sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

CRIANDO A MENTALIDADE REAL


Podemos definir a mente como o arquivo dos conceitos, informações, imaginação e memórias que norteiam nossa vida, estabelecem nosso caráter e determinam o nosso destino. Toda a reconstrução dos propósitos divinos para o homem diz respeito a uma desconstrução de mentalidades iludidas pelo sistema mundial; desconstruir velhos paradigmas e construir novos. Quando mudamos a nossa mente, mudamos a nossa vida. Satanás não está interessado em possuir, destruir ou se apoderar de nossas “coisas”, ele deseja se apoderar de nossas mentes, para tanto, ele ataca nossas coisas para afetar a nossa mente. Satanás não tinha o menor interesse pela família, terras, os animais, bens, e a saúde de Jó, o que ele queria era a mente de Jó (Jó 2:4-5). Tocando nas coisas, o Diabo conseguiu entrar na mente da esposa de Jó, assim passou a controlar seu comportamento e conseqüentemente, sua vida, mas a vida de Jó continuava influenciada pelo Reino de Deus (1:20-22), porém, não controlada e totalmente submetida, pois estava sujeita ao medo (3:25-26).
Se desejarmos viver esta vida do Reino na totalidade dos propósitos divinos e na plenitude da revelação do Filho de Deus, precisaremos pensar como príncipes, filhos do Rei. Precisamos de uma mente real, ou, de uma MENTALIDADE REAL. Não pensarmos como religiosos, nem tão pouco como “crentes”, mas pensarmos como novas criaturas, pois isto é o que realmente importa (Gálatas 6:15). Este processo é um milagre do Espírito Santo em nós, porém, tem uma participação nossa através da absorção da revelação das Escrituras e de atitudes espirituais decisivas.
  
i-                   RENOVANDO O ENTENDIMENTO ORIGINAL

O entendimento original é o entendimento da mente original, ou seja, a mente de Adão antes da Queda. A mente de Adão possuía um alinhado e aguçado senso de propósito, ele não “vivia por viver”, mas vivia guiado por seu propósito divino para cumprir o seu destino profético. Enquanto ele estava submetido à Palavra revelada de Deus, ele estava cumprindo o seu propósito divino e rumando ao seu destino profético, quando abraçou uma “teologia” alternativa, sua mente iniciou um processo de deterioração e buscas intuitivas pela Verdade. É por isso que o homem se ressente de uma falta de sentido na vida, e a filosofia nasceu no ápice deste anseio humano por propósito. O homem não tem conseguido responder as cinco indagações que permeiam sua existência: (1) Quem sou eu?; (2) De onde eu venho?; (3) Porque eu estou aqui?; (4) O que eu posso fazer?; e (5) Para onde eu vou? O homem não conhece a vontade de Deus porque não conhece a si mesmo, e não conhece a si mesmo porque não conhece a Deus, mas ao nascer de novo dá início a um novo processo: “...transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2). O início deste processo se dá quando oferecemos a Deus o nosso corpo como um culto deliberado e contínuo (Romanos 12:1). Note no v. 2 “renovação”. O prefixo “re” remete-nos à idéia de “tornar à”, “voltar para”, assim, o termo renovação do entendimento significa: “retorno da mente ao entendimento original”. Isto é um evento e um processo; começa com o novo nascimento que nos credencia a entrar no Reino (João 3:3), e tem seguimento com a formação progressiva de Cristo Jesus, o Rei, em nós (Gálatas 4:19; II Coríntios 3:18). Por isso, nascer de novo não basta, é preciso crescer, ou seja, amadurecer na mente.
 
ii-                DESTRUINDO OS IMPÉRIOS DA MENTE

À partir do evento da Queda do primeiro Adão, as fortificações de defesa da mente humana começaram a ruir, ficando imunes aos ataques do sistema mundial corrompido e controlado pelo Inimigo do Deus Criador e de sua criação. O que tem havido desde então é uma invasão de valores relativizados e ignorância espiritual, que edificaram portentosas fortalezas e impérios na mente do homem. Estes impérios são o acúmulo de culturas pagãs oriundas de civilizações históricas como Babilônia, Grécia, e Roma. Isto implica em dizer que, no que o psicanalista Carl Jung conceituou como o “inconsciente coletivo”, o gênero humano na civilização moderna está permeado pela cultura destas civilizações ancestrais que ruíram politicamente, mas subsistiram em seu espírito. Estes impérios da mente devem ser destruídos, e o único poder capaz de fazer isto é a influência do Reino de Deus (Daniel 2:42-25). Para isto a Igreja, agência do Reino de Deus não precisa empreender métodos carnais pois “...as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas.” (II Coríntios 10:4). A destruição dessas fortalezas segue dentre outros os seguintes passos: (1) destruição dos conselhos filosóficos; (2) destruição da altivez humana; (3) conduzir à força todo entendimento à obediência do Rei Jesus. O problema do homem moderno não é o Pecado, pois este problema foi sanado pelo Cordeiro de Deus (João 1:29), o maior problema do homem moderno é a ignorância causada pelo “deus deste século” (II Coríntios 4:4). Como Igreja, o povo do Reino, precisamos entender que Jesus era a luz do mundo enquanto estava no mundo (João 9:5), agora, como Ele mesmo declara, nós somos a luz do mundo (Mateus 5:14). Ignorância é, literalmente TREVAS, assim como conhecimento é literalmente LUZ. “Porque Deus, que disse que das trevas resplandece a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.” (II Coríntios 4:6). As armas da luz (Romanos 13:12; Efésios 6:10-20) destruirão todas as fortalezas das trevas ainda resistentes na coletividade da mente humana antes da Vinda do Rei Jesus (Atos 3:19-21).

iii-              RECEBENDO A MENTE DO REI

Todo este processo de desconstrução e demolição mental tem um único objetivo: uma poderosa reconstrução mental. Quando estas fortalezas de culturas pagãs são destruídas, dão terreno para a construção da mentalidade real em nós, e isto porque somos dotados da própria mente do Rei para: (1) Cumprirmos nosso propósito e destino profético no Reino; (2) Governarmos e estabelecermos o governo do Rei na Terra; (3) Influenciarmos as mentes imperiais escravas com a mentalidade real; (4) Compreendermos e aplicarmos os valores restaurados do Reino para este tempo; (5) Como embaixadores do Reino viver um estilo de vida apostólico; (6) Compreendermos e anunciarmos o Evangelho do Reino. Estes aspectos da mente real são exatamente produtos da Mente de Cristo no homem recriado. As Escrituras nos revelam que há três espécies de homens: (1) o homem natural (I Coríntios 2:14); (2) o homem carnal (3:1); e (3) o homem espiritual (2:15). O homem natural é o produto da linhagem do 1º Adão, cuja compreensão das coisas e, sua cosmo-visão, são apenas captados pelos sentidos naturais: visão, audição, paladar, tato, e olfato (Efésios 2:1-3). O homem carnal é justamente aquele que experimentou a salvação e o até nasceu de novo, porém, não cresce, pois sua vida é guiada pela velha natureza carnal e adâmica (Romanos 8:5-8).  O homem espiritual absorve a realidade do Reino de Deus que está sendo restaurada em nosso tempo; e não é de se estranhar que estas verdades restauradas sejam tão estranhas aos carnais à ponto dos mesmos rechaçarem esta revelação, pois “...o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.” (I Coríntios 2:15). Então, como poderíamos definir esta mentalidade real? É simplesmente a MENTE DO REI JESUS em nós, com a qual podemos conhecer a mente e os propósitos originais do Criador. “Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.” (I Coríntios 2:16).                           

iv-              PENSANDO NAS COISAS DO REINO

O foco de nossa mente e de nossos pensamentos revela a dimensão e realidade de nossa devoção, prioridades, caráter, desenvolvimento e futuro. Somos o que pensamos, falamos o que pensamos, vivemos como pensamos. Nosso coração deve conter os pensamentos que Deus espera que contenha. Aquilo que permeia na maior parte do tempo os pensamentos do seu coração, isto é seu “deus”. “Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” (Mateus 6:21). Como homens e mulheres nascidos de novo à imagem do Último Adão, Jesus Cristo, temos, sim, uma nova mente; mas esta nova mente deve ser cultivada e conservada com pensamentos selecionados. Os pensamentos do Reino são suficientemente virtuosos para tornar nossa mente poderosa. “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, se há algum louvor, nisto pensai.” (Filipenses 4:8). Esta capacidade de “pensamento real” provém de Deus, e não meramente de nossa intelectualidade (II Coríntio 3:5). O pensamento real é um pensamento de unidade (Filipenses 2:2); são pensamentos retos (Provérbios 12:5). Os que dedicam seus pensamentos às coisas da desta Terra, estão equivocadamente aprisionados a ela, mas os que conservam seus pensamentos nas coisas do Reino dos céus, estes recebem o poder de atrair os Céus para a Terra (Mateus 6:10). “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra.” Você pode perguntar: Por quê? As Escrituras continuam e respondem: “porque já estais mortos [para a mentalidade terrena do Pecado], e a vossa vida [ressurreta e gloriosa] está escondida [no céu] com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar [por ocasião de sua Segunda Vinda], então, também vós vos manifestareis com ele em glória [na terra].” (Colossenses 3:1-4 / ênfases do autor []).

Conclusão
Na mente se desenvolvem todos os processos da vida e da realidade humana. Nossa mente é produto tanto do inconsciente coletivo condicionado ao longo das gerações, como das influências sofridas ao longo da vida. A mente natural não regenerada está aprisionada a uma “realidade virtual” maligna que chamamos de SISTEMA. Este sistema que foi claramente reproduzido no cinema pelo filme Matrix, de forma inversa e distorcida evidentemente, mas destacando a grande prisão global na qual o homem se encontra. O convite do Reino de Deus é para que sejamos libertos dessa “matrix” (Colossense 1:13) que envolve a política, a economia, o entretenimento e a mídia, os negócios, a família, a educação, e a própria religião. O Reino de Deus é a Realidade Absoluta que já está à nossa disposição (Lucas 17:20-21), que destrói as fortalezas da matrix em nossa mente (II Coríntios 10:3-5). Abramos nossos corações para compreendermos que a boa, agradável e perfeita vontade do Criador não é que sejamos escravos deste sistema, mas que sejamos transformados pela renovação da nossa mente, mas para isso, precisamos apresentar nossos corpos plenamente no altar de Deus como um culto da razão (Romanos 12:1-2). Pois a única coisa realmente racional que o homem cerceado pode fazer é se entregar completamente e sem reservas ao Único e Verdadeiro de Deus na Pessoa de Jesus Cristo para ter os olhos abertos e a mente restaurada. Este é um tempo de Restauração total.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O CRISTO ASSENTADO


"...havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas." Hebreus 1:3b
"Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus." Marcos 16:19

         Parece-nos paradoxal a Divindade em posição fisicamente extática e de repouso, especialmente por se tratar do único e verdadeiro Deus, que se expressa sempre em plena atividade (Isaías 64:4; João 5:17). Evidentemente que trata de uma linguagem antropomórfica, ou seja, características inerentes ao homem atribuídas a Deus de forma a compreendê-lo em nossa realidade.
         Entendo que o Cristo Assentado tem pelo menos quatro significados:

1-    INTERCESSÃO CONTÍNUA

         O posto à direita do Deus Todo-Poderoso, Juiz de toda a terra, era um desocupado até o advento de Jesus Cristo; é simplesmente o lugar da intercessão e da mediação. Ninguém poderia ocupar este lugar a não ser o Filho Unigênito de Deus. Em dispensações passadas os homens anelavam por um intercessor junto à Deus, Jó, em seu estado de assolação clamou: "Ah! Se alguém pudesse contender com Deus pelo homem, como o filho do homem pelo seu amigo!" (Jó 16:21). Ele desejava alguém que fosse seu fiador junto a Deus (Jó 17:3), e a cadeira do fiador estava vaga. Mas quando Cristo assentou-se, Ele preencheu a vaga de Mediador (1ª Timóteo 2:5) e a de Fiador (Hebreus 7:22). Ele intercede continuamente pela humanidade, especialmente por seus eleitos. Somente Ele intercede por nós e mais ninguém. Ninguém pode nos condenar, ninguém pode nos acusar, pois Ele está assentado e intercede por nós (Romanos 8:33-34)

2-    AUTORIDADE SUPREMA

         Autoridade é delegação de poder sobre algo ou alguém, no caso de Jesus sobre tudo e todos (Mateus 28:18). Estar assentado à direita de Deus significa a posse da suprema autoridade divina. Assentado Ele detém o governo e o controle sobre toda situação; aconteça o que acontecer Ele continua assentado, ou seja, Ele não se desespera, Ele não se decepciona, Ele não se abala. Judá se abalou com a morte do grande rei Uzias, mas em sua visão, Isaías não viu um Deus preocupado, e sim assentado; Aconteça o que acontecer Ele continua no controle de sua vida e sua história. Ele tem autoridade sobre a morte, sobre o inferno, sobre o diabo, sobre as enfermidades, sobre a depressão... E o melhor de tudo é Ele compartilha com sua Igreja dessa autoridade (Lucas 9:1; 10:19). Eis os três fundamentos da autoridade da Igreja: (1) Todos os principados do inferno estão destronados (Colossenses 2:15); (2) Jesus está assentado no Trono de Autoridade (Efésios 1:20); e (3) Estamos assentados com Jesus Cristo (Efésios 2:6), isso mesmo, é quase uma linguagem "teomórfica", Deus em Cristo não somente nos faz participantes de sua própria natureza divina (2ª Pedro 1:4), mas nos faz também participantes da autoridade divina.  
        
3-    OBRA CONSUMADA

         Jesus não deixou nada por fazer, Ele completou sua obra, completou seu ministério. Ele foi perfeito na operação de seu desígnio divino; do nascimento virginal à ressurreição de seu corpo físico, Ele cumpriu todo o plano de Deus Pai, o bom prazer do Senhor prosperou na Sua mão (Isaías 53:10). Ele veio, pregou, ensinou e curou; Ele cumpriu a missão messiânica (Isaías 61:1-2; Lucas 4:18). Quando Ele bradou: "Está consumado" (João 19:30) do grego: "tetelestai" que significa: Está feito, está completado, está concluído, e "ESTÁ PAGO!" Ele estava dizendo: A minha parte eu já fiz, o pecado foi expiado, o diabo foi derrotado, o mundo foi reconciliado com Deus, a morte perdeu seu principado, e a divida do pecado foi totalmente paga. Ele fez tudo o que se propôs a fazer, mas agora deixou a...

4-    RESPONSABILIDADE DA IGREJA

         Isso mesmo, o Cristo assentado significa que agora temos uma tremenda e urgente responsabilidade, o IDE (Marcos 16:15). Ele nos enviou, agora não adianta fazer orações comodistas como: "Deus, visita os hospitais!; visita os presídios!; visita as favelas!" A resposta vem direta do Trono, do Cristo assentado: "VISITE VOCÊ, A MINHA PARTE EU JÁ CONSUMEI!". Não estamos sós; Deus se carne em Jesus, e Jesus assentou-se e habitou em Espírito em nossa carne. Cristo foi o corpo de Deus (Colossenses 2:9) e nós (a Igreja) somos o Corpo de Cristo (1ª Coríntios 12:27). Quando formos Ele estará conosco, quando falarmos Dele Ele nos inspirará, quando impusermos as mãos sobre os enfermos Ele curará.
        
         Não fique aí assentado, levante-se e pregue, pregue, pregue! É a mais importante tarefa que o CRISTO ASSENTADO nos outorgou! Glória a Deus!