Por que
Davi era tão odiado?
Seu pai, Obede, tendo considerado toda a trajetória
da sua família, percebendo a iniqüidade em que todos estavam envolvidos,
considerando a promessa da Semente da mulher (Gn 3:15), entendeu que nenhum de seus filhos poderia ser um
instrumento para a descendência do Messias. Sendo de Belém de Judá, crente nas
profecias, sentia o encargo e o peso da sua responsabilidade presente.
Lembre‐se de que
Satanás vem trabalhando pessoalmente para destruir a semente da mulher (Ap 12:4). Ele investiu contra todos os
primogênitos, contra todos os filhos varões de Israel no Egito, mas cometeu um
erro grave: deixou vivas as mulheres (Gn
3:15). Ele raramente se importava com elas. Atacava os varões e deixava
livres as mulheres, e nelas residia o segredo! Nos dias de Jessé, ele resolveu
mudar de tática: investiu em Naás. Seu nome significa “serpente”. Morava ali,
na casa de Jessé. Era um serva, provavelmente, cananéia, logo, fora do pacto (Lv 25:55). Então, dali veio o ataque da
“serpente”. Em meio a tantos problemas relacionados à fornicação e pecados de
ordem sexual, sob o poder da iniqüidade que reinava naquela semente, Davi
nasceu como fruto de uma relação conjugal contratada, como aconteceu com Léia e
Raquel (Gn 30:12‐16), Sara e Agar (Gn 16:2). Naás ficou grávida de Davi da
mesma forma como Léia ficou de Issacar.
A tradição judaica diz que Naás era uma das servas
de Jessé, assim como Bila e outras eram servas de Jacó. O acontecimento causou
tanta dor e agonia em todos, que Jessé acabou providenciando uma pequena tenda
à parte no campo, onde, com alguns animais e poucas ovelhas, aquela pequena
família viveu. Uma outra Léia levantou‐se, mas
em Belém de Judá, Naás. Depois, nasceram outras duas filhas: Zeruia e Abigail,
as quais serão mães dos maiores generais da história de Israel: Amasa, Joabe,
Abisai e Asael, todos sobrinhos de Davi (II
Sm 17:25).
A aparência de Davi coma sua mãe revoltava os seus
sete irmãos, que zombavam dele constantemente, fazendo‐lhe maldades das mais cruéis, desejando a sua morte
a ponto de o abandonarem entre os ursos e os leões daquelas paragens; e também
em charcos, em lamaçais e em aguaceiros. Dando‐lhe
veneno. Sua vida foi cruel no meio de seus irmãos. Jessé o detinha ali, um
pouco longe deles, mas era em vão. Naquela tenda pastoril, criado pela sua
mãe, ele aprendeu a tocar harpa, a arte da guerra, a acertar alvos com pedras,
a arte da funda, e os segredos da noite no meio de seu pequeno rebanho, atração
dos leões ferozes da região. Ruivo como a sua mãe, de belo parecer, sisudo em
palavras, valente, cheio de ânimo, varão de guerra e, acima de tudo, o Senhor
era com ele (I Sm 16:18).Por todas
estas coisas maravilhosas inspirava inveja de todos os seus irmãos. Ele jamais
havia comido na mesa da casa de seu pai. Jamais havia se assentado no meio de
seus irmãos. Era uma utopia pensar que um dia seria diferente.
Dias
antes do grande acontecimento, Saul estava agindo de maneira muito estranha.
Sendo de Benjamin, teve a oportunidade de dar início ao Reino de Israel,
segundo o mandato de Deus, para justificar a entrada definitiva de Judá, por
causa de seu fracasso. Isto é, Benjamin poderia alegar que jamais teve a
oportunidade. Deus sabe o que faz. Com o fracasso de Benjamin, Judá estava
livre para entrar. Com a desobediência de Saul, Deus manda Samuel sacrificar em
Belém e, para não perder viagem, de uma vez ungir o próximo rei de Israel,
sendo que o tal deveria ser da casa de Jessé. Quando Samuel chegou a Belém,
procurou por Jessé. Não foi tão difícil chegar até ele. Como ancião em Belém,
conhecidíssimo líder de sua cidade, preocupou‐se
juntamente com os seus colegas anciãos com o motivo da vinda do profeta àquela
região. Algum pecado? Algo a revelar? Lembre‐se, que
Davi era o segredo bem escondido de Jessé. Mas tudo aquilo que os homens mais
escondem, torna‐se mais
bem conhecido publicamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário