Introdução
Os profetas foram homens escolhidos por Deus, para
serem canais da manifestação de sua vontade ao povo israelita. Instrumento
poderosamente usado e através destes, a glória do Senhor por diversas vezes foi
manifestada. Ao contrário do que pregam muitas denominações, a Bíblia não
determina o fim deste ofício em João Batista, na verdade, afirma que nos dias
finais os veríamos, em plena atividade. Apesar de ter seu ministério relatado
na Escritura do Novo Testamento, João Batista foi o último profeta da Antiga
Aliança, e desde então, Deus levanta os Profetas do Reino (Lcc 16:16). A Renovação da Fé Apostólica trouxe consigo a
restauração deste indispensável ministério para plenitude do corpo de Cristo (Ef 4:11). A Igreja precisa compreender
e reconhecer o ministério de profetas locais, que sejam maduros, e cuja
credibilidade tenha sido provada e suas mensagens dignamente julgadas. Diante
de situações incertas e duvidosas, o Pastor e a Igreja podem recorrer a esta
qualidade de Profeta do Reino. Respaldando a vigência do ministério profético
na atual dispensação, temos no Novo Testamento: a) Zacarias (Lc 1:67); b) Ana (Lc 2:36); c) Ágabo (At
11:28; 21:20); d) As filhas de Filipe (At
21:9); e) Paulo (I Tm 4:1); f)
Pedro (II Pe 2:1-2); e g) João (Ap 1:1). Outros textos ratificam sua
atualidade: Atos 13:1; I Coríntios
12:28; 14:29; Efésios 4:11.
NOVOS FILHOS DE ISSACAR
“dos filhos de Issacar, destros na ciência dos tempos, para saberem o
que Israel devia fazer, duzentos de seus chefes e todos os seus irmãos, que
seguiam a sua palavra.” (I Cr 12:32).
Os descendentes de Issacar receberam de Deus a habilitação profética para dar
direcionamentos de tempo e ação ao povo de Israel, para irem adiante de Davi
para proclamá-lo rei sobre todo Israel. A mesma unção profética foi restaurada
em nossos dias, para nortear a Igreja a ir adiante de Jesus Cristo, a fim de
proclamá-lo Rei, antes de seu glorioso retorno para reinar eternamente. O
ministério dos profetas do Reino
visa orientar o corpo de Cristo a como agir para implantar este Reino, e
especialmente, quando agir, avançando no progresso desse Reino. “Quem guardar o mandamento não experimentará
nenhum mal; e o coração do sábio discernirá o tempo e o modo. Porque para todo
propósito há tempo e modo...” (Ec
8:6). Este discernimento é na verdade uma ferramenta profética. Uma Igreja
cujo profético está plenamente restaurado, não andará desnorteada sobre o que e
quando fazer, em todos os aspectos de sua vida, individual e coletiva. Paulo,
como apóstolo, possuía certa medida do dom profético, por isso escreveu: “E digo isto, conhecendo o tempo, que
é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais
perto de nós do que quando aceitamos a fé.” (Rm 13:11). “Os filhos de Issacar estão de volta”.
NOVOS PREPARADORES DO CAMINHO DO SENHOR
O principal propósito
da restauração do ministério dos profetas, é que, somente com a plena atividade
profética a Igreja poderá preparar o caminho do Senhor. Isso se dá em dois
aspectos temporais, preparar para a vinda do Senhor para reinar em um
avivamento, e preparar para a vinda do Senhor para reinar literal e eternamente
sobre a Terra. João Batista foi constituído profeta para este fim, e acerca
dele foi vaticinado: “Eis que eu envio o
meu anjo, que preparará o caminho diante de mim; e, de repente, virá ao seu
templo o Senhor, a quem vós buscais, o anjo do concerto, a quem vós desejais;
eis que vem, diz o Senhor dos Exércitos.” (Ml 3:1). Ministério semelhante foi também profetizado por
intermédio de Isaías (Is 40:1-5),
acerca do mesmo João Batista (Mt 11:10;
Mc 1:2; Lc 1:76; 7:27). Este prepara o caminho refere-se histórica e
literalmente a um mensageiro que vai adiante de um rei conquistador para
notificar a outro reino, que o mesmo fora conquistado por aquele novo rei, é um
negociador, que vem sempre em paz rogando uma rendição pacífica, pois querendo
ou não, o novo reino chegou. João batista era este preparador de caminho: “E, naqueles dias, apareceu João Batista
pregando no deserto da Judéia e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o
Reino dos céus.”. Agora, nós somos estes preparadores de caminho, pois
Jesus foi muito claro ao delegar o que deveríamos pregar: “e enviou-lhes a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos.” (Lc 9:2, 60; 10:9; At 2:38; 3:19). Os
profetas desta geração estão preparando o caminho para que o Reino entre em vidas,
cidades e nações através de avivamentos transformadores, ao mesmo tempo em que
preparam o caminho, restaurando tudo para que o Rei venha em glória (At 3:21).
RESTAURADORES DOS RELACIONAMENTOS PAIS E FILHOS
Ao lado de Moisés
como profeta mais celebrado na história de Israel, está Elias, que alias, é
reconhecido como o representante dos profetas. Elias, como poucos compreendeu e
viveu a lei da paternidade espiritual (II
Rs 2:9-13), legando gerações de filhos espirituais. O manto de Elias, que é
símbolo de sua autoridade e ministério profético, foi transferido para Eliseu,
e de Eliseu para ninguém; mas este manto profético está agora sobre a Igreja de
Cristo, habilitando seus profetas para um ministério singular de reconciliação:
PAIS e FILHOS. “Eis que eu vos envio o
profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor; e converterá
o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos pais; para que eu não
venha e fira a terra com maldição.” (Ml
4:5-6). A lei da paternidade abrange todos os aspectos desse inquebrável
relacionamento de honra e benção (Êx
20:12; Ef 6:1-4). Na verdade, a instauração espiritual do Reino de Deus na
Terra, promoveu indiretamente a quebra de relacionamentos, pois o Rei, o
Príncipe da Paz, declarou que seu verdadeiro discipulado causaria exatamente
isso (Mt 10:34-39), mas a consumação
do Reino traz consigo a promessa e certeza de que haverá a restauração dos
relacionamentos entre pais e filhos, sejam estes genitores biológicos ou
espirituais. Mas uma das missões prioritárias do ministério profético é
restaurar a PATERNIDADE APOSTÓLICA. Os profetas dos tempos do fim reatarão os
laços de fidelidade entre os apóstolos e o corpo de Cristo, serão os mais
influentes reconciliadores da Nova Aliança, reconciliando homens com Deus,
homens com homens, e pais com filhos (II
Co 5:18-20). Esta restauração da Paternidade com a liderança espiritual
constituída será um dos fatores chave para a promoção da verdadeira UNIDADE (Jo 17:21-23).
RESTAURANDO O PAPEL DO VIDENTE NO REINO
Um substantivo
original comumente utilizado para a palavra profeta,
é o termo “ro’eh”, que significa vidente (I Sm 9:9,11,18,19; II Sm 15:27; I Cr 9:22; 21:9; 25:5...). Na
língua portuguesa indica a capacidade especial de ver na dimensão espiritual e
prever eventos futuros. O título sugere que o profeta não era enganado pela
aparência das coisas, mas as via como realmente eram – da perspectiva do
próprio Deus. Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e revelações, da
parte de Deus, que o capacitava a transmitir suas realidades ao povo.
No contexto da Igreja
Primitiva, a primeira comissão e empreendimento apostólicos depois dos doze,
foram realizados em uma reunião de oração e jejum, composta especialmente por
dois ministérios: profetas e doutores (At 13:1-3), e são justamente estes ministros, além dos próprios
apóstolos, os mais indicados para o reconhecimento de outros apóstolos, os
doutores por seu equilíbrio escriturístico e os profetas por sua notável
clarividência. É evidente que um profeta nesta qualidade de reconhecimento por
parte do corpo de Cristo e do episcopado local, deve ser provado em sua conduta
moral e espiritual, além da precisão de suas palavras e diretrizes proféticas.
Os tais devem ser reverentemente ouvidos pelo presbitério da Igreja, tendo suas
profecias julgadas com humildade e discernimento, sempre à luz das Escrituras
Sagradas. Quando um ministro é reconhecido profeta em sua Igreja, o mesmo se
torna uma fonte de direções proféticas a ser consultado como última instância
após não compreender claramente a voz de Deus. Ao contrário do relacionamento
conturbado que havia entre sacerdotes e profetas na Antiga Aliança, o
relacionamento entre Pastores e Profetas (além
de evangelistas) deve ser de real unidade e interdependência.
Conclusão
Não podemos mais chamar genuínos profetas por outra designação senão
PROFETA. Estamos no apagar das luzes dessa dispensação da Igreja, e emerge a
necessidade de cada um conhecer o seu papel no corpo de Cristo, além de
reconhecer o papel de outros. A Igreja jamais estará novamente sem rumo, sendo
guiada por decisões políticas ou interesses egoístas, ela caminhará em vitória
até o estabelecimento do Reino de Deus, sob a direção precisa e reveladora, não
somente dos profetas em si, mas desse mover profético que está sobre a Igreja,
e que capacita a cada membros do corpo de Cristo a profetizar para que haja
edificação mutua. Esta é a vontade de Deus expressa nos lábios Moisés (o mais destacado autor do A.T) e de
Paulo (o mais destacado autor do N.T.).
(Nm 11:29; I Co 14:1,5)
Nenhum comentário:
Postar um comentário