terça-feira, 25 de outubro de 2016

ESTÁ CONSUMADO

PARTE 1

É lamentável reconhecer que em nosso tempo, muitos cristãos estão vivendo aquém das infinitas possibilidades de Deus e de sua posição espiritual de filhos de Deus. A raiz dessa decadência é pura e simplesmente a ignorância.

Infinitas campanhas são realizadas por “crentes” que se portam como pedintes e não como filhos de Deus e herdeiros com Cristo (Romanos 8:17).
Eles lotam as pseudo-igrejas “da fé” em busca de coisas, com lágrimas, votos e muita superstição.

Suas orações absolutamente desalinhadas com a vontade de Deus são duplamente equivocadas.
Em primeiro lugar eles oram pedindo que Deus faça o que eles deveriam fazer, por exemplo, pedem que Deus visite pessoas necessitadas quando Deus espera que eles façam isso (Tiago 1:27); pedem que Deus alcance povos não evangelizados quando Deus espera isso deles (Marcos 16:15); pedem que Deus se mova em meio à sua comunidade quando Deus é quem espera que eles o façam (Atos 4:29-31).

Em segundo lugar, e talvez o maior equívoco, é que oram pedindo que Deus faça o que ELE JÁ FEZ. E tal engano está presente tanto em sua oração como em suas canções, seus temas de eventos, suas campanhas.

Pedis, e não recebeis, porque pedis mal...
Tiago 4:3

Como alinhar nossas orações com a vontade perfeita de Deus?

Como obter empolgantes respostas às nossas orações?

Como conservar a serenidade enquanto oramos em meio à momentos adversos?

Como viver plenamente o tipo de vida que Jesus viveu aqui na Terra?

A RESPOSTA É:

1º PRECISAMOS DISTINGUIR CLARAMENTE PELAS ESCRITURAS A ANTIGA E A NOVA ALIANÇA;

2º ANTES DE ORARMOS DEVEMOS NOS SITUAR NO TEMPO ANTES E DEPOIS DA CRUZ;

3º DEVEMOS IMPREGNAR NOSSA VIDA, MÚSICA E ORAÇÃO COM A CLAREZA DO QUE JÁ FOI DEFINITIVAMENTE REALIZADO NA CRUZ.

Você se lembra das velhas câmeras de fotografar cujo filme deveria ser revelado? Quando saía o filme, só dava para ver uma sombra da imagem, sem nenhuma clareza; mas quando eram revelados os filmes, lindas fotografias estavam diante de nós para o nosso deleite.
Assim eram os ritos e palavras do Antigo Testamento, eram verdadeiros, mas sem clareza, e apontavam para algo maior que haveria de se revelar.


Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.
Hebreus 10:1


A cruz foi um divisor de águas para o gênero humano, o início de uma restauração cósmica completa.

Jesus foi à cruz como o Filho UNIGÊNITO de Deus e ressuscitou como o PRIMOGÊNITO.


Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
Romanos 8:29

Considere três coisas essenciais na distinção de Antiga e Nova Aliança:

1.      NO ANTIGO TESTAMENTO NINGUÉM POSSUÍA A POSIÇÃO DE FILHO DE DEUS;

2.      NO ANTIGO TESTAMENTO NINGUÉM POSSUÍA A NATUREZA DE DEUS;

3.      NO ANTIGO TESTAMENTO NINGUÉM ERA HABITADO PELO ESPÍRITO DE DEUS.


Veja, o Primeiro Adão era filho de Deus, mas perdeu essa condição ao transgredir e permitir que a maldição do Pecado entrasse no mundo, assim, toda a criação ficou sujeita ao caos e a desordem, esperando o dia em que uma nova “espécie” de homem se manifestasse como filhos de Deus (Romanos 8:19-22).

Mas o Último Adão restaurou o povo (A IGREJA) que Nele crê e que por Ele vive à condição de filhos (João 1:12; I Jo 3:1-2), e abençoou a esse povo dando-lhe TUDO o que diz respeito à vida e a piedade (II Pedro 1:3; Efésios 1:3). Deus deu à sua Igreja a sua própria natureza divina (II Pedro 1:4), e capacitou seus corpos a serem o que ninguém na Antiga Aliança foi: HABITAÇÃO DELE (Colossenses 1:27; I Coríntios 3:16, 19).

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

SOBRE A 24ª CONFERÊNCIA MUNDIAL PENTECOSTAL


Palavras não poderiam expressar de maneira fidedigna o que significou para mim e para todos os presentes, a Conferência Mundial Pentecostal 2016, que teve sua 24ª edição no Novo Templo da Assembléia de Deus do Belém, aqui no Brasil, na cidade de São Paulo entre os dias 6 e 10 de Setembro.

O mega evento que teve sua origem em 1947 com o teólogo suiço Leonard Steiner o ministro sul-africano David J. Du Plessis, o seceretário geral das Assembleias de Deus nos EUA, J. Roswell Flower e o ministro assembleiano da Inglaterra, Donald Gee.
É como a “copa do mundo” do Movimento Pentecostal, reunindo trienalmente (a cada três anos) as principais denominações e ministros pentecostais do mundo inteiro.

Minha impressão teológica e espiritual acerca da 24ª WPC em São Paulo foi absolutamente positiva e marcante, pois além dos enriquecedores workshops ministrados por pastores pentecostais do todo o globo, dois momentos foram especialmente históricos para mim.

O primeiro foi a participação do Presidente e Apóstolo Chefe da Igreja de Deus em Cristo (COGIC), Bispo Charles Edward Blake, como orador da plenária do dia 8 às 10hs, representando nossa amada igreja como pioneira do Pentecostalismo mundial. Nesta ocasião fui absolutamente imapctado pela poderosa palavra de Deus pregada por nosso líder, além de meu sentimento de santo orgulho por fazer parte dessa extraordinária igreja no Brasil.

Mas o momento mais marcante para mim neste evento foi a participação do lendário Evangelista alemão, o Reverndo Reinhad Bonnke, que pregou no penúntimo dia da Conferência sobre o tema: “a última volta na pista”. Nesta palavra, o Rev. Bonnke testemunhou quando em sua juventude ele recebeu o “bastão” do evangelismo mundial diretamente das mãos do outro lendário pregador, o Evangelista galês George Jeffreys. E o mais maravilhoso é que em sua emblemática mensagem “a última volta na pista”, ele expressou seu sentimento de fim de carreira, e afirmou que Deus lhe disse que seria sua última pregação na igreja brasileira, e que Deus o ordenou passar o bastão do evangelismo mundial para a geração de evangelistas presentes naquela noite.

Tive o glorioso privilégio de receber a ministração direta das mãos do homem de Deus e até presenteá-lo com o livro de minha autoria: “O Reino de Deus, De Volta à Vida Abundante”.

Sinto-me revigorado e entusiasmado como pastor e também como evangelista, para destroçar o império das trevas em minha comunidade, no Brasil e no mundo, proclamando o Evangelho do Reino, com sinais e maravilhas. Glória à Deus!

A próxima edição da WPC acontecerá no Canadá em 2019

Com minha sempre namorada,
Pastora Gisele Sprocatti

Com o Apóstolo Chefe da COGIC no mundo
Bispo Charles Edward Blake

Com o Vice-Presidente da COGIC no mundo
Bispo P.A. Brooks

Com o amigo Missionário na África
Evangelista Sérgio Carriel

Com o Apóstolo e líder de 1200 igrejas em Gana
Bispo Dag Mills

Com o Presidente da Universidade Oral Roberts
Doutor Billy Willson



sábado, 20 de agosto de 2016

A RENOVAÇÃO DA MENTE E A CURA DO CORPO



Ao longo de meus anos de ministério como evangelista, tenho visto um gritante paradoxo ao pregar e ministrar cura divina às pessoas: um número maior de descrentes alcançam a cura, mais do que os próprios crentes.
Aprendi que aos crentes Deus cura por causa da Aliança, e aos descrentes Deus cura por causa da misericórdia, mas porque algumas vezes a fé dos filhos redimidos de Deus parece menor do que a dos que estão separados de Deus pelo Pecado?

O Espírito Santo me revelou a razão disso. A fé do descrente é a “primeira fé”, a medida de fé; ela é dada por Deus, através da Palavra falada, ao coração que nunca teve contato com a fé bíblica. Esta fé está pura, sem resíduos psicológicos, filosóficos e religiosos. É uma fé que nasce de uma semeadura bem sucedida da Palavra de Deus numa boa terra (o coração – Marcos 4:1-20), e frutifica e germina sem impedimentos, produzindo aquilo para o que foi enviada (Isaías 55:11).

Infelizmente a verdade é que no decorrer da carreira cristã, muitos perdem a simplicidade que há em Cristo Jesus (II Coríntio 11:3). A mente que deveria ser renovada pela Palavra de Deus (Romanos 12:2), passa absorver sistemas de crença decadentes e mundanos, que geram complexidade no Evangelho e sucumbem aos apelos da falsa ciência (I Timóteo 6:20) e das vãs filosofias e tradições (Colossenses 2:8).

Cura Divina é mais do que uma manifestação carismática do Espírito Santo, é um benefício da Obra redentora do Calvário (Isaías 53:4-5; I Pedro 2:24), que não pode ser omitida ou esquecida (Salmo 103:2-3) por crentes e pregadores.

As informações da mente humana, são como um software obsoleto, contaminado especialmente por três vírus: (1) FILOSOFIAS; (2) TRADIÇÕES; e (3) RUDIMENTOS.

Definições específicas:

1 FILOSOFIAS. São sistemas de crença baseados em informações formuladas social, cultural ou religiosamente. A filosofia em si mesma não é algo negativo, mas filosofias que afirmam deter o monopólio da verdade acima da própria revelação bíblica, são danosas.

2 TRADIÇÕES. São valores relativos transmitidos de uma geração para outra através, especialmente da tradição oral. A tradição em si mesma não é algo negativo, mas tradições (tradicionalismo) que se ostentam sobre as Escrituras são negativas. A boa tradição é a fé viva dos que já morreram; o tradicionalismo é a fé morta dos que ainda vivem.

3 RUDIMENTOS. São informações fundamentais que nos dão a base para uma construção de conhecimento, das quais devemos avançar mais níveis mais maduros. Rudimentos são bons, desde que não se ostentem como um fim em si mesmos, e paralisem o desenvolvimento humano.

“Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.”
Colossenses 2:8

Muitas pessoas têm sido mentalmente escravizadas por ideias erradas sobre o caráter de Deus, e sobre Sua vontade soberana. Esta cadeia foi edificada por séculos de especulações céticas e antisobrenaturalistas. A máxima dos “experts em religião” é a velha expressão filosófica do latim:  intellego ut credam ("Penso para que possa crer"). Essa fórmula nunca funcionou e nunca funcionará com as coisas espirituais. Contraposta a essa ideia, temos a declaração de Anselmo de Cantuária baseada na teologia de Santo Agostinho: credo ut intelligam (“Acredito para que possa conhecer”). Aqui, o elemento bíblico fé, se amolda melhor.

Um espirito não recriado e uma mente não renovada não podem aceitar que o Deus transcendente, possui um elemento imanente chamado unção coletiva, ou seja, o Soberano Deus que está distante da realidade natural por sua absoluta santidade, emana na reunião dos redimidos com uma força metafísica capaz de intervir sobrenaturalmente corrigindo ou alterando leis naturais estabelecidas por Ele mesmo. A isto chamamos de MILAGRE.

Esta imanência divina, depois do evento Pentecostes (Atos 2:1-4), não é mais uma manifestação esporádica, ao contrário, ela é uma realidade contínua no cotidiano dos filhos de Deus quando estes se congregam (Hebreus 10:25; I Coríntios 14:26).

A verdade é que por ser um benefício redentivo (comprado na cruz), Cura Divina é parte crucial do ministério de Cristo entre nós, nos dias bíblicos (Mateus 4:23) e em nossos dias (Hebreus 13:8), mas para viver essa dádiva na vida ou no ministério, é preciso um processo de renovação para uma mente superior (I Coríntios 2:16). Para que isso comece precisamos renunciar a velhos sistemas de pensamento, na verdade, mais do que passar um antivírus ou instalar um novo software, precisamos de um novo hardware que comporte o maravilhoso peso da revelação divina (I Coríntios 2:9-15). A esta mudança de hardware Jesus chamou de novo nascimento (João 3:3; II Coríntios 5:17).

“Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo”
II Coríntios 10:5

Velhos pensamentos que devem ser “presos” e submetidos à obediência de Cristo.

domingo, 14 de agosto de 2016

AS AFLIÇÕES DO EVANGELHO

ESBOÇO de SERMÃO
Pregado em 14/08/2016


2ª Timóteo 1:8
Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa das aflições do evangelho segundo o poder de Deus.

     Introdução
A preocupação de Paulo com a maturidade espiritual de Timóteo...
AFLIÇÕES, thlipsis (gr.) = pressões, angústia, sobrecarga perseguições, tribulações, problemas, dificuldades.

Essa é a parte do Evangelho que o meninos não aceitam: AFLIÇÕES!

As AFLIÇÕES DO EVANGELHO não são as maldições que Jesus levou sobre si na cruz (pecados, enfermidades, miséria, depressão, fracassos...)

As AFLIÇÕES DO EVANGELHO são o preço de um estilo de vida redimido (oposição, perseguição, calúnias, rejeição, escárnio...)

Jesus jamais nos iludiu (João 16:33)

O próprio Jesus foi aperfeiçoado por aflições (Hb 5:8)

COMO AS AFLIÇÕES PODEM APERFEIÇOAR VOCÊ

1. NOSSAS AFLIÇÕES AGUÇAM NOSSA AUDIÇÃO ESPIRITUAL (Jó 36:15)
     Ao aflito livra da sua aflição, e na opressão se revela aos seus ouvidos.

2. NOSSAS AFLIÇÕES PROMOVEM CONSOLAÇÃO AO PRÓXIMO (2ª Co 1:3-5)
     Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação;
Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.
Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo.

3. NOSSAS AFLIÇÕES NOS APROXIMAM DA PALAVRA DE DEUS (Sl 119:67, 71)
     Antes de ser afligido andava errado; mas agora tenho guardado a tua palavra.
     Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.

4. NOSSAS AFLIÇÕES GERAM TESTEMUNHOS DE LIVRAMENTO (Sl 34:19)
     Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas.


Conclusão
Não podemos podemos esperar estar isentos de aflições nesta vida.
Mas podemos esperar que as aflições do Evangelho nos tornem pessoas melhores. Então, renuncie as aflições do Pecado e aceite as AFLIÇÕES DO EVANGELHO!


Enéas Ribeiro

domingo, 5 de junho de 2016

A BELEZA LITÚRGICA DA IGREJA DE DEUS EM CRISTO


A salvação humana operada por Jesus Cristo está inserida na história e na humanidade. Deus Pai, que é absolutamente transcendente, envia seu Filho Jesus Cristo para se encarnar e entrar na dinâmica e realidade humana do tempo e da matéria. O Filho encarnado tornou-se sinal visível do Pai, da sua graça e da sua salvação. Tornou-se sacramento.

O ser humano por ser simbólico, só pode compreender pela linguagem, sinais, gestos, palavras que unem a coisa a seus significados Tal é o sacramento: um sinal que aponta para uma realidade que está para além da coisa em si. Em se tratando dos sacramentos da fé, o sacramento é o sinal eficaz da graça de Deus. Eficaz porque é o próprio Cristo quem atua por aquele sinal.

O Filho Jesus deixou seu sacramento, aquilo que é sua presença constante na história humana: a Igreja. Porque a salvação que Jesus Cristo realizou é definitiva e é graça de Deus oferecida a todos os homens, até a consumação dos tempos, havia a necessidade de que sua presença fosse sensível e não apenas uma lembrança de um fato passado. Dá-se aí a importância do símbolo na liturgia cristã.

Infelizmente no contexto de diversidade religiosa católica e protestante de determinadas culturas, especialmente no Brasil, os extremos quanto ao sacramento divergem. Os extremos são: a cultura católica de supervalorização litúrgica num contexto de hiperdulia (grande veneração) e latria (adoração) dos símbolos cristãos; o segundo extremo é a abdicação completa da beleza transcendente do rito e do símbolo cristão.

O vertiginoso crescimento do pentecostalismo no Brasil tem projetado nossa nação no cenário religioso mundial. Os pentecostais estão hoje inseridos nas mais variadas posições de eminência na sociedade brasileira. Porém, são justamente os pentecostais que formam o grupo do segundo extremo da desvalorização sacramental e litúrgica. Acerca disso temos como exemplo sumo o uso de dois paramentos clericais que são anatematizados pelos pentecostais brasileiros, a cruz e a gola.

Ao deparar com o Brasil, Portugal o faz de forma político/religiosa, onde predominava-se a religião Católica trazida pelos Jesuítas. Eram a descobertas de Deus e, assim, sempre acompanhados por um padre da ordem dos jesuítas estabelecem aqui uma colônia exclusivamente católica, e isto por séculos.

Em 1819 iniciou-se a construção de um templo anglicano no Rio de Janeiro, com aparência externa de residência comum; e, em 1820 os cultos passaram a acontecer todos os domingos. Reuniam-se ali estrangeiros de língua inglesa, funcionários de embaixadas, comerciantes, marinheiros, viajantes de passagem pela cidade. Era uma capela e não uma congregação protestante como o é ainda hoje. Estava proibido o uso de sinos para anunciar os ofícios, ou o templo ter uma cruz externa ou torre, e por aí vão as proibições da Igreja Católica.

Em 1823, Dom Pedro I, contrata imigrantes protestantes para o desenvolvimento do Brasil colonial e, junto a estes, um pastor para acompanhá-los. Seu salário era provido pelo Governo Imperial. Esta primeira “colônia” protestante do Brasil, chega em 1824 e, neste mesmo ano, a 3 de maio, realiza-se o primeiro culto evangélico em Nova Friburgo.

Desde então novos grupos de protestantes se estabeleceram em diversos pontos do império, estabelecendo congregações evangélicas que se consolidaram no Rio Grande do Sul, onde o primeiro culto é celebrado em 6 de novembro de 1824, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro.

Em 1827, por iniciativa do cônsul da Prússia, organiza-se igreja na corte, agrupando evangélicos e alemães, por 10 anos reúnem-se em residências particulares.

Em 1837 alugam uma casa para culto. Autorizados pelo Imperador Dom Pedro II, iniciaram a construção do templo em 1844, inaugurando-o em 27 de junho de 1845. Para essa construção receberam donativos do Rei da Dinamarca; do Grão-Duque de Badem; do príncipe Alberto, da Prússia e da Duquesa de Orleans, esta da Igreja Romana. Na fachada, ostentava, como ornamento, símbolos evidentes da finalidade religiosa; uma bíblia ladeada de dois cálices.

Novamente não puderam construir a torre com cruz ou instalar sinos, como pretendiam. O império seguia a risca as ordens da Igreja. Era a Igreja do império. Não havia conceito de que cruz era isto ou aquilo - era colocada nos templos protestantes simplesmente por ser símbolo cristão. Mas, aqui no Brasil esses primeiros protestantes brasileiros foram proibidos de usar a cruz aqui em nossas terras.

Após um pequeno esboço histórico, podemos compreender que ao longo do tempo os cristãos evangélicos daqui do Brasil - é bom lembrar isto - os ‘crentes’ como eram denominados na época passam a ver a cruz de maneira pejorativa e, alguns para defender sua ausência no ambiente de culto até chegam a citar erroneamente Gálatas 3.13 e Deuteronômio 21.23, forçando o texto para dizer o que ele não diz - sussurram baixinho entre si... “a cruz é maldita meus irmãos”.
O texto relata que não é a cruz que é maldita mas, o que for pendurado nela. Jesus se tornou maldito em nosso lugar e, na cruz, segundo o texto, Ele, despojou (arrancou do domínio) os principados e potestades e triunfou sobre eles na cruz.

Já há muito tempo em países onde o catolicismo deixou de citar regras de governo, os cristãos de todos os seguimentos trouxeram a cruz ‘vazia’ de volta.
As Igrejas pentecostais em todos os países que tenho conhecimento valem-se do privilégio de ter este símbolo em seus templos e na sua arte. Nossas Igrejas, nos Estados Unidos, Uruguai, México, Guianas, Nigéria e outros países de sua extensão se servem do maior símbolo cristão – A CRUZ.

A GOLA
O uso de vestes especiais por parte dos oficiais da igreja serve para representar o seu ministério entre o povo. Entre estas vestes especiais se destaca o colarinho clerical. Este é normalmente o colarinho de uma camisa ou colete com uma aba branca destacável frente. Originalmente era feito de algodão ou linho, mas normalmente é feito hoje de plástico. Às vezes (especialmente na prática católica romana) a aba é fixa com um colarinho que cobre quase completamente, deixando um quadrado branco pequeno à base da garganta. Em muitas igrejas e em muitos locais, por não saberem da origem e do significado, não se aceita o uso de colarinho clerical. Com a devida orientação os cristãos passarão a entender a conveniência e a oportunidade do seu uso. O colarinho clerical é uma invenção bastante moderna (é provável que tenha sido inventado em 1827). Aparentemente, foi inventado pelo Rev. Dr. Donald McLeod, pastor anglicano. Foi desenvolvido para ser usado no trabalho cotidiano do ministro (mais prático que a batina). Hoje é usado por pastores nas diversas denominações Cristãs como presbiteriana (é dito que o colarinho clerical se originou na Escócia), luterana, metodista, algumas denominações pentecostais (COGIC) e, também, por ministros Cristãos não denominacionais.

Os católicos romanos passaram a usá-lo a partir do Concilio Vaticano II, em substituição a batina, em situações especiais, essa adoção deve-se aos padres Jesuítas. É usado por todos os graus de clero: bispos, presbiteros (padres) e diaconos, e também por seminaristas. Na tradição Oriental, às vezes, os subdiáconos e leitores também o usam.

Significado
O colarinho clerical simboliza que quem o usa é um servo, pois este colarinho estava ao redor do pescoço dos escravos no mundo antigo. As pessoas que o usam servem como Ministros de sua Palavra. Toda a igreja tem compromisso com o testemunho de Cristo no mundo, no entanto, o pastor compromete-se de modo específico com o Ministério da Palavra. Assim, o colarinho clerical simboliza esse compromisso pastoral com o anúncio do Evangelho. O colarinho branco sobre fundo preto envolvendo a garganta é simbólico da Palavra de Deus proclamada.

Relevância
O uso de símbolos é um sinal e um testemunho vivo de Deus no mundo secularizado. Pois uma das características do movimento de secularização é o desprezo por sinais e símbolos religiosos. Para as pessoas o fato de ver um ministro com o colarinho clerical já é um testemunho de fé. Assim como vendo um militar lembramos-nos da Lei, e vendo um enfermeiro (a) com seu uniforme branco lembramos o hospital. Igualmente é válido para os pastores que freqüentam lugares públicos usar o colarinho clerical.

sábado, 4 de junho de 2016

CONFERÊNCIA DE EVANGELISTAS AMSTERDAN

O EVANGELISTA E A 
SEGUNDA VINDA DE CRISTO

A VIDA FAMILIAR DE U EVANGELISTA


O AVIVAMENTO QUE O EVANGELISTA
PRECISA

FÉ, A CONFIANÇA DO EVANGELISTA


O EVANGELISTA E A PAIXÃO
PELAS ALMAS

A FIDELIDADE DOS EVANGELISTAS


MOTIVOS PARA O EVANGELISMO

segunda-feira, 16 de maio de 2016

SÉRIE MÁRTIRES DA FÉ - Eric Liddell (1902-1945)



          No século XX centenas de missionários de vários países desembarcaram na China com o objetivo de semear o evangelho. Um deles foi Eric Liddell, o grande atleta olímpico que defendeu a Grã-Bretanha nos Jogos Olímpicos disputados em Paris.
Oriundo de uma família de missionários escoceses, Liddell era o segundo filho do reverendo James Dunlop Liddell. Entre 1908 e 1920 estudou em regime de internato, enquanto os seus pais prosseguiam a missão na China.
Selecionado para competir nos 100 e 200 metros pela seleção da Grã-Bretanha nos Jogos de Paris, Liddell chocou o mundo do desporto quando anunciou a sua desistência na prova dos 100m, porque as eliminatórias deveriam ser disputadas no dia 6 de Julho, um domingo, o Dia do Senhor. Substituiu então essa prova pela dos 400 metros, para a qual não estava preparado. Contudo, obteve a medalha de ouro, batendo o recorde mundial da época. Arrecadou também, nesses Jogos, uma medalha de bronze nos 200 metros.
Após a Olimpíada, Liddell embarcou para o norte da China, onde serviu como missionário nas cidades de Tianjin e Siaochang, entre 1925 e 1943. Foi ordenado pastor em 1932, e se casou com Florence Mackenzie, em 1934. Deste matrimônio resultaram três filhas: Patricia, Heather e Maureen.
 Após a invasão japonesa em 1937, Liddell sentiu o chamado para trabalhar em tempo integral como um campo missionário na Província Siaochang, onde seu irmão Robert era médico. Nas décadas de 1930 e 1940 a China era um território extremamente perigoso, devido à invasão japonesa e aos conflitos subsequentes, relacionados com a II Guerra Mundial. Como a situação política da China piorou, Liddell decidiu enviar sua esposa e dois filhos para a casa dela no Canadá, em 1941, até que os perigos maiores fossem dissipados.
 Em 1943 ele foi internado pelos japoneses no acampamento Weihsien com membros da Missão Interior da China. Liddell rapidamente emergiu como o líder no campo. Durante este tempo, ele manteve-se ocupado em ajudar os idosos, dar aulas de Bíblia, organizando jogos e ensinando ciência a crianças.
Em sua última carta para sua esposa, ele falou sobre sofrer um colapso nervoso por causa do excesso de trabalho. O primeiro ministro britânico, Winston Churchill, negociou uma troca de prisioneiros, mas Liddell se recusou a ir, dando o seu lugar a uma mulher grávida. Ele morreu em 21 de fevereiro, 1945, cinco meses antes da Libertação, provavelmente devido a um tumor cerebral e a um surto de febre tifóide.
Um interno colega, Stephen Metcalfe, escreveu mais tarde de Liddell: "Ele deu-me duas coisas: Um era seus desgastados tênis de corrida, mas a melhor coisa que ele me deu foi a batuta do perdão. Ele me ensinou a amar os meus inimigos, os japoneses..., e orar por eles".
A história de Eric Liddell foi contada no filme Carruagens de fogo, que venceu quatro Oscar em 1982, incluindo o de melhor filme. Sua vida é um exemplo de alguém que colocou a fé acima de ambição e fama pessoais. Para alguns, ele abandonou o sucesso por uma aventura. Para ele, o sucesso estava na vontade de Deus para a sua vida, mesmo que tivesse que perder os benefícios da fama e a própria vida.  

quinta-feira, 5 de maio de 2016

O PRINCÍPIO DA HONRA


A honra é a chave mestra para se entrar em qualquer ambiente. Quem sabe honrar sempre será bem recebido e ouvido com prazer. A honra é uma das leis mais importantes dos relacionamentos. Dos dez mandamentos, os quatro primeiros tratam de honrar a Deus e os demais seis de honrar o próximo. Jônatas honrou a Davi, e em ocasião oportuna Davi retribuiu tal honra ao seu filho Mefibosete. Davi honrou a Hirão, rei de Tiro, pelo que Hirão honrou ao seu filho Salomão depois de sua morte fornecendo-lhe matéria prima para a construção do templo. A honra pode determinar a longevidade ou a morte prematura. Um dos mandamentos é: Honra teu pai e tua mãe, para te vás bem e tenhas os seus dias prolongados sobre a terra (Êx 20:12; Ef 6:2-3). Muitos sujam seu próprio nome por não honrarem seus compromissos. Muitos destruíram sua vida conjugal por não honrar seu casamento como ordena a bíblia (Hb 13:4). Os presídios são simplesmente o confinamento de pessoas que desonraram o seu semelhante, seja matando, roubando, defraudando ou enganando. Saber honrar é saber viver. Saber honrar é saber entrar. Saber honrar é saber permanecer. Saber honrar é saber crescer.

            A história também deve ser honrada. Só pode ser honrado pela história quem honra a história. Elias honrou a história quando reconheceu não ser melhor do que seus pais. Honrar a história é respeitar os cabelos brancos. Honrar a história é honrar a face do idoso (Lv 19:32). Nazaré teria sido impactada pelo ministério de Jesus se soubessem honrar o profeta de casa (Mt 13:57).

            Paulo dedicou os sete primeiros versículos do capítulo treze da carta aos romanos para ensinar a Lei da Honra. Paulo nos exorta a honrar toda autoridade aqui na terra, pois toda autoridade existente foi constituída por Deus (seja por sua vontade soberana ou por sua vontade permissiva). Em tese, o versículo dois diz que quem não honra a autoridade não honra a Deus, e esta desonra trará condenação. Honrando as autoridades não precisamos temê-las, pois se nós as honramos seremos honrados por elas. “...Faze o bem, e terás louvor dela.” (v. 3c). A bíblia nos ensina que ministros de Deus devem ser honrados. Quem honra os ministros de Deus será honrado por Deus. Você sabia que as autoridades da terra são [relativamente] ministros de Deus em nosso favor, ainda que algumas delas não saibam disso? Você sabia que um policial é um ministro de Deus para o nosso bem? Assim como delegados, presidentes, governadores, prefeitos, deputados, vereadores, senadores, guardas também o são. “Porque ela [a autoridade] é ministro de Deus para teu bem...” (v.4a). Você sabia que se desonrarmos as autoridades terrenas, devemos temê-las, porque desonrando-as estamos sujeitos ao seu castigo, com respaldo das Escrituras Sagradas? “...Mas, se fizeres o mal, teme, pois [a autoridade] não trás em vão a espada; porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal.” (v. 4b) A honra às autoridades não deve ser por conveniência, e sim com o coração reto (v. 5). Paulo encerra dizendo que a cada um deve ser tributado uma honra distinta (v. 7). Ninguém trata a todos de igual modo. Se você diz que honra a todos igualmente, você não é um sábio, mas sim um tolo. Você não trata o marido de sua vizinha da mesma forma que ao seu marido. Você não lava as peças íntimas dele, não leva a toalha para ele após o seu banho, não tira suas meias quando ele chega do trabalho. Esta honra você reserva somente para o cabeça da casa. Ainda que você honre um mendigo, você não o chamará de “Vossa Excelência”. Em um júri você não chama o juiz de “meu amigo”. Você não irá se dirigir a um graduado cardeal católico dizendo: “E aí padre?!”, ou ao Papa com “Olá senhor Papa!”. Existem designativos distintivos para referir-se a diversas classes de autoridades para honrá-las. Ao Presidente da República, o Ministro do Estado, o Chefe do Gabinete Militar da República, o Consultor Gral da República, os Presidentes e Membros das Assembléias Legislativas, os Governadores e Vice-Governadores dos Estados, Prefeitos, Senadores, Deputados, Embaixadores, Cônsules, Juízes, Generais, Marechais e outros, nos dirigimos como “Vossa Excelência” (V.EXª.) ou “Excelentíssimo Senhor”.. Aos funcionários Graduados, Organizações Comerciais e Industriais e Particulares em Geral, tratamos de “Vossa Senhoria” (V.Sª.) ou “Ilustríssimo Senhor” (Ilmoº. Sr.). Para Cardeais usamos “Vossa Eminência” (V.EMª.) ou “Eminentíssimo Senhor”, assim como para Arcebispos e Bispos usamos “Vossa Excelência Reverendíssima” (V.Exª.Revmª) ou “Excelentíssimo Senhor”. Ao Papa nos dirigimos como “Vossa Santidade”, já que ele prefere assim! Aos Reitores de Universidades nos dirigimos como “Vossa Magnificência” ou “Magnífico Reitor”. Para Reis, Rainhas e Imperadores usamos “Vossa Majestade” (V.M.), já para Príncipes e Princesas usamos “Vossa Alteza” (V.A.). Para líderes eclesiásticos (Igreja Evangélica) devemos tratá-los por suas designações específicas: Pastor, Presbítero, Bispo... Não podemos, porém, ainda que tenhamos uma posição honorífica, nos honrar mais do que honramos ao próximo. “...preferindo-vos em honra uns aos outros.” (Rm 12:10b). O Rei Dário honrou a Mardoqueu (Et 6:6). Jesus honrou seus discípulos (Jo 13:1-20; Lc 22:30). Obreiros dedicados e bem recomendados devem ser recebidos em honra (Fl 2:29). Pastores e líderes cristãos que administram sabiamente e trabalham integralmente no ministério da pregação e do ensino, devem ser especialmente honrados (I Tm 5:17).

            A habilidade de saber honrar distingue o tolo do sábio. Pessoas sem nenhuma instrução podem alcançar grande sucesso por saber honrar. Pessoas, até mesmo eminentes, podem ser amaldiçoadas por não saber honrar. Mical sendo uma princesa não soube honrar a Davi como novo rei de Israel (II Sm 6:20-23). As humildes e “desprezíveis” servas do antigo rei, Saul, honraram o novo rei Davi (6:22).

            Até mesmo o temperamental pescador e apóstolo Pedro aprendeu a Lei da Honra. “Honrai a todos...Honrai o rei [governante da nação]” (I Pe 2:17).

            Certa vez, Paulo por ignorância, desonrou uma autoridade religiosa de sua nação, ao ser informado de que se tratava de um sumo sacerdote, logo se retratou dizendo: “...está escrito: Não dirás mal do príncipe [líder] do teu povo.” (At 23:1:5).

            O reconhecimento do Princípio da Honra pode evitar grandes catástrofes. Davi sentiu-se ultrajado pela recusa de Nabal e honrá-lo, isso despertou o “tolo” que havia em Davi (todo homem tem dentro de si um rei e um tolo). Quando Davi veio com seus homens para derramar sangue inocente (“...mesmo até um menino.” – I Sm 25:22), Abigail, esposa de Nabal que conhecia a Lei da Honra, fala ao “rei” que havia dentro de Davi, nos dando uma lição de reverência, humildade e sabedoria com a qual encerramos esta parte: “Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra. E lançou-se a seus pés e disse: Ah! Senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos e ouve as palavras da tua serva...” (vv. 23-31).
               Aprenda a honrar. Isto é de Deus.

O PRINCÍPIO DO PROTOCOLO


Protocolo é saber agir. Protocolo é conduta certa nos lugares e ocasiões certas. Não existem seminários sobre protocolo, ele é aprendido instintivamente. Dificilmente você lerá em algum manual de pré-requisitos que não se deve entrar na sala do chefe por qualquer motivo. Você não irá encontrar na bíblia uma orientação sobre levantar-se quando o pastor entrar, ou que tom de voz deve ser usado para se dirigir a uma autoridade eclesiástica, mas este é um princípio intrínseco na cultura judaico-cristã e bíblica.

            Reconhecendo o Princípio do Protocolo, José não se apresentou relaxadamente diante da maior autoridade do mundo em sua época. “Então, enviou Faraó e chamou a José, e o fizeram sair logo da cova; e barbeou-se, e mudou as suas vestes, e veio a Faraó.” (Gn 41:14). Você não vai a uma entrevista de emprego com sua pior roupa. Você não vai a um tribunal de camiseta regata ou de chinelo. Você não vai se apresentar em uma audiência no palácio com a rainha Elizabeth em trajes esportivos. A jovem judia Ester alcançou o favor do rei Assuero porque reconheceu a Lei do Protocolo. Ester se beneficiou do Protocolo para quebrar outro protocolo. Ester precisava entrar na presença do rei, porém, segundo a lei se uma audiência não fosse burocraticamente agendada, isso poderia redundar em pena de morte, a não ser que o rei estendesse seu cetro. Ester estava debaixo de oração e jejum de seus compatriotas, porém, isso não seria suficiente se Ester não agisse com cautela (protocolo). Ester se preparou, física, espiritual e emocionalmente durante três dias. Preparação é um tipo de protocolo indispensável. Ester usou o protocolo para se apresentar adequadamente, com as mais belas e ricas roupas que poderia vestir. “...Ester se vestiu de suas vestes reais...” (Et 5:1a). Ester não entrou de uma vez, ela usou o protocolo ao se pôr “...no pátio interior da casa do rei, defronte do aposento do rei...” (v. 1b). Diante de tanta beleza e reverência, o rei não poderia reagir de outra forma: “...ela alcançou graça aos seus olhos; e o rei apontou para Ester com o cetro de ouro, que tinha na sua mão, e Ester chegou e tocou a ponta do cetro.” (v. 2). O protocolo escancara a porta do favor. Ao se preparar para entrar na presença do rei Ester obteve o seu favor. “...qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará.” (v. 3). Da mesma forma, ao honrar o aniversário do rei Herodes com uma dança especial, Salomé obteve o seu favor. “...Pede-me o que quiseres, e eu to darei.” (Mc 6:22b). Ao honrar a memória de seu pai Davi priorizando a vontade de Deus, Salomão obteve o favor de Deus. “...Pede o que quiseres que te dê.” (I Cr 1:7). Ao reconhecer a linhagem real de Jesus chamando-o de filho de Davi, Bartimeu obteve o favor do Mestre. “...Que queres que te faça?...” (Mc 10:51).
 
            Protocolo não é, porém somente vestir-se adequadamente, é também falar adequadamente. Embora Daniel fosse fiel somente a Deus, ele reconheceu a Lei do Protocolo ao se dirigir ao rei Dário honrosamente: “...Ó rei, vive para sempre!” (Dn 6:21). Neemias somente alcançou o favor do rei Artaxerxes porque conhecia a Lei do Protocolo. Neemias usou o protocolo para iniciar suas palavras diante do rei: “...Viva o rei para sempre!...” (Ne 2:3a). Neemias usou o protocolo ao não exaltar sua nação em relação ao império persa: “...o lugar dos sepulcros dos meus pais...” (v. 3b). Neemias usou o protocolo ao não usar um tom de exigência, como se o rei fosse obrigado a atendê-lo: “...Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te...” (v. 5). Neemias usou o protocolo ao dar satisfação do tempo de sua ausência: “...apontando-lhe eu um certo tempo.” (v. 6b). Neemias usou o protocolo ao pedir ao rei cartas recomendação para sua viagem: “...Se ao rei parece bem, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do rio, para que me dêem passagem até que chegue a Judá.” (v. 7). Note também que Neemias usou o protocolo ao pedir uma coisa de cada vez, com tato e cautela. A Lei do Protocolo foi um dos motivos que fez com que Deus estendesse sua mão para ajudar Neemias (v. 8c). Protocolo é falar coisas saudáveis: “Favo de são as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos.” (PV 16:24). Protocolo é falar na hora oportuna: “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” (Pv 25:11). Protocolo é falar com reflexão: “O coração do justo medita o que há de responder...” (Pv 15:28a). Protocolo é falar com brandura: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.” (Pv 15:1). Protocolo é falar pouco: “Retém as suas palavras o que possui o conhecimento... Até o tolo, quando se cala, será reputado por sábio; e o que cerrar os seus lábios, por entendido.” (Pv 17:27-28) Protocolo é falar depois de ter ouvido: “Responder antes de ouvir estultícia é e vergonha.” (Pv 18:13).

            Paulo, seguindo o protocolo esperou a permissão do rei Agripa para se pronunciar: “...Agripa disse a Paulo: Permite-se-te que te defendas.” (At 26:1a). Sendo um minucioso observador da Lei do Protocolo, Paulo, antes de se pronunciar fez sinal com a mão de que iria se defender. “...Então, Paulo, estendendo a mão em sua defesa, respondeu...” (v. 1b). Note o protocolo no discurso de Paulo, passo a passo: (1) Demonstrando-se honrado por estar na presença do rei e poder falar-lhe. “Tenho-me por venturoso, ó rei Agripa, de que perante ti me haja, hoje, de defender...” (v. 2); (2) Exaltando a cultura e o conhecimento do rei. “mormente sabendo eu que tens conhecimento de todos os costumes e questões que há entre os judeus...” (v. 3a); (3) Pedindo humildemente a preciosa atenção e também a paciência do rei. “...pelo que te rogo que me ouças com paciência.” (v. 3b); (5) Ao ter sua condição mental insultada pelo governador Festo, não perdeu o respeito ao governador e a reverência perante o rei. “...Não deliro, ó potentíssimo Festo! Antes, digo palavras de verdade e de são juízo.” (v. 25). Perceba que a Lei do Protocolo possibilitou a Paulo testemunhar de Cristo a uma autoridade governamental, como o próprio Jesus lhe havia prometido (At 9:15). “Crês tu nos profetas, ó rei Agripa? Bem sei que crês.” (v. 27) Perceba também, que Paulo não foi afoito para anunciar a Cristo, e a sua sutileza foi notada até mesmo pelo rei Agripa. “...Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!” (v. 28). Agripa ficou tão impressionado com Paulo que quis solta-lo, e o teria feito se houvesse outro protocolo a ser seguido. “...Bem podia soltar-se este homem, se não houvera apelado para Cézar.” (v. 32). Protocolo é saber entrar e saber sair. Protocolo é ser simples como a pomba e prudente como a serpente (Mt 10:16).
O protocolo é um princípio fundamental.

sábado, 30 de abril de 2016

A ORIGEM DA JUSTIÇA


Não importa qual seja a época ou o contexto social, a humanidade sempre clamou por JUSTIÇA. Há um desejo latente na alma humana pela verdadeira justiça. Mas onde ela está? Onde ela se manifesta? Na religião, nos protestos, na filantropia? Não, em nenhum destes, pois cada um deles têm seu conceito próprio de “justiça”.

A JUSTIÇA perfeita existia quando a Injustiça ainda não existia. No princípio, no Éden; lá a Justiça estava na inculpabilidade natural do primeiro Adão, que vivia perfeita e eternamente, desfrutando da Árvore da Vida (JESUS CRISTO), e de todo o fruto do Jardim, exceto a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (A LEI), ou seja, a árvore do certo e errado, da luz e das trevas, a “ÁRVORE DA JUSTIÇA X INJUSTIÇA”. Aqui começou a saga do Pecado, que tem relativizado a Verdadeira Justiça. Desde então, o homem vem “criando justiça” ao seu bel prazer. Cada um tem a sua.



As bilheterias do cinema ficaram lotadas na estreia do filme: BATMAN X SUPERMAN, “A Origem da Justiça”. O filme narra o relativismo ético do jornalista Clark Kent e do playboy justiceiro multimilionário Bruce Wane.
Enquanto Kent (o Superman) tenta convencer a população de sua “justiça” contra o homem morcego, através da mídia, Batman se reveste de uma couraça de kriptonita para provar sua justiça aniquilando o homem de aço.

Perceba. Os maiores mitos heroicos da história moderna guerreiam pela defesa de seus valores éticos e morais, cada um ostentando uma “justiça”.

A Justiça é um conceito divino, tem sua origem em Deus. O problema do mundo é que nosso conceito de justiça foi construído de forma cultural, familiar e étnica, assim, nossa mente está desqualificada para compreender a JUSTIÇA DE DEUS, a não ser que tenhamos uma mudança sobrenatural de mente (Romanos 12:2; I Coríntios 2:16).

Aqui está a famosa mulher adúltera do Evangelho de João (João 8:1-10). Ela é realmente uma pecadora, ela é realmente uma imoral, e sem dúvida sua condenação e julgamento é justo. A justiça da Lei afirma que tais mulheres devem ser apedrejadas, e isso é justo. Mas Jesus começa restaurando seu valor próprio...

Enquanto os religiosos e juízes a trazem diante de Jesus para exporem sua condição moral, Jesus a chama por um termo totalmente oposto à sua prática de vida. Veja...

E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando.
João 8:4

O termo mulher utilizado pelos por aqueles homens, no original grego é guinet que se refere à “mulher de má reputação”, “impura”, “mulher pecadora” “prostituta”.
A justiça deles sentencia e rotula aquela mulher.

Porém, já no desfecho do episódio, Jesus redefine aquela mulher e lhe dá um novo significado existencial dizendo...

Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
João 8:10

O termo mulher utilizado aqui por Jesus, diferente da conotação condenatória dos homens, é no original grego guinai, que significa “moça”, “mocinha”, “moça pura, virgem”.

Uma nova ideia de Justiça se revela aos homens aqui, a justiça imputada, ou seja, a justiça atribuída a alguém sem méritos.

Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras, dizendo: Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado.
Romanos 4:6-8

Isso não parece “justo” da parte de Deus: Um pecador a quem não é atribuído pecados, mas sim, é atribuída Justiça. Mas como já dissemos, nossa mente é extremamente limitada para compreender a Justiça de Deus, que só pode ser revelada de fé em fé (Romanos 1:17).

Esta é a loucura da pregação (I Coríntios 1:21) e o escândalo da cruz (Gálatas 5:11), que “...Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Coríntios 5:19

Então o que é a Justiça de Deus? Eis aqui a loucura e o escândalo: Nós, crentes em Jesus Cristo, nascidos de novo, nós somos a própria justiça de Deus.

Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.
II Coríntios 5:21

Clarck Kent (SUPERMAN) tentou convencer o mundo da justiça, mas este papel já tem dono...
E, quando ele [O ESPÍRITO SANTO] vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.” (João 16:8).

O Espírito Santo é dado à todo aquele que crê e vive em Cristo, para convencê-lo da Justiça no Novo nascimento e continuar convencendo na vida no espírito.

Bruce Wane (BATMAN) se revestiu da couraça de kriptonita para provar sua justiça, mas nós crentes temos outra couraça...
Estai, pois, firmes,... vestida a couraça da justiça.” (Efésios 6:14)

Como crentes, estamos revestidos da COURAÇA DA JUSTIÇA, para proteger nosso coração da culpa, acusação e condenação do Diabo.

Nosso acusador, é o Diabo. Este promotor maligno tinha uma cédula judicial contra nós que foi “assinada” quando o primeiro Adão pecou. Este documento lhe dava direitos sobre a Terra e sobre nós, dentro da Justiça.

Mas o Último Adão, Jesus Cristo, revogou este documento pela Justiça de Deus.

Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.
Colossenses 2:14,15

A ORIGEM DA JUSTIÇA É DEUS.
A ORIGEM DA JUSTIÇA É O EVANGELHO.