"A Simplicidade da Cura Divina"
A sequidão espiritual gerada pela
teologia acadêmica em relação à cura divina nasceu das divagações teológicas
concernentes à vontade de Deus. Este debate intelectualmente “profundo” sobre a
mente de Deus anulou a simplicidade da fé bíblica.
Paulo temia este tipo de apostasia, e,
inspirado pelo Espírito Santo, deixou palavras de precaução e exortação sobre
três aspectos: (1) O discurso profano da falsa ciência,
(2) a rejeição da simplicidade de Cristo, e (3) o
cristianismo da persuasão humana.
O
DISCURSO PROFANO DA FALSA CIÊNCIA
As ciências humanas têm se ostentado
como a palavra final da verdade absoluta. Nada poderia estar mais longe da
realidade. A ciência é baseada no experimento, mas tem afirmado suas teses sem
confirmação verdadeiramente cientifica, simplesmente porque não acreditam
naquilo que não podem explicar.
A verdadeira ciência é aquela que
piedosamente constata fenômenos e leis naturais criados por Deus. A falsa
ciência é aquela que arrogantemente tenta desmitificar a Bíblia e desacreditar
o sobrenatural.
Em cada geração, são os jovens que
parecem se encantar com as divagações cientificas, pois são eles que ao
entrarem na fase adulta começam a buscar resposta para as eternas perguntas
existenciais: Quem sou? De onde vim? Para onde vou? Mesmo jovens ministros
parecer ter essa “quedinha” pelo conhecimento científico (não há nenhum
problema nisso). Timóteo era um jovem pastor de igrejas do primeiro século, que
como qualquer ministro era ridicularizado por filósofos, cientistas e médicos
pela simplicidade de sua fé em Cristo. Paulo então instiga sua fidelidade e
perseverança com esta exortação:
“Ó Timóteo, guarda o depósito que
te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos da falsamente
chamada ciência.”
II Timóteo 6:20
Não importa o que digam os médicos e
seus diagnósticos, por mais precisos e verdadeiros que sejam; a última palavra
sobre a saúde de um redimido pertence a Deus, e esta palavra é de cura.
A cura é uma dádiva da Redenção. Já foi
conquistada. Já está à disposição de toda a humanidade que, crendo reconhecer
que Jesus Cristo é Salvador e Senhor. A ciência humana pode comprovar, mas só
Deus pode revelar. Toda revelação verdadeiramente científica, está em Cristo. “...[Cristo],
em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos.”
(Colossenses 2:2-3)
A
REJEIÇÃO DA SIMPLICIDADE DE CRISTO
Após a Queda, a mente humana desenvolveu
um verdadeiro culto ao conhecimento e às “coisas profundas”. Assim como o
primeiro casal, Adão e Eva, que rejeitaram a simplicidade dos limites impostos
por Deus em troca de acréscimo de conhecimento (Gênesis 3:6). Desde então, a ausência de Deus, gerou uma intrínseca
preocupação com questões existenciais, o que fez surgir no contexto grego, a
filosofia (philia = “amor” e sophia = “idéias”,
“conhecimento”). A filosofia
tornou-se literalmente o culto ao saber.
Tipologicamente vamos entender assim:
Jesus é chamado de o Último Adão (I
Coríntios 15:45), então, assim temos também uma “Última Eva”, a Noiva de
Cristo: A IGREJA. Eva foi seduzida pelo conhecimento do bem e do mal, e se
apartou da simplicidade divina, imergindo a raça humana no universo das
contradições científicas e das trevas da ignorância e incredulidade. O temor do
apóstolo Paulo era que a Última Eva fosse enganada como a primeira.
“Mas temo que, assim como a
serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte
corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo.”
II Coríntios 11:3
Não há nada de intelectual em cura
divina. Não há divagações teológicas que expliquem como Deus cura. Ele
simplesmente cura.
Também não deve haver questionamentos
profundos e filosóficos sobre a vontade de Deus em curar. Ele quer curar a
todos. Jesus disse ao leproso que mencionou sua vontade de curá-lo e limpá-lo
de sua lepra: “Quero, fica limpo!” (Mateus
8:3). Em outras palavras: “Quero,
seja curado!” Simples assim! Se Jesus quis curar o leproso ele quer curar a
qualquer um, pois Deus não faz acepção de pessoas (Efésios 6:9). A incredulidade e a ausência de autoridade anulam a
simplicidade.
O
CRISTIANISMO DA PERSUASÃO HUMANA
Ao longo da construção
histórico-teológica da Igreja, a perda da simplicidade a levou a se embrenhar
na vastidão oca das ciências humanas, assim, a velha e maravilhosa homilia
cristã inspirada e confirmada pelo Espírito Santo, deu lugar aos discursos
eloquentes da razão.
Sem o simples poder de Deus os mestres
da igreja passaram a estudar sistemas gregos de discurso e retórica para
persuadir as pessoas sobre sua religião cristã seca, formando uma geração de “convertidos”
fracos e sem influência espiritual genuína. Preocupado com este tipo de “cristianismo”
entre os crentes da igreja de Corinto, Paulo escreve:
“A minha palavra e a minha
pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em
demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em
sabedoria humana, e sim no poder de Deus.”
I Coríntios 2:4-5
Não desprezo a boa contribuição da
ciência homilética como auxiliadora na organização de pensamentos proféticos,
porém, não é papel do homem persuadir ou convencer as pessoas, este ministério
é do Espírito Santo: “Quando ele [o Espírito Santo] vier, convencerá o mundo do pecado, da
justiça e do juízo.” (João 16:8).
Cristianismo filosófico não é
cristianismo. Cristianismo meramente discursivo não é cristianismo. Não existe
cristianismo sem a demonstração do Espírito Santo. Não existe cristianismo sem
sinais (Marcos 16:17-18). Os
cristãos devem orar neste sentido (Atos
4:29-31). À exemplo de Cristo, o testemunho cristão deve ser feito e
ensinado, ouvido e visto (Atos 1:1;
2:33; 8:6; Mateus 11:4; Tiago 1:22).
“E eles, tendo partido, pregaram
em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de
sinais, que se seguiam.”
Marcos 16:20
Continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário