quinta-feira, 16 de maio de 2013

“VENHA O TEU REINO”



VENHA O TEU REINO
A Natureza do Verdadeiro Avivamento
Mateus 6:10

                   Introdução
         Há um avivamento verdadeiro a caminho de todos nós e cada um de nós; como Igreja, devemos clamar por este avivamento. A dinâmica deste avivamento é caracterizada pelo verbo “trazer”.
         O plano de Deus sempre foi trazer a realidade do Céu ao contexto da Terra. E a Igreja é a agência responsável por trazer o Reino de Deus a Terra.
         O Avivamento pelo Evangelho do Reino traz o que há no céu para nós. Este avivamento traz...

1-   A UNIDADE EM TORNO DE CRISTO.
No Céu não há a mínima divisão; todos os seres angelicais estão unanimemente unidos em torno de Deus e de seus eternos propósitos.

i-             Todas as coisas reconciliadas em Cristo (Colossenses 1:20)
Tudo o que foi desvinculado do governo de Deus por causa do Pecado do primeiro Adão, em Cristo (o último Adão) foi reconciliado a Deus em perfeita unidade; esta obra consumou-se na cruz e é efetuada até aos dias de hoje. O avivamento renova a Igreja para sua responsabilidade reconciliadora e unificadora; e isto começa a partir da própria Igreja que encontra a revelação da perfeita Unidade em Cristo, como corpo.

ii-            A Unidade da Fé (Efésios 4:13)
O avivamento do Reino não visa promover uma unidade teológica, ou litúrgica, ou cultural, mas sim a Unidade da Fé. A verdadeira doutrina está revelada misticamente na realidade e na experiência real de cada indivíduo ou grupo com Cristo. Esta doutrina pode até ser organizada e sistematizada, porém, jamais monopolizada por qualquer seguimento denominacional ou confessional. A fé não é um credo, é um dom. É o Evangelho do Reino que unifica a fé das pessoas em seu autor e consumador: Cristo (Hebreus 12:2)

2-   O PADRÃO MORAL DE DEUS.
No Céu não existe imoralidade ou amoralidade, mas um padrão moral único, eterno e caracterizado pela perfeição e excelência de caráter.

i-             Sem relativismo na consciência de bem e mal (Isaías 5:20)
No prisma da verdade, não há conjuntos relativos, culturais, ou sociais de moralidade; o bem é bem, e o mal é mal. Não há conceitos intelectuais ou filosóficos que possam alterar a moral absoluta estabelecida por Deus. Platão asseverou: “Se vós compreendeis o bem e mal, podeis com segurança adquirir conhecimentos; porém, se não é esse o caso, ó meu amigo, parai e não arrisqueis vossos mais caros interesses em um jogo de azar.” O padrão moral do Reino de Deus é uma consciência aguçada sobre o bem e o mal, e uma voluntária paixão e alegria de fazer o bem.

ii-            Perfeição e Santidade como ideais absolutos (Mateus 5:48; I Pedro 1:15-16)
Longe da controvérsia calvinista x arminiana, há, de fato, um estado de perfeição humana alcançável nesta vida em Cristo Jesus. Não se trata de inerrância ou infalibilidade, mas, segundo a melhor expressão de John Wesley, um “amor santo”. O Reino de Deus não é “monergista ou sinergista”, mas é justiça. E este padrão moral é renovado nos corações pelo evangelho do Reino. O verdadeiro avivamento é marcado por este elevado padrão moral. 

3-   PROSPERIDADE DE RECURSOS.
No Céu não há o menor indício de pobreza ou miséria; lá está a fonte de toda a riqueza e prosperidade, e os recursos são ilimitados.

Tal qual não podemos fazer apologia a famigerada “teologia da prosperidade”, com seus extremos triunfalistas e megalomaníacos, devemos nos guardar da “teologia da miséria” largamente difundida por seguimentos monásticos da cristandade. Voto de pobreza jamais revelará genuína humildade de coração, senão uma tentativa humana de auto-afirmação (Colossenses 2:20-23).

Porque este avivamento traz prosperidade de recursos?

i-             Porque este avivamento restaura a produtividade humana.
O avivamento do Reino é um retorno radical do homem a uma perspectiva do estado edênico, ou seja, o estado do homem no Éden, antes da Queda. “E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos...” (Gênesis 1:28). Contrariamente ao que muitos pensam, o trabalho não é parte da maldição da Queda, pois “...tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar”, antes da Queda (Gênesis 2:15); a maldição é o trabalho intenso e excruciante que “escraviza” o homem e o priva da abundância de seu fruto (Gênesis 3:18-19). Este avivamento restaura a produtividade humana porque conscientiza o homem de ser um lavrador e guardador da Terra, e porque a sua própria “terra indidual” é redimida e sarada pelo avivamento (II Crônicas 7:14).

ii-            Porque este avivamento restaura a liberalidade.
O homem avivado é iluminado pela revelação da semeadura (Gálatas 6:7; II Coríntios 9:6-7). Ele entende no espírito e pelo Espírito, que não pode reter nada para si (Provérbios 11:24), pois tudo provém de Deus, e foi criado e provido para os propósitos de seu Reino (I Crônicas 29:14). Nenhum homem realmente cheio do Espírito Santo cogita questionar teologicamente a validade do princípio dos dízimos, pois entende que apesar de não se constituir como lei no contexto atual, é uma saudável tradição bíblica irrevogável. “...estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epistola nossa.” (II Tessalonicenses 2:15). Jesus nos ensina a guardar os preceitos morais mais importantes do Reino, mas sem omitir o princípio do dízimo (Mateus 23:23). Devemos honrar ao Senhor com os nossos bens e com o primeiro e o melhor de nossa renda (Provérbios 3:9-10), e fazê-lo com alegria, “porque Deus ama ao que dá com alegria.” (II Coríntios 9:7c). Com liberalidade glorificamos a Deus e nos submetemos ao evangelho de Cristo (II Coríntios 9:13).

iii-          Porque este avivamento restaura a liderança humana.
Liderança não se trata de “estar acima de alguém”, mas pode ser resumido em governar seu domínio pessoal. Embora deva haver liderança no âmbito organizacional e corporativo, Deus não criou homens para se dominarem ou serem dominados uns pelos outros. A liderança na perspectiva do Reino é a capacidade de domínio sobre a criação. “E Deus os abençoou e Deus lhes disse: ...enchei a terra, e sujeita-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que se move sobre a terra.” (Gênesis 1:28). A fauna e a flora representam a subsistência humana, e esta é a área sobre a qual o homem recriado à imagem do Último Adão (I Coríntios 15:45) deve dominar. O avivamento do Reino restaura este domínio.

4-   UM MOVER DE CURA E SAÚDE.
No Céu os “corpos” são eternamente sãos; não há doenças, enfermidades ou deficiências lá. A saúde é a marca do Céu.

i-             A cura na expiação (Isaías 53:4-5)
As enfermidades também são uma conseqüência direta a Queda do primeiro Adão, que por causa do Pecado, contraiu em seu corpo e alma um processo degenerativo que passou a ser “natural”. A obra redentora de Cristo no Calvário é a perfeita expiação não somente para o Pecado, mas também suas para suas conseqüências. A palavra “salvação”, do grego “sozo”, é aplicada na realidade expiatória, tanto para a alma como para o corpo. Deus revelou isto na mensagem do profeta messiânico, Isaías. No avivamento do Reino, esta compreensão é restaurada ao corpo de Cristo, que aliás, no contexto da Comunhão (Santa Ceia), é a fonte da saúde de Cristo para nós. “...não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.” (I Coríntios 11:29c, 30)

ii-            A Cura e Saúde são parte da Benção Divina (Êxodo 23:25-26)
Uma compreensão plena da dimensão da Benção de Deus é um dos frutos da manifestação do Reino de Deus entre nós. No avivamento somos iluminados em nossa fé quanto a sermos abençoados em nosso suprimento e saúde. Esta é uma promessa de Deus que não está condicionada a uma dispensação passada ou a uma etnia: “E servireis ao SENHOR, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de ti as enfermidades. Não haverá alguma que aborte, nem estéril na sua terra; o número dos teus dias cumprirei.” Renove nisto sua esperança de cura divina para você, seu amigo ou ente querido; Deus quer curá-lo. Encontre na perspectiva do Reino, não somente a fé para crer nisto, mas a mente de Cristo para entender isto (I Coríntios 2:16)

iii-          Perdão e Cura na mesma realidade (Salmo 103:3; Mt 9:5-6)
Como já dissemos, não se dissocia o Perdão do Pecado e a Cura da Enfermidade, ambas estão incluídas na expiação. Aliás, ambas são constantemente citadas juntas nas Escrituras (como nos textos acima). Não queremos divagar sobre o porquê alguns não recebem a cura divina, pois o que está em destaque aqui é uma verdade bíblica restaurada em tempos de avivamento. O Reino de Deus é composto por corpos e almas saudáveis.

iv-          Em avivamentos do Reino enfermidades são erradicadas (Salmo 105:37)
Unida à provisão financeira, a saúde é uma dádiva divina provida em tempos de grande mover de Deus, quando o SENHOR transporta seu povo de uma dimensão limitada e escravizada a filosofias, para uma dimensão de fé e milagres. O povo de Israel foi transportado da realidade limitada do Egito, à caminho da terra que mana leite e mel. E disto fala o texto citado: “Mas, a eles, os fez sair com prata e ouro, e entre as suas tribos não houve um só enfermo”. Este êxodo próspero era reflexo de um concerto com Deus, e, se sob o Antigo Concerto Israel viveu neste nível de abundância, muito mais a Igreja sob um Melhor Concerto. “Mas agora alcançou ele [JESUS] ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas.” (Hebreus 8:6) São comuns relatos dos Evangelhos de Jesus curando a literalmente ‘todos’ os que se aproximavam dele. O último avivamento do Reino de Deus na Terra, trará um tempo de restauração do bem estar sem precedentes na história, e isto não está guardado para um “milênio escatológico” literal. As estatísticas mundiais indicam um significativo aumento da expectativa de vida na população mundial na última década, especialmente em países verdadeiramente cristãos. A mortalidade infantil está em declínio até ao ponto de ser erradicada; Isto é a prévia de uma restauração total (Atos 3:19-21) que acontecerá antes da Segunda Vinda de Cristo. “Não haverá mais nela [na Terra] criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o jovem morrerá de cem anos... Não edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até à velhice.” (Isaías 65:20, 22). Venha o teu Reino!!!

5-   UM ELEVADO NÍVEL DE ADORAÇÃO.
Não há silêncio no céu; lá todos os seres adoram a Deus ininterruptamente. Especialmente os seres angelicais, que são um padrão elevadíssimo de louvor e adoração.

i-             Na dimensão dos 24 anciãos (Apocalipse 4:10-11)
Anciãos prostrados e reverenciando outra pessoa, não é uma cena corriqueira, especialmente no contexto oriental e antigo, pois anciãos são compenetrados, protocolados e formais. Mas a adoração dos vinte e quatro anciãos na visão de João em Patmus revela o nível de expressado diante da presença manifesta de Jesus Cristo. Não há protocolos nem formalidades quando Deus traz a glória de seu Reino a Terra. Todo avivamento da história foi marcado por uma exuberante extravagância no culto cristão. A adoração se tornava emocionante, vibrante e quebrantada. É comum ver pessoas ao chão adorando o Redentor e lamentando seus pecados e indignidade.

ii-            Como Davi (Salmo 9:2; 29:9)
Como um nobre rei da maior de todas as nações da história, Davi foi e é um exemplo supremo de adoração e quebrantamento para as gerações. Correr, pular, clamar... Não parecem atributos de um rei, mas são atributos de um rei que conhece o Rei dos reis. Davi expressa a importância do “Glória!” no templo, e revela duas chaves da intimidade de Deus: (1) QUEBRANTAMENTO e (2) TEMOR. “Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado...” (Salmo 34:18) “O segredo do Senhor é para os que o temem...” (Salmo 25:14a).

iii-          O sacrifício é vivo e é fruto dos lábios (Romanos 12:1; Hebreus 13:15)
Alguns seguimentos mais tradicionais e formalistas da Igreja reputam por imaturidade e excessos as manifestações de louvor dos seguimentos renovados, porém, a expressão do louvor a Deus em qualquer âmbito deve ser marcada por palavras bíblicas de adoração como: “Aleluia!” e “Glória!”, além de expressões espontâneas que não podem ser contidas no coração, mas devem “borbulhar” da boca. Este é um tempo de restauração da adoração, que não estará mais condicionada a culturas denominacionais ou rigidez litúrgica, mas fluirá de uma Igreja Apostólica e que traz o Reino a Terra pela intercessão e adoração proféticas.

                   Conclusão
         Estamos vivendo, não na “Dispensação da Igreja”, a Igreja é somente uma agência do Reino, estamos no Tempo do Reino de Deus, ele já está entre nós (Lucas 17:20-21; Mateus 4:17), e agora, está caminhando para o ápice de sua influência nas vidas e nações (Salmo 22:27-31; 37:11, 22, 29, 34; 67:7; Lucas 13:20-21). Você faz parte disso, clame pelo Reino, e abandone sua mentalidade de “escape”. Esta Terra é sua, Deus a deu, conquiste-a. “Os céus são os céus do SENHOR; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens.” (Salmo 115:16; Mateus 5:5). Clame pela vinda do Reino de Deus à sua nação, cidade, bairro, sua casa, família, e é claro, à sua vida. Isto é AVIVAMENTO, e isto vai mudar radicalmente sua mente e sua vida para melhor.


Enéas Ribeiro