terça-feira, 30 de dezembro de 2014

CURA DIVINA ALÉM DA TEOLOGIA HUMANA

PARTE 6
"Cura Progressiva"

É imprescindível conhecer os atributos de Deus para começar a entender parte de suas obras. Certamente, a Cura Divina é uma dádiva da fidelidade de Deus (atributo moral) e da onipotência de Deus (atributo natural). É um atributo da fidelidade, pois está inclusa na Aliança tanto do Antigo Testamento (Êxodo 15:26), quanto do Novo Testamento (Tiago 5:14-15). É também da onipotência, pois algumas doenças transcendem os recursos da medicina (Marcos 5:26), mas Deus pode tudo! Sim, nada absolutamente é impossível para Deus (Marcos 10:27; Lucas 18:27), e para qualquer um que crer (Marcos 9:23).

Mas então, surge a indagação: Se Deus é Onipotente, porque nem todos são instantaneamente curados?

Sim, é verdade. Algumas pessoas após tomarem posse da cura em o Nome de Jesus, não contemplam sua cura no mesmo momento. Já tive experiências de ministrar cura a pessoas que foram, por exemplo, curadas “em dois tempos”. Gostaria de testemunhar um caso.

Em um culto marcado pela presença de Deus eu estava, como sempre, incomodado em ver um senhor de uns setenta e cinco anos de idade, chamado Luiz, confinado a uma cadeira de rodas. Ele havia sofrido um acidente um tanto grave, e quebrado seu cóccix (bacia). Os médicos lhe disseram que por causa de sua idade, seus ossos não teriam mais o poder de recuperação, assim, ele não poderia mais andar sem a cadeira de rodas. Ao sentir a unção do Espírito Santo fluindo em uma canção, eu decidi ir até o senhor Luíz e lhe perguntei: “O senhor crê que Jesus pode levantá-lo desta cadeira agora?” Meio relutante ele respondeu que sim, então eu lhe disse: “Em Nome de Jesus Cristo levanta desta cadeira e anda agora mesmo!”. Eu o tomei pela mão como o apóstolo Pedro fez ao coxo (Atos 3:7) e fui caminhando com ele pelo corredor central daquela igreja até que seus pés se firmassem. Ele passou a andar com certa dificuldade, trocando a cadeira por um andador, por uns dois meses, e depois eu me depare com ele e lhe cumprimentei muitas vezes andando firmemente pelas ruas da cidade sem aparelho nenhum, contrariando o diagnóstico médico de que jamais andaria novamente.

Como você pode ver, o Espírito Santo age também de forma “terapêutica” e “fisioterápica”. O irmão Luíz recebeu a cura definitiva naquela noite, mas somente depois de dois meses se viu andando de novo.

Algo semelhante aconteceu a um cego curado por Jesus. Não estamos falando de mim ou de qualquer outro evangelista ou ministro de cura, era o Senhor Jesus, cuja unção não tinha medida (João 3:34).

Jesus, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa? Este, recobrando a vista, respondeu: Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando. Então, novamente lhe impôs as mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido; e tudo distinguia de modo perfeito.
Marcos 8:23-25

Note nesta narrativa, que Jesus impôs as mãos duas vezes. A melhoria que o cego notou na primeira ministração, encorajou-o e, certamente, acrescentou sua fé para a segunda ministração. Mas outra coisa maravilhosa a se observar é que a cura aconteceu na primeira imposição de mãos do Senhor Jesus, pois o texto claramente declara: “Este, recobrando a vista” A idéia implícita no verbo “recobrando” é tanto de algo efetuado como também de algo efetuando. Ou seja, ele recebeu e continuaria recebendo até estar completo. “ficou restabelecido”.

À princípio o cego começou a ver imagens embaçadas, o que era uma grande coisa para quem antes fora completamente cego. Mas Jesus decidiu lhe impor as mãos novamente para ativar completamente a fé do homem, e este foi curado.

Outra passagem significativa quanto esta forma de cura, é a história dos dez leprosos curados por Jesus.

Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, que ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de nós! Ao vê-los, disse-lhes Jesus: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados.
Lucas 17:12-14

A lei concernente aos leprosos em Israel era muito criteriosa. Assim que uma pessoa notasse qualquer variação na pigmentação de sua pele, deveria apresentar-se aos sacerdotes para constatar se era lepra. Tendo sido constatado, a pessoa era excluída do convívio social para uma área da cidade reservada aos impuros. Ele somente teria autorização de se apresentar novamente aos sacerdotes, quando estivesse totalmente curado da lepra. Apresentar-se aos sacerdotes ainda leproso, era uma profanação das mais terríveis, e passível de morte.

Perceba que Jesus ordena que os leprosos se encaminhem aos sacerdotes antes destes verem em sua pele que estavam purificados, um ato que poderia ter-lhes custado a vida se não fosse pela fé.

Jesus não os tocou, apenas olhou para eles e disse: “mostrai-vos aos sacerdotes”, pois a cura aconteceu no exato instante da ordem de Jesus, mas apenas se manifestou de forma gradual enquanto eles se encaminhavam para a restauração de suas vidas. Não se manifestou enquanto eles ficaram parados ou se queixando de não estar vendo nada, mas enquanto iam. “...indo eles, foram purificados.

Três razões para uma cura ser gradual:

DEUS É SOBERANO. Ele faz suas obras como bem entender, e seus propósitos nem sempre são revelados a nós. “Assim como tu não sabes o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da mulher grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas.” (Eclesiastes 11:5)

A UNÇÃO NÃO É ESTÁTICA. A unção de cura do Espírito Santo começa a se movimentar no corpo enfermo a partir do ato de fé ou da ministração, e não para de se mover até que tenha se cumprido seu propósito integralmente (Filipenses 1:6). Até a unção do profeta já falecido não deixou de se mover em seus ossos até que fosse efetuado um milagre que faltava em seu ministério (II Reis 13:21).

A FÉ É GRADUAL. A fé é uma dádiva mensurável (Romanos 12:3). Pode ser pequena (Lucas 12:28) ou grande (Mateus 15:28), e pode ser acrescentada (Lucas 17:5). Os níveis de fé podem ser aumentados à medida que a fé é edificada e encorajada. É literalmente de fé em fé até a consumação da obra (Romanos 1:17).

Não tenha medo, a partir do exato instante em que você creu na Palavra de Deus acerca da Cura Divina, ou quando recebeu a imposição de mãos de uma pessoa de fé, ou foi ungido com óleo em Nome de Jesus, você já foi curado, agora, se você ainda não viu a cura manifesta, creia na soberania de Deus, creia que a unção de cura está em ação no seu corpo e alma, e sua fé deve ser edificada. Neste meio tempo, eis o conselho de Deus a você para conservar e aumentar sua fé. “Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo.” (Judas 20).


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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

CURA DIVINA ALÉM DA TEOLOGIA HUMANA

PARTE 5
"Milagres da Íntima Compaixão"

Não há dúvidas de que cada cura ou milagre realizado por Jesus em seu ministério foi motivado por algo maior do que a própria unção, o AMOR. O amor, na verdade, é a fonte de todo o bem divino, de onde emanam todas as misericórdias e a graça de Deus.

Nos evangelhos há em alguns textos, uma forma diferenciada de revelar a fonte dos milagres do Senhor. Trata-se de um “sentir” especial de Jesus que a Bíblia chama de “íntima compaixão”, no original grego é “splanchnizomai”. Os gregos consideravam o intestino (splanchna) como o lugar em que se originavam as emoções mais fortes. Os hebreus consideravam o splanchna como o lugar em que se originavam as suaves misericórdias e os sentimentos de afeição, compaixão, solidariedade e piedade. Splanchnizomai é a causa direta de diversos milagres de Jesus.

Vamos observar três Escrituras Sagradas sobre isto. Quero chamar de “Milagres da Íntima Compaixão”.

...Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias e não tem o que comer, e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho... E, tomando os sete pães e os peixes e dando graças, partiu-os e deu-os aos seus discípulos, e os discípulos, à multidão. E todos comeram e se saciaram...
Mateus 15:32, 36-37


E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo! E, tendo ele dito isso, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.
Marcos 1:41-42


E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam) e disse: Jovem, eu te digo: Levanta-te. E o defunto assentou-se e começou a falar. E entregou-o à sua mãe.
Lucas 7:13-15

A motivação interior correta potencializa o poder curador do Espírito Santo em nós. Muitos ministros de cura têm seus ministérios limitados pelos dons de curar (I Coríntios 12:9), ou pela fé que possuem no poder de Deus; este é o dom da fé (I Coríntios 12). É possível uma pessoa manifestar os nove dons do Espírito Santo sem, contudo ter o amor de Deus em seu coração (Mateus 7:22-23). Afinal, os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento (Romanos 11:29), Deus deu, está dado!

Mas é o amor de Deus em nós que dimensiona e aumenta a manifestação dos dons. O amor é o perfeito parâmetro para a operação sobrenatural (I Coríntios 13:1-2), é o caminho mais excelente para a vida poderosa (I Coríntios 12:31).

O cristão que for impregnado pelo amor de Deus e manifestar este amor em cada expressão de sua vida e ministério, é aquele que produzirá na terra os mais gloriosos milagres que os olhos podem contemplar. É o homem compassivo, que sente a dor do sofrimento humano, que se identifica e sensibiliza com a realidade decadente do homem.

Os dons de cura e operação de maravilhas na área da saúde, estão limitados pelo ego humano. Nossos corações são demasiadamente vaidosos para que Deus faça brotar uma perna ou braço amputado instantaneamente, ou para curar uma criança com síndrome de down...

Ao longo da história do cristianismo Deus usou pessoas para tais proezas, porém, em uma pequena escala, pois a plenitude do caráter de Cristo está para se revelar através da Igreja nesse tempo do fim (Efésios 4:13-16; Atos 3:19-21). Então veremos homens e mulheres piedosos e santos manifestando corriqueiramente tais sinais, pois estão possuídos de FÉ, PODER, e sobre tudo, AMOR AO PRÓXIMO. Quero estar entre estes.

Existe um “JOÃO 3:16 DIVINO” e um “JOÃO 3:16 HUMANO”. O divino é declarado pelo Senhor: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16). O humano é declarado pelo apóstolo do amor, João: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a vida por nós; e devemos dar a vida pelos irmãos.” (I João 3:16).

Não estamos, absolutamente, qualificados para assumir a enfermidade alheia. Não podemos fazer expiação, por dois motivos: (1) Possuímos em nós, ainda que morta, uma natureza caída e pecaminosa, até que deixemos este corpo, e (2) A obra de expiação perfeita e definitiva já foi realizada pelo Único Perfeito da história, JESUS CRISTO. Mas este poderosíssimo amor em nós, pode transcender a indiferença ou a mera “dó”.

Se o câncer de uma pessoa se tornar em meu coração, o “meu câncer” (pela compaixão sobrenatural), então, com isso unido à fé, eu estarei suficientemente adestrado e ungido para expelir o tumor visivelmente com apenas uma palavra.

Se o coma por morte cerebral de uma pessoa se tornar em meu coração, o “meu coma” (pela compaixão sobrenatural), então, com isso unido à fé, eu poderei com suprema autoridade declarar: “Cérebro, receba a vida agora!”. E assim será.

Sim, quando nossos “intestinos” e o nosso interior começarem a se compungir e a se revirar pela dor alheia, estaremos prontos para ministrar em outro nível de poder. Os milagres criativos se tornaram comuns. Aleluia!

Jesus pode redimir perfeitamente a humanidade da morte, miséria e doença, porque ele mesmo se identificou de forma vicária com essa caótica realidade humana (João 5:24; II Coríntios 8:9; I Pedro 2:24).

Como nas três narrativas bíblicas apresentadas acima, podermos através do amor, realizar constantes proezas como: multiplicar o sustento aos necessitados (Mateus 15:32, 36-37); curar todo tipo de enfermos (Marcos 1:41-42); e ressuscitar mortos (Lucas 7:13-15).

Estes são os milagres da íntima compaixão. Isto é SPLANCHNIZOMAI.


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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

CURA DIVINA ALÉM DA TEOLOGIA HUMANA

PARTE 4
"Deus quer curar e ponto"

Nestes quinze anos de ministério da Palavra e paixão pelo ministério de cura, tenho conduzidos muitas pessoas a essa experiência de fé e restauração da saúde. Mas tenho notado que o maior obstáculo para que alguns recebam cura é a incerteza sobre a vontade e a disposição de Deus em curar.

É necessário sanar nossas dúvidas sobre essa vontade soberana de Deus, pois esta ignorância bíblica produz uma forma “piedosa” de incredulidade. Digo piedosa, pois é a incredulidade de pessoas santas e fiéis a Deus, mas que desconhecem importantes facetas redentoras do caráter divino.

Vamos considerar quatro pontos importantes concernentes à vontade de Deus em curar:


1º Ponto: O ministério de Jesus revela a perfeita vontade de Deus para a humanidade.

Um dos propósitos cruciais da encarnação do Verbo, ou seja, da manifestação de Cristo em carne, foi o de revelar a vontade de Deus aos homens. Tudo o que Jesus falou e realizou na aqui na terra manifestou a vontade do Pai. Jesus disse: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.” (João 6:38). Ler também João 5:30.

Jesus jamais iniciou uma campanha de curas em que deliberou curar apenas alguns enfermos. Jesus vinha para pregar, ensinar e curar, e estas curas eram para todos, independentemente de se unirem aos discípulos ou não. Ele simplesmente curava para revelar a perfeita vontade de Deus. Deus possui uma natureza curadora, e Jesus o revelou. “Ninguém jamais viu Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.” (João 1:18).


2º Ponto: A natureza de Deus é totalmente boa, e na doença não há bem algum.

Deus é totalmente Bom, e dele emanam somente coisas boas (Salmo 34:8; I Pedro 2:3). A teologia acadêmica em suas indagações filosóficas chegou à imbecil conclusão de que a enfermidade e doença podem ser uma “benção” de Deus para nos ensinar “lições profundas”. Nada poderia ser mais tolo e herético. Nós colhemos coisas más de nossas sementes más (Gálatas 6:7); da parte de Deus somente podemos esperar boas coisas.

Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.” (Tiago 1:17). O salmo redentivo de Davi revela o perdão e a cura entre os bens da redenção: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. É ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tias enfermidades; quem redime a tua vida da perdição e te coroa de benignidade e de misericórdia; quem enche a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como águia.” (Salmo 103:2-5).

3º Ponto: A mente natural não tem revelação divina para a cura.

Você viverá e desfrutará em sua vida de todas as promessas das Escrituras que você conhecer e crer. É necessária uma revelação específica da Palavra. A revelação é um nível acima da informação, é quando o texto bíblico transcende o intelecto e brota no coração. Na verdade, mesmo a despeito da fé, o homem, como obra do Criador, tem em sua alma, certo potencial criativo. Sua mente pode, até certo ponto, determinar seu estado real. Gosto da clássica tradução RC da Versão Almeida do texto de Provérbios 23:7. “Porque, como imaginou na sua alma, assim é...” Tal poder criativo da alma humana é limitado, pois se trata de um poder mental (mera sugestão motivacional), porém, este poder pode ser potencializado no homem pelo dom da fé. Jesus declarou ao homem que buscava cura para um amigo: “seja feito conforme a tua fé” (Mateus 8:13).

Este nível de revelação está à disposição de todo aquele que nasceu de novo (João 3:3), tendo recebido a própria mente de Cristo (I Coríntios 2:16), e agora, à medida que cresce em sua caminhada com o Senhor, precisa de renovação progressiva para compreender a vontade divina em sua plenitude (Romanos 12:2), inclusive em relação à cura.
  
4º Ponto: Deus não faz acepção de pessoas para curar.

É uma experiência maravilhosa navegar nas narrativas do ministério de cura de Jesus enquanto esteve aqui na terra. Em qualquer lugar que fosse os resultados eram marcados por totalidade, ou seja, todos eram curados sem exceção. Aliás, pode ser feito um estudo interessante do termo “todos curados” nos Evangelhos e em Atos.

Não existe uma única pessoa na face da terra a quem Deus não queira curar. Como já disse, muitos obstáculos teológicos à cura divina foram erigidos ao longo da história da Igreja, mas isto nunca alterou o caráter de Deus (Malaquias 3:6; Hebreus 13:8).

Gosto de enfatizar uma das facetas mais sublimes do caráter divino: Deus não tem prediletos para abençoar. Deus não faz acepção de pessoas. “...o Senhor deles e vosso está no céu e que para com ele não há acepção de pessoas.” (Efésios 6:9) Ler também Dt 10:17; At 10:34; Rm 2:11; I Pe 1:17. E por Ele não fazer acepção de pessoas, o bem que Ele quer para um, Ele quer para todos. Para qualquer um que vier a Ele com fé buscando sua cura, Deus lhe responderá um retumbante “QUERO, FICA CURADO” (Mateus 8:6).

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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

CURA DIVINA ALÉM DA TEOLOGIA HUMANA

PARTE 3
"A Simplicidade da Cura Divina"

A sequidão espiritual gerada pela teologia acadêmica em relação à cura divina nasceu das divagações teológicas concernentes à vontade de Deus. Este debate intelectualmente “profundo” sobre a mente de Deus anulou a simplicidade da fé bíblica.

Paulo temia este tipo de apostasia, e, inspirado pelo Espírito Santo, deixou palavras de precaução e exortação sobre três aspectos: (1) O discurso profano da falsa ciência, (2) a rejeição da simplicidade de Cristo, e (3) o cristianismo da persuasão humana.

O DISCURSO PROFANO DA FALSA CIÊNCIA

As ciências humanas têm se ostentado como a palavra final da verdade absoluta. Nada poderia estar mais longe da realidade. A ciência é baseada no experimento, mas tem afirmado suas teses sem confirmação verdadeiramente cientifica, simplesmente porque não acreditam naquilo que não podem explicar.

A verdadeira ciência é aquela que piedosamente constata fenômenos e leis naturais criados por Deus. A falsa ciência é aquela que arrogantemente tenta desmitificar a Bíblia e desacreditar o sobrenatural.

Em cada geração, são os jovens que parecem se encantar com as divagações cientificas, pois são eles que ao entrarem na fase adulta começam a buscar resposta para as eternas perguntas existenciais: Quem sou? De onde vim? Para onde vou? Mesmo jovens ministros parecer ter essa “quedinha” pelo conhecimento científico (não há nenhum problema nisso). Timóteo era um jovem pastor de igrejas do primeiro século, que como qualquer ministro era ridicularizado por filósofos, cientistas e médicos pela simplicidade de sua fé em Cristo. Paulo então instiga sua fidelidade e perseverança com esta exortação:

Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos da falsamente chamada ciência.
II Timóteo 6:20

Não importa o que digam os médicos e seus diagnósticos, por mais precisos e verdadeiros que sejam; a última palavra sobre a saúde de um redimido pertence a Deus, e esta palavra é de cura.

A cura é uma dádiva da Redenção. Já foi conquistada. Já está à disposição de toda a humanidade que, crendo reconhecer que Jesus Cristo é Salvador e Senhor. A ciência humana pode comprovar, mas só Deus pode revelar. Toda revelação verdadeiramente científica, está em Cristo. “...[Cristo], em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos.” (Colossenses 2:2-3)

A REJEIÇÃO DA SIMPLICIDADE DE CRISTO

Após a Queda, a mente humana desenvolveu um verdadeiro culto ao conhecimento e às “coisas profundas”. Assim como o primeiro casal, Adão e Eva, que rejeitaram a simplicidade dos limites impostos por Deus em troca de acréscimo de conhecimento (Gênesis 3:6). Desde então, a ausência de Deus, gerou uma intrínseca preocupação com questões existenciais, o que fez surgir no contexto grego, a filosofia (philia = “amor” e sophia = “idéias”, “conhecimento”). A filosofia tornou-se literalmente o culto ao saber.

Tipologicamente vamos entender assim: Jesus é chamado de o Último Adão (I Coríntios 15:45), então, assim temos também uma “Última Eva”, a Noiva de Cristo: A IGREJA. Eva foi seduzida pelo conhecimento do bem e do mal, e se apartou da simplicidade divina, imergindo a raça humana no universo das contradições científicas e das trevas da ignorância e incredulidade. O temor do apóstolo Paulo era que a Última Eva fosse enganada como a primeira.

Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo.
II Coríntios 11:3

Não há nada de intelectual em cura divina. Não há divagações teológicas que expliquem como Deus cura. Ele simplesmente cura.

Também não deve haver questionamentos profundos e filosóficos sobre a vontade de Deus em curar. Ele quer curar a todos. Jesus disse ao leproso que mencionou sua vontade de curá-lo e limpá-lo de sua lepra: “Quero, fica limpo!” (Mateus 8:3). Em outras palavras: “Quero, seja curado!” Simples assim! Se Jesus quis curar o leproso ele quer curar a qualquer um, pois Deus não faz acepção de pessoas (Efésios 6:9). A incredulidade e a ausência de autoridade anulam a simplicidade.

O CRISTIANISMO DA PERSUASÃO HUMANA

Ao longo da construção histórico-teológica da Igreja, a perda da simplicidade a levou a se embrenhar na vastidão oca das ciências humanas, assim, a velha e maravilhosa homilia cristã inspirada e confirmada pelo Espírito Santo, deu lugar aos discursos eloquentes da razão.

Sem o simples poder de Deus os mestres da igreja passaram a estudar sistemas gregos de discurso e retórica para persuadir as pessoas sobre sua religião cristã seca, formando uma geração de “convertidos” fracos e sem influência espiritual genuína. Preocupado com este tipo de “cristianismo” entre os crentes da igreja de Corinto, Paulo escreve:

A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus.
I Coríntios 2:4-5

Não desprezo a boa contribuição da ciência homilética como auxiliadora na organização de pensamentos proféticos, porém, não é papel do homem persuadir ou convencer as pessoas, este ministério é do Espírito Santo: “Quando ele [o Espírito Santo] vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” (João 16:8).

Cristianismo filosófico não é cristianismo. Cristianismo meramente discursivo não é cristianismo. Não existe cristianismo sem a demonstração do Espírito Santo. Não existe cristianismo sem sinais (Marcos 16:17-18). Os cristãos devem orar neste sentido (Atos 4:29-31). À exemplo de Cristo, o testemunho cristão deve ser feito e ensinado, ouvido e visto (Atos 1:1; 2:33; 8:6; Mateus 11:4; Tiago 1:22).

E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam.
Marcos 16:20


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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

CURA DIVINA ALÉM DA TEOLOGIA HUMANA

PARTE 2
Teologia Acadêmica X Teologia Bíblica

Já que os teólogos estéreis gostam tanto de sistematizar Deus e suas obras, então que entendam que CURA DIVINA é uma doutrina das mais importantes do cristianismo bíblico, há uma teologia muito clara e concisa a respeito da CURA DIVINA. Não estou em hipótese alguma depreciando a Teologia, mas precisamos compreender que teologia não é um laboratório onde o Deus Todo Poderoso é visto como um mero “rato de experiências”.

Quero aqui conceituar este paradoxo da boa e da má teologia definindo a má como a mera TEOLOGIA ACADÊMICA, e a boa como a TEOLOGIA BÍBLICA. Convenhamos que embora algumas escolas bíblicas rejeitem o termo “teologia”, qualquer estudo sistemático e organizado da Bíblia e de suas doutrinas é teologia, estando ou não num ambiente acadêmico.

Então, qual o problema da mera teologia acadêmica em relação à cura divina?

Simples. A teologia acadêmica ao longo dos séculos criou sistemas de pensamento contra a atualidade da cura divina, para justificar sua falta de fé bíblica e autoridade espiritual. Ou seja, já que muitos não têm a fé verdadeira, e já que alguns não são curados, é mais fácil criar uma teologia pobre de que Deus mudou e não cura mais; eles dizem: “curas e milagres foram para os tempos apostólicos da Bíblia”. Outros teólogos, que se dizem pentecostais, dizem que a cura não é para todos, ou que Deus envia enfermidades para provar seus filhos.

Chego a ficar enjoado com tanta heresia e tolice!

Aqueles que já absorveram esse besteirol teológico precisam urgentemente renovar suas mentes pela revelação da Palavra de Deus, e aqueles que nunca ouviram sobre o SENHOR QUE SARA (Êxodo 15:26), precisam do verdadeiro Evangelho, o EVANGELHO DO REINO.

A cura é mais do que um mero dogma pentecostal, é um efeito direto e essencial da Redenção.

Veja, o PECADO que entrou na natureza humana e na terra pela desobediência do primeiro Adão, colocou toda a raça humana debaixo da maldição da LEI. Que maldição é esta? São as consequências da quebra da Lei. E que Lei é esta? São os códigos morais estabelecidos para o homem nos padrões da Santidade de Deus, que estão descritos ao longo do PENTATEUCO, que são os cinco (5) primeiros livros da Bíblia. Nesta coleção de livros sagrados entendemos que o castigo pela transgressão da Lei era aplicado em três formas: MORTE, MISÉRIA e ENFERMIDADE. Isso está bem expresso no livro de Deuteronômio 28:15-22,27-29,35,58-61.

É aí que entra a obra de Jesus Cristo. Nós, por sermos pecadores, não estávamos qualificados para pagar o preço pelos nossos pecados diante de Deus, pois era caríssimo (Salmo 49:7-8). Jesus, na cruz, efetuou uma obra substitutiva em nosso favor:

Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro)
Gálatas 3:13

Assim, Cristo nos resgatou da tríplice maldição da Lei: SEGUNDA MORTE, MISÉRIA e ENFERMIDADE.

O caráter curador de Deus implícito em seu Nome Redentor, está baseado numa Aliança (Êxodo 15:26).

Nossa SAÚDE é a perfeita vontade de Deus (II João 2). Deus condiciona esse estado de SAÚDE à dois critérios: (1) CONHECER A ALIANÇA e (2) OBEDECER A ALIANÇA.

Se servirmos fielmente ao Senhor debaixo dos preceitos da Aliança estabelecida por Ele, como povo de Deus teremos, no mínimo: (1) Alimento abençoado; (2) Cura Divina; (3) mulheres férteis e de útero saudável; e (4) vida longa.

Servireis ao Senhor, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e tirará do vosso meio as enfermidades. Na tua terra, não haverá mulher que aborte, nem estéril; completarei o número dos teus dias.
Êxodo 23:25-26

A razão de não-cristãos padecerem enfermidades terríveis, é a desobediência à Aliança do Calvário. Já a razão de cristãos nascidos de novo padecerem enfermidades terríveis, é a ignorância em relação à Aliança do Calvário.

O cristão que teve a fé na cura divina construída por uma teologia filosófica e fatalista, não crerá corretamente para receber cura ou ministrar cura.

A primeira coisa que devemos buscar para receber uma revelação sobre a Nova Aliança no que tange à nossa saúde e à cura divina, é a compreensão bíblica da vontade de Deus.

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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

CURA DIVINA ALÉM DA TEOLOGIA HUMANA

"A Cura e eu"

Como ministro do seguimento pentecostal, minha jornada na teologia começou logo no início de meu ministério no ano 2000. Confesso que trafeguei pelas estradas sinuosas de várias escolas do pensamento teológico, desde a teologia pentecostal clássica de Stanley Horton e Myer Pearlman, passando pela teologia reformada dos puritanos, além de absorver muito da teologia wesleyana. Também me atrevi na pesquisa teológica de liberais como Rudolf Bulltman e Paul Tilich. Gostei muito da abordagem histórica e filosófica da teologia sistemática de Alister Mcgrath. Aprofundei-me nos textos do teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer, devorei a teologia de Berkhof. Por fim, me identifiquei muito mais com a teologia mística e contemplativa de Madame Guyon, Conde Zinzendorf, George Fox, e Evan Roberts.

Eu sempre fui muito cuidadoso com a construção lógica de meu pensamento teológico, pois observei que muitos ministros ungidos e de espiritualidade prática tornaram-se céticos ou inférteis em sua vida espiritual em função do acumulo da mera teologia acadêmica.

Meu cuidado se deveu ao fato de eu ser um ministro de origem carismática, por isso, nunca abandonei a ênfase na obra do Espírito Santo, e em especial os dons e as operações bíblicas da cura divina. Foi inevitável para mim, encontrar boas respostas nos escritos do mais “demonizado” ministro de nossa geração, o saudoso irmão Kenneth E. Hagin. Irmão Hagin é sem dúvida o escritor mais apedrejado deste século pelos apologistas secos. Porém, devo admitir que a praticidade e efetividade de meu ministério afloraram com a literatura do seguimento chamado a “Palavra da Fé”, que mesmo possuindo algumas vertentes extremistas, tem produzido um modelo muito poderoso e bíblico de ministério cristão.

Os escritos de Hagin me levaram a outro grande autor de ministério poderoso e prático: Dr. T.L. Osborn. Aquilo que muitos teólogos decidiram chamar de “teologia da prosperidade” por não compreenderem os ensinos da Fé, mudaram minha vida, pois o sobrenatural de Deus se tornou para mim uma experiência básica de meu ministério.

Minha ênfase se firmou no conceito bíblico da Nova Criação e da Vida do REINO, levando centenas de pessoas a experiência de salvação, avivamento e CURA.

A CURA DIVINA não pode ser vista como uma manifestação esporádica da onipotência de Deus. A cura divina está intrinsecamente ligada à expiação, ou seja, a obra de Cristo no Calvário redimiu o homem da maldição do Pecado e de suas consequências, inclusive a DOENÇA.

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

CONFISSÕES DE UM PASTOR EVANGELISTA


O início de meu ministério como pregador se deu como itinerante, ou seja, eu não tinha um púlpito fixo para pregar. Este tempo maravilhoso durou cinco anos, ministrando em grandes congressos, conferências e algumas cruzadas. Uma agenda frenética todo final de semana e algumas campanhas de meio de semana. Depois, em 2005, fui enviado pelo meu pastor para dirigir a minha primeira igreja. Mesmo como pastor local, ainda atuava intensamente como evangelista, mas agora, minha visão sobre o trabalho abnegado de um pastor estava aberta.

Penso que todo evangelista e pregador itinerante deveria ter uma experiência como pastor de igreja para compreender a mente pastoral e vivenciar o dia a dia do povo para quem prega. Assim, pregadores itinerantes evitariam muitas tolices.

Da mesma sorte, todo pastor de igreja poderia ter sua experiência itinerante para compreender as necessidades e demandas deste ofício.

Cada um destes trabalhos no Reino tem sua grandeza e importância, nenhum deles é, absolutamente, mais importante do que o outro.

Pastores deveriam entender que precisam de evangelistas periodicamente para revitalizar sua igreja e também “descansar um pouco” (se é que isso é possível) de sua árdua rotina de pregações semanais. Pastores devem abençoar evangelistas com boas ofertas por seu ministério diferenciado aos santos.

Por sua vez, evangelistas deveriam entender que precisam de pastores para os orientarem e corrigirem, e é claro, para lhes ministrar ofertas de amor. Evangelistas não devem extorquir igrejas cobrando por seu ministério (Mt 10:8), isto tem manchado a Igreja.

Hoje, perto de completar quinze anos de ministério da Palavra (em 2015), dos quais cinco foram somente como evangelista e os últimos dez como pastor de igreja, tenho buscado a sabedoria e o equilíbrio bíblico para o ministério. Muito embora eu saiba que tenho muito a aprender, aprendi com o Espírito Santo muitas coisas preciosas que têm elevado meu ministério a padrões de excelência e piedade.

Jamais deixei de ser um evangelista, ou de atender convites de outras igrejas e colegas de ministério, mas de forma esporádica, devido às atribuições pastorais. Confesso que por alguns meses, devido ao descomprometimento de alguns pastores com as necessidades de um evangelista, fechei pequenos valores de oferta para pregar, mas isto passou rapidamente a não me cair bem. Senti-me profundamente ferido em minha consciência, e persuadido pelo Espírito Santo a confiar somente na provisão divina.

Por conta de ter me tornado um pastor de igreja, percebi algo estarrecedor. Alguns pastores colegas que outrora me convidavam para seus eventos e congressos todos os anos, passaram a me ver como concorrente, não digo isto somente pelo fato de terem fechados suas portas ao meu ministério que os abençoou tremendamente com salvação, curas, profecias, e crescimento da igreja. Mas digo isto pela atitude de indiferença e muitas vezes de aversão de alguns. Este parece ser um problema não tratado em muitos pastores, a insegurança com relação à sua própria chamada. Eles acreditam que alguém pode agradar mais com sua pregação e “roubar” membros. Que tolice! O rebanho é de Jesus, e cada pastor tem as ovelhas designadas pelo Sumo Pastor Jesus. Mas é claro que isso não paralisa um ministério levantado por Deus, muitas outras portas se abriram e se abrirão.

Outro sentimento que me inquietava no início de meu ministério pastoral, era a diferença na manifestação dos dons quando eu pregava para a minha igreja local e quando saía como evangelista. Notei que fora da minha casa eu pregava seguido de muitos sinais de cura, libertação e profecias, já pregando na igreja que pastoreava, estes sinais também ocorriam, porém, numa escala bem menor do que fora. Então compreendi dois princípios bíblicos: (1) O Profeta em sua própria casa não tem honra (Mt 13:54-58), e (2) Os dons operam segundo a necessidade dos ministérios (I Co 12:7, 11). Este segundo me chamou mais atenção. Cada um dos cinco ministério (Ef 4:11) é especialmente dotado de alguns dos nove dons (I Co 12:8-10) espirituais. Como pastor e profeta ministrando em minha igreja, os dons predominantes em meu ministério sempre foram a palavra de sabedoria, a palavra de ciência, o discernimento de espíritos e a profecia. Já como evangelista os dons que predominam são os dons de cura e o dom da fé. Embora todos estes dons podem se manifestar de forma aleatória em qualquer um dos ministérios segundo a vontade de Deus.

Os dons de cura, por exemplo (a manifestação que mais me empolga), eu os ministro de uma maneira como pastor e de outra como evangelista (todo pastor deveria buscar e operar nos dons de cura). Como evangelista, gosto de após pregar, ministrar cura e dar oportunidade para que pessoas testemunhem que receberam. Normalmente, pregando fora de minha igreja, as pessoas me recebem como evangelista, e têm essa expectativa e fé neste tipo de manifestação. Além disso, a mensagem é curta e tenho mais tempo de ministrar assim. Já como pastor, também sempre ministro cura, porém, os testemunhos ocorrem durante a semana e em minha caixa de e-mail. Isso porque devo dar tempo suficiente e maior para a edificação da Igreja pelo ensino da Palavra. Ministro segundo a necessidade da mensagem inspirada e pregada, e também ministro cura “por atacado” como dizia o lendário Smith Wigglesworth, e as vezes com imposição de mãos. Tenho comprovado que a simples pregação da Palavra (o Evangelho do Reino) tem o poder de curar enquanto é ouvida (Sl 107:20; Lc 7:7).

Ao longo dos anos tive alguns conflitos interiores em relação à minha chamada e ministério, pois não entendia porque sendo eu um evangelista inflamado e apaixonado por este ministério, fui direcionado por Deus para estabelecer uma igreja. Por várias vezes planejei deixar a igreja com um sucessor e me dedicar somente ao ministério evangelístico. Hoje compreendo que o Senhor quer que eu concilie ambos, e eu recebi paz em meu espírito, pois amo o rebanho de minha igreja como nunca, e sei que não os deixarei. Ao mesmo tempo estou alegremente atuando como evangelista e abrindo cada dia mais a minha velha agenda itinerante.

Uma das revelações mais claras em meu espírito para me nortear e trazer esta paz foi a passagem bíblica de II Timóteo 4:5, em que o apóstolo Paulo dá uma orientação ao jovem pastor Timóteo, que era pastor sênior (bispo) das igrejas de Éfeso:

Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

A REDENÇÃO COMPLETA DO REI



Introdução
A mensagem do Evangelho do Reino é uma mensagem essencialmente redentora em seu conteúdo, pois diz respeito a uma primeira espécie real que fracassou trazendo a morte e o caos para toda a criação e criaturas, e sobre o Rei que, fazendo-se servo, trouxe restauração desse estado caótico através de sua obra expiatória, estabelecendo assim, o Reino que o Criador anelava desde o princípio. O fato é que ao longo dos séculos o caráter pleno e definitivo desta poderosa obra redentora tem sido diluído pela teologia, tornando assim a Igreja uma “peregrina intrusa” na Terra, que é encorajada por essa teologia a não empreender esforços de conquista aqui, pois anseia por um ideal relativo de céu. Esse escapismo que tem sido a escatologia predominante a pouco mais de um século, que fala de uma forma de “arrebatamento invisível” que tirará a Igreja de sua labuta terrena, produziu uma mentalidade derrotista na Igreja que deveria ser militante, restringindo a obra da Redenção meramente ao âmbito da alma humana. A Redenção efetuada por Jesus Cristo, como já dissemos anteriormente, foi completa, tanto com relação à criação inanimada, como à criatura, “todas as coisas”. (Colossenses 1:20). E especialmente a criatura, tem sido redimida em sua totalidade, apenas aguardando uma coroação definitiva, que dentre outros aspectos nos garante um corpo glorificado (I Coríntios 15:52-58).

A REDENÇÃO DA IMAGEM DIVINA NO HOMEM

A diferença de uma imagem de TV normal, HD, Full HD ou ruim e cheia de chuviscos, é a sintonia com o satélite. Se movermos o receptor exatamente em direção à face do satélite, teremos uma imagem perfeita, e qualquer desvio dessa posição poderá comprometer a qualidade da imagem. A obra redentora de Cristo possibilitou ao homem, outra vez mover seu coração em direção à face do Deus Criador. O primeiro Adão começou a perceber as primeiras “interferências” na imagem divina em si quando colocou seu “receptor” debaixo de uma árvore proibida; até então ele não havia perdido a imagem de Deus (Gênesis 1:27), mas ao comer do fruto, logo ele percebeu que tudo ao seu redor começou a perder a beleza, a vida e cor, inclusive ele. Era necessário erguer num lugar elevado, uma “antena” de alta qualidade para restaurar ao homem uma imagem de alta qualidade; mas somente alguém perfeitamente qualificado poderia erguer essa antena sob a tempestade da ira de Deus. Quatro mil anos depois de péssima imagem, Jesus Cristo, no alto do Monte Calvário “fixou” a cruz diante do Pai, e através dela, para o corpo de Jesus convergiram todos os pecados do homem caído, e consequentemente, toda ira de Deus recaiu sobre ele, para que a humanidade fosse restaurada pela fé à imagem divina. Desde a eternidade Jesus nos predestinou para ser à sua imagem (Romanos 8:29). O que é maravilhoso, é que em breve, a qualidade de imagem dos filhos de Deus será ainda superior. “E, assim como trouxemos a imagem do terreno [Adão pós-Queda], assim traremos também a imagem do celestial [Cristo glorificado].” (I Coríntios 15:49).

A REDENÇÃO DA AUTORIDADE DIVINA NO HOMEM

Como já dissemos, o texto áureo da delegação da autoridade real divina ao homem é Gênesis 1:26 “...Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine...” O substantivo domínio, em sua tradução original (hebraico) é “RADAH”, que significa: REINO, SOBERANIA, GOVERNO. Assim, o propósito original do Criador era que o homem estabelecesse aqui na Terra um Reino soberano e a governasse sob a regência e as qualidades do céu. Como todas as demais graciosas dádivas da Criação Original, com a Queda, essa autoridade foi perdida. E assim como todas as demais dádivas perdidas, a Redenção restaurou também a Autoridade do homem (redimido). O homem redimido possui autoridade divina sobre (1) o Mundo (I João 4:5); (2) o Pecado (Romanos 6:14); e (3) o Diabo (Lucas 10:19). Não resta neste universo nenhuma forma ou fonte de autoridade que não tenha sido transferida ao Senhor Jesus Cristo, e foi com essa autoridade que ele nos comissionou e enviou. “...É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinais todas as nações...” (Mateus 28:18-19). A Igreja como Agência do Reino de Deus na Terra, neste tempo do fim, exercerá sua Autoridade Real sobre todo este sistema corrompido chamado “mundo” (do grego “cosmo”), vivenciará um tempo de santidade coletiva sem precedentes na história exercendo essa autoridade sobre a força do pecado, e como nunca antes, destruirá todas as fortalezas das trevas neste planeta. Esta autoridade, ou poder delegado, consiste na suprema realidade da habitação de Deus em nós, redimidos (Colossenses 1:27), pois Ele nos enviou seu próprio Espírito para nos garantir tal poder (Atos 1:8). 

A REDENÇÃO DA COMUNHÃO DIVINA NO HOMEM

A maior dádiva de Deus para o homem era sua inigualável comunhão. A palavra comunhão (gr. “koinonia”) significa: intimidade, cumplicidade, amor etc. O tipo de relacionamento entre Deus e o homem não estava baseado em alguma mediação humana ou ritual, era uma amizade reverente entre Pai e filho. O primeiro rei, Adão, abdicou desta maravilhosa dádiva dando ouvidos à Serpente. Adão e toda a espécie humana perderam esta comunhão paterna com o Criador e Pai. Mas o último Adão, o Rei Jesus redimiu este relacionamento, tornando outra vez possível este relacionamento íntimo e glorioso. A Obra Redentora de Cristo Jesus reconciliou o homem com Deus, “isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.” (II Coríntios 5:19). Na verdade, toda a criação foi reconciliada a Deus por meio daquele poderoso e precioso (I Pedro 1:18-19) sangue vertido na cruz. “porque foi do agrado do pai que toda a plenitude nele [o Rei Jesus] habitasse e que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele [do Rei Jesus] reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus.” (Colossense 1:19-20). A reconciliação foi completa através das Redenção do Rei.

A REDENÇÃO DA GLÓRIA DIVINA NO HOMEM

O tipo de comunhão supracitada estava além do mero testemunho interior do Espírito Santo no espírito do primeiro rei (Adão), na verdade, Adão era constantemente envolvido por uma experiência de êxtase indescritível, seus olhos nunca viram alguma manifestação antropomórfica (forma humana) de Deus (I Timóteo 6:16). Perdida esta comunhão o ponto de contato para ao menos vislumbrar a glória de Deus era a invocação de seu nome iniciada por Enos (Gênesis 4:26), pois desde então, todo homem oriundo da “primeira espécie”, foi completamente destituído da glória de Deus (Romanos 3:23). Moisés desfrutou de uma discreta e diluída fração desta glória no Monte Horebe (Êxodo 34:29-30), mas o fato é tudo era apenas lampejos do desejo de Deus de restaurar o homem à sua glória. Eis aqui a glória do último e glorioso Rei Jesus, o Cristo: Ele restaura o homem à glória de Deus justificando-o por sua graça e REDENÇÃO. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.” (Romanos 3:23-24). Em Cristo, somos não mais expostos à glória de Deus externamente, mas esta glória divina é depositada em nós, brilha em nós, e cresce em nós à medida que absorvemos a imagem de Cristo (II Coríntios 3:13-18). O Rei Jesus Cristo em nós, esperança da glória definitiva (Colossenses 1:27), assim, reinamos em vida por Ele (Romanos 5:17).

Conclusão

A plenitude desta poderosa Redenção é o fato do Evangelho do Reino. Deus, em Cristo consumou todas as coisas, redimindo tudo e resgatando para si mesmo. Desde a obra redentora do Calvário, os efeitos da mesma, vem fazendo convergir para Deus, através da Igreja, todo o universo. O Rei Jesus Cristo é a Pedra, que já foi lançada sobre a Terra, e já deu início ao Reino que que consumirá todos os reinos da terra e não terá mais fim (Daniel 2:44). Não se engane, esta profecia de Daniel se cumpriu no primeiro advento do Rei Jesus. Daniel teve a visão do Cristo vencedor entrando na presença do Pai após ter consumado a obra da cruz, recebendo o Reino e o o poder para sempre. “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar a ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído.” (Daniel 7:13-14). A Redenção do Rei foi plena, completa e definitiva, e culminará em breve diante de toda a Terra, diante de nossos olhos. Aleluia!