sexta-feira, 11 de outubro de 2013

SALVAÇÃO PIRATA (Parte 2) "SALVAÇÃO PSICOLÓGICA"


O cristianismo moderno parece ser mais emocional ou sensorial do que espiritual. As sensações psíquicas parecem estar gradualmente usurpando o verdadeiro caráter da fé bíblica. Com isto não quero, absolutamente, descartar a natureza emocional e os entranháveis sentimentos da fé.

Outro aspecto terrivelmente danoso à fé cristã é a persuasão psicológica de uma “experiência salvífica”, ou seja, a crença meramente intelectual na salvação. Basta apenas acreditar mentalmente que Jesus Cristo é o Senhor ressurreto, e verbalizar esta crença ritualisticamente, sem genuína consciência e convicção do Pecado, sem arrependimento bíblico, apenas uma oração repetida. Após esta oração “mágica” o pregador indaga: “De acordo com sua confissão, onde está Jesus agora?” Ao que responde o pecador psicologicamente convencido: “No meu coração!” É literalmente uma “salvação psicológica”.

O texto bíblico ao qual apelam os adeptos dessa prática litúrgica evangelical é o seguinte:

a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.
Romanos 10:9-10

Uma não muito criteriosa observação hermenêutica desvincula esse texto do apelo evangélico moderno. O contexto histórico dessa passagem trata de cristãos romanos no ápice da perseguição do império à fé cristã, tendo que escolher a quem confessam como Senhor, Jesus Cristo ou César. A negação de César culminava com a morte do cristão fiel, porém, sua salvação garantida. Já a negação do senhorio de Cristo livraria o cristão infiel da morte iminente, mas lhe custaria a terrível perda da Vida Eterna. Jesus disse: “Quem achar a sua vida perde-la-á; e quem perder a sua vida por amor de mim acha-la-á.” (Mateus 10:39).

Não descarto o chamado apelo ao final da pregação, pois eu mesmo o faço, porém, só pode haver uma salvação legítima quando há um apelo legítimo, e só há um apelo legítimo quando há um Evangelho legítimo, ou seja, uma apresentação clara e completa da obra salvadora de Cristo. O ouvinte deve ser minimamente conscientizado dos seguintes aspectos: (1) O fato do Pecado; (2) A necessidade de Arrependimento; (3) A Fé na Pessoa e na Obra de Jesus Cristo; (4) A imperativa necessidade da regeneração.

Altares ficarão sempre repletos de pessoas quando oferecermos a solução de problemas ou a melhoria de vida. Mas somente os eleitos serão atraídos por uma ordem para se arrependerem. Esta é a verdadeira Salvação, efetuada num momento e aperfeiçoada cotidianamente pelo Espírito Santo.

Não barateemos o Evangelho. A salvação é pela Graça (Efésios 2:8), e não “de graça”.


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