Com 22 anos, em 1951, casou-se com Ruth Lopes, e dessa união
nasceram Boaz Alberto e Paulo Lutero.
Em
1952, Manoel de Mello foi surpreendido por uma enfermidade mortal (paralisia
intestinal), que em menos de uma semana fez com que seus parentes e amigos o
considerassem como morto. Mas ele foi ungido com óleo, conforme a ordenança bíblica
de Tiago 5.14-15, e após a oração da fé, foi milagrosamente curado, tendo sua
saúde restabelecida por Deus. Este acontecimento fortaleceu a sua fé, e o
tornou convicto da operosidade dos dons espirituais, característica marcante
que acompanhou todo o seu ministério, principalmente na área de cura divina e
sinais e maravilhas.
Depois
de ter sido curado da paralisia intestinal, Manoel viu-se impedido de continuar
suas atividades seculares, e passou a dedicar-se exclusivamente à pregação do
Evangelho e ao ministério. Muitos se levantaram tentando impedi-lo de sua
iniciativa, inclusive dentro da própria denominação que pertencia. Alguns por
não concordarem com sua linha doutrinária de pensamento, baseada nos dons do
Espírito Santo, e nos milagres operados por Jesus e os Apóstolos, e outros por
ciúmes.
Hoje,
vários pastores nos contam, segundo a tradição oral, que muitas vezes na
igreja, durante campanhas de missionários e pregadores famosos, muitos dos
quais estrangeiros; no momento da oração, o povo muitas vezes clamava:
"Nós queremos a oração do Diácono Manoel de Mello!". E, quando ele
orava, os milagres aconteciam de forma extraordinária. Manoel de Mello também
passou a ser perseguido por muitos de fora, incrédulos do poder de Deus e
motivados pelo inimigo.
A
intensa perseguição o levou a realizar períodos de intensos jejuns e orações
que entravam pelas madrugadas. Estudou a vida de famosos pregadores e analisou
detalhadamente os grandes movimentos de reavivamento espiritual ocorridos no
mundo. Foi ordenado ministro pela Corporação Evangélica Four Square, com sede
nos Estados Unidos, e em 1955 teve uma visão de Deus que o próprio Manoel de
Mello narra: "Em 1.955 tive uma visão espiritual na qual o Senhor Jesus me
apareceu e me deu ordens para começar, no Brasil, um movimento de Reavivamento
Espiritual, Evangelização e Cura Divina, e o Senhor Jesus mesmo deu-me o nome:
"O BRASIL PARA CRISTO". Obedeci à ordem. Aleluia!
Comecei
o movimento. Companheiros e companheiras do mesmo ideal do Evangelho uniram-se
a mim na grande jornada. "Naquela visão Jesus me revelou que todos que
cooperassem comigo na Obra que iria fazer de maneira nenhuma perderiam seu
galardão, então abrimos milhares de igrejas de norte a sul do Brasil..."
Sem
dúvida alguma começava no Brasil o maior movimento de Evangelização e
Reavivamento Espiritual de toda a América Latina, o movimento chamado de:
"O BRASIL PARA CRISTO", uma das maiores expressões da Igreja
Pentecostal no Brasil.
O
Missionário Manoel de Mello firmou-se então como autêntico líder do
Pentecostalismo no Brasil, chegando a reunir em suas campanhas até 200.000
pessoas em algumas reuniões, fato que lhe custou alto preço - Foi preso 27
vezes, acusado de curandeirismo pelas curas que aconteciam em seus cultos, por
causa do seu ponto de vista não conformista e especialmente por seus
pronunciamentos proféticos.
O
Ministro Evangélico Manoel de Mello foi um líder popular de grande penetração
entre as massas, promoveu grandes concentrações evangelísticas em todos os
estados do Brasil, principalmente em São Paulo. Chegou até mesmo a lotar o
Estádio do Pacaembu, numa gigantesca concentração. Em abril de 1.976, na
Sexta-Feira da Paixão, reuniu cerca de 30.000 pessoas nas dependências do
Grande Templo.
Porém,
Manoel de Mello, não se deteve só no Brasil, mas viajou para todos os
continentes realizando conferências em 133 países, em igrejas, universidades,
simpósios e convenções. Pregou para reis, rainha da Inglaterra, duas vezes para
o presidente dos Estados Unidos dentro de sua própria sala, primeiro ministro
da Alemanha, entre outros. Foi entrevistado pela cadeia de televisão CBS
americana, BBC londrina, além de vários outros veículos de comunicação
internacionais, como a televisão sueca, a alemã, os jornais "New York
Times" e o "Le Monde".
Aqui no
Brasil, vários órgãos da imprensa deram cobertura às suas atividades
evangelísticas. Por estas mesmas atividades recebeu o prêmio de religião como o
pregador que mais se destacou no ano de 1.972, concedido pela Fundação Edward
Browning e representado pelo troféu Browning. Em 1.978 recebeu o título de:
"O Bandeirante do Brasil Presente", concedido pelo INEC (Instituto
Nacional de Expansão Cultural). Em 07 de outubro de 1.981 foi entrevistado pela
revista Veja, cujo assunto foi: " Pentecostais - O Milagre da
Multiplicação" (Capa da Revista). Era um homem avançado para o seu tempo.
Manoel
de Mello sempre foi um homem voltado para a elevação do espírito, para o
bem-estar do homem e principalmente a salvação que o Senhor Jesus Cristo pode
proporcionar a todos quantos se entregarem a Ele. Manoel de Mello e Silva, um
nome que sempre ficará gravado nos anais da história e nos corações do povo
evangélico do Brasil e até mesmo do mundo, um homem que fez muito pela causa de
Cristo aqui na terra, mas, no dia 05 de maio de 1.990 o Senhor o recolheu.
Que
possamos ter em nossos corações e em nossas mentes, o desejo e a determinação
que este grande servo do Senhor tinha ao gritar nas praças de São Paulo e de
todo Brasil "VAMOS GANHAR O BRASIL PARA CRISTO".
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