A maior ênfase na Bíblia às línguas estranhas
é dada na primeira epístola do apóstolo Paulo aos crentes da cidade de Corinto.
O fato é que os irmãos coríntios estavam dando demasiada importância às línguas
em relação aos dons espirituais, além de usarem as línguas sem interpretação.
Vamos observar no capítulo catorze
desta carta, sete aspectos importantes para o regulamento do uso das línguas
estranhas.
(1) A
profecia edifica a igreja, mais do que a língua sem interpretação. (vv.1-4)
(2) A
profecia e as línguas com interpretação têm igual importância na igreja. (v.5)
(3) Falar
em línguas [alto] no culto público, sem interpretação, não beneficia os outros.
(vv.6-12)
(4) Os
que falam ou oram em língua na igreja, devem orar pedindo o dom da
interpretação, para assim edificarem a igreja. (v.13)
(5) Na
vida pessoal de Paulo, falar com Deus em línguas era um meio importante de
adoração e de crescimento espiritual. (vv.14-19)
(6) A
profecia é mais útil do que as línguas sem interpretação, visto que a profecia
leva a convicção do pecado e a consciência da presença de Deus. (vv. 20-25)
(7) O
falar em línguas e o profetizar devem ser regulados a fim de que prevaleça a
ordem na igreja. (vv.26-40)
Outras observações do apóstolo Paulo são
dignas de nota mais clara:
“E eu quero que todos vós faleis
línguas estranhas...”(v.5)
Paulo deixa claro nesta declaração que as
línguas não estão restritas a uma classe especial da igreja de “supercrentes”
ou “superdotados espirituais”. Não. Absolutamente não! A glossolalia está
disponível a todos os crentes que ardentemente desejam esta dádiva e crêem
nela. Os critérios primordiais para receber são o ser salvo e o crer.
“E, se alguém falar língua
estranha, faça-se isso por dois ou, quando muito, três, e por sua vez, e haja
intérprete.”(v.27)
Este texto tem gerado acalorados
debates entre cristãos piedosos, pois, embora sua abordagem seja bastante
clara, envolve fatores de tempo, espaço e circunstancia. Paulo estava dizendo
que durante um culto publico, não devem os crentes falar em línguas de maneira
desorganizada. Vejamos algumas diretrizes:
(1) Numa
só reunião não deve haver mais do que dois ou três que falem, orem ou louvem em
línguas audivelmente, e isto somente com interpretação.
(2) Falar
em línguas deve ser feito por uma pessoa de cada vez.
(3) Toda
enunciação audível em línguas deve ser julgada pela igreja, quanto a sua
autenticidade.
(4) Não
havendo ninguém presente com o dom de interpretar, o crente pode, em silencio,
falar em línguas em oração pessoal dirigida a Deus.
Observemos
outros três aspectos importantes sobre as orientações de Paulo:
(1) Tempo: Eram os primeiros
anos do movimento do Espírito Santo na igreja, e, havia muito a que aprender,
pois o ministério público nas sinagogas desde então, estavam restrito aos
líderes religiosos, mas agora o Espírito Santo estava sobre toda a carne. (At 2:17)
(2) Espaço: a igreja/templo/casa é
lugar primordial do cristão racional (Rm
12:2), mas os coríntios estavam cometendo excessos na utilização do dom de
línguas, e isto era inadmissível, haja vista que os não crentes participavam do
culto. Daí a importância do regulamento do apóstolo Paulo.
(3) Como
já foi dito, a circunstancia em questão era a incoerência espiritual dos
coríntios em relação a ordem do culto. Paulo se dirigiu especificamente a esta
igreja, pois a desordem era demasiada.
“...não proibais falar em línguas.”(v.39)
Paulo foi claro em afirmar que não se pode
proibir o falar em línguas na igreja. Haverão momentos de profundo enlevo e
êxtase espiritual na igreja, movido pelo aspecto transcendental da
religião, que longe de causar escândalo,
causará admiração aos de fora. Porém, no versículo posterior, Paulo impõe um
limite as manifestações e reações dos crentes na igreja.
“Mas faça-se tudo decentemente e com
ordem.”(v.40)
Não é raro observarmos manifestações humanas
escandalosas e desordeiras nos cultos pentecostais, e isto trás grande prejuízo
a obra de Deus. Estes excessos, porém, não devem ser coibidos com rigor
demasiado, e sim, sanados através de ensino paciente, mansidão e muito amor por
parte da liderança, do contrario, muitos podem ser entristecidos e escandalizados
por líderes intolerantes.
“E os espíritos dos profetas estão
sujeitos aos profetas.” (v.32)
Não é raro ouvirmos “ensinadores” incoerentes
ou ignorantes dizerem que o Espírito Santo está sujeito ao profeta, quando o
que está sujeito ao profeta é o espírito [humano] do profeta. Entendemos que
ninguém é “tomado” pelo Espírito Santo para falar em línguas, falaremos se
quisermos, porém, se não quisermos, conteremos o nosso espírito. Mas quando o
Espírito Santo decide se mover com poder na coletividade da igreja, o homem tem
seu ser saturado pela graça divina e se entrega as reações mais diversas, é ai
que surgem os pulos, as quedas, as “coreografias” e todo tipo de manifestação
extravagante, porém, inofensiva.
Em fim, esta dádiva é para você. Não retarde a
promessa de Deus e quando a receber, não a retenha.
“Ora, o Senhor é o
Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.” (II Coríntios 3:17)
Glória a Deus pela luz da verdade sendo manifestada através de brilhante colocação. Nós, os crentes em Cristo devemos compreender com clareza nossa posição na propagação do Reino de Deus aqui na terra. E o falar em línguas e o orar em línguas são graças de Deus para a individualidade e a coletividade da igreja. Aleluia!
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