PARTE 5
"Milagres da Íntima Compaixão"
Não há dúvidas de que cada cura ou
milagre realizado por Jesus em seu ministério foi motivado por algo maior do
que a própria unção, o AMOR. O amor, na verdade, é a fonte de todo o bem
divino, de onde emanam todas as misericórdias e a graça de Deus.
Nos evangelhos há em alguns textos, uma
forma diferenciada de revelar a fonte dos milagres do Senhor. Trata-se de um
“sentir” especial de Jesus que a Bíblia chama de “íntima compaixão”, no original grego é “splanchnizomai”. Os gregos consideravam o intestino (splanchna) como o lugar em que se
originavam as emoções mais fortes. Os hebreus consideravam o splanchna como o lugar em que se
originavam as suaves misericórdias e os sentimentos de afeição, compaixão,
solidariedade e piedade. Splanchnizomai
é a causa direta de diversos milagres de Jesus.
Vamos observar três Escrituras Sagradas
sobre isto. Quero chamar de “Milagres da Íntima Compaixão”.
“...Tenho compaixão da
multidão, porque já está comigo há três dias e não tem o que comer, e não quero
despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho... E, tomando os sete
pães e os peixes e dando graças, partiu-os e deu-os aos seus discípulos, e os
discípulos, à multidão. E todos comeram e se saciaram...”
Mateus 15:32, 36-37
“E Jesus, movido de grande
compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo! E,
tendo ele dito isso, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.”
Marcos 1:41-42
“E, vendo-a, o Senhor moveu-se
de íntima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou
o esquife (e os que o levavam pararam) e disse: Jovem, eu te digo: Levanta-te.
E o defunto assentou-se e começou a falar. E entregou-o à sua mãe.”
Lucas 7:13-15
A motivação interior correta
potencializa o poder curador do Espírito Santo em nós. Muitos ministros de cura
têm seus ministérios limitados pelos dons de curar (I Coríntios 12:9), ou pela fé que possuem no poder de Deus; este é
o dom da fé (I Coríntios 12). É
possível uma pessoa manifestar os nove dons do Espírito Santo sem, contudo ter
o amor de Deus em seu coração (Mateus
7:22-23). Afinal, os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento (Romanos 11:29), Deus deu, está dado!
Mas é o amor de Deus em nós que
dimensiona e aumenta a manifestação dos dons. O amor é o perfeito parâmetro
para a operação sobrenatural (I
Coríntios 13:1-2), é o caminho mais excelente para a vida poderosa (I Coríntios 12:31).
O cristão que for impregnado pelo amor
de Deus e manifestar este amor em cada expressão de sua vida e ministério, é
aquele que produzirá na terra os mais gloriosos milagres que os olhos podem
contemplar. É o homem compassivo, que sente a dor do sofrimento humano, que se
identifica e sensibiliza com a realidade decadente do homem.
Os dons de cura e operação de maravilhas
na área da saúde, estão limitados pelo ego humano. Nossos corações são
demasiadamente vaidosos para que Deus faça brotar uma perna ou braço amputado
instantaneamente, ou para curar uma criança com síndrome de down...
Ao longo da história do cristianismo
Deus usou pessoas para tais proezas, porém, em uma pequena escala, pois a
plenitude do caráter de Cristo está para se revelar através da Igreja nesse
tempo do fim (Efésios 4:13-16; Atos 3:19-21).
Então veremos homens e mulheres piedosos e santos manifestando corriqueiramente
tais sinais, pois estão possuídos de FÉ, PODER, e sobre tudo, AMOR AO PRÓXIMO.
Quero estar entre estes.
Existe um “JOÃO 3:16 DIVINO” e um “JOÃO
3:16 HUMANO”. O divino é declarado pelo Senhor: “Porque Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna.” (João 3:16). O humano é declarado pelo
apóstolo do amor, João: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a
vida por nós; e devemos dar a vida pelos irmãos.” (I João 3:16).
Não estamos, absolutamente, qualificados
para assumir a enfermidade alheia. Não podemos fazer expiação, por dois
motivos: (1) Possuímos em nós, ainda que morta, uma natureza caída e pecaminosa,
até que deixemos este corpo, e (2) A obra de expiação perfeita e definitiva já
foi realizada pelo Único Perfeito da história, JESUS CRISTO. Mas este
poderosíssimo amor em nós, pode transcender a indiferença ou a mera “dó”.
Se o câncer de uma pessoa se tornar em
meu coração, o “meu câncer” (pela compaixão sobrenatural), então, com isso
unido à fé, eu estarei suficientemente adestrado e ungido para expelir o tumor
visivelmente com apenas uma palavra.
Se o coma por morte cerebral de uma pessoa
se tornar em meu coração, o “meu coma” (pela compaixão sobrenatural), então,
com isso unido à fé, eu poderei com suprema autoridade declarar: “Cérebro,
receba a vida agora!”. E assim será.
Sim, quando nossos “intestinos” e o
nosso interior começarem a se compungir e a se revirar pela dor alheia,
estaremos prontos para ministrar em outro nível de poder. Os milagres criativos
se tornaram comuns. Aleluia!
Jesus pode redimir perfeitamente a
humanidade da morte, miséria e doença, porque ele mesmo se
identificou de forma vicária com essa caótica realidade humana (João 5:24; II Coríntios 8:9; I Pedro 2:24).
Como nas três narrativas bíblicas
apresentadas acima, podermos através do amor, realizar constantes proezas como:
multiplicar o sustento aos necessitados (Mateus
15:32, 36-37); curar todo tipo de enfermos (Marcos 1:41-42); e ressuscitar mortos (Lucas 7:13-15).
Estes são os milagres da íntima
compaixão. Isto é SPLANCHNIZOMAI.
Continua...
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