segunda-feira, 16 de maio de 2016

SÉRIE MÁRTIRES DA FÉ - Eric Liddell (1902-1945)



          No século XX centenas de missionários de vários países desembarcaram na China com o objetivo de semear o evangelho. Um deles foi Eric Liddell, o grande atleta olímpico que defendeu a Grã-Bretanha nos Jogos Olímpicos disputados em Paris.
Oriundo de uma família de missionários escoceses, Liddell era o segundo filho do reverendo James Dunlop Liddell. Entre 1908 e 1920 estudou em regime de internato, enquanto os seus pais prosseguiam a missão na China.
Selecionado para competir nos 100 e 200 metros pela seleção da Grã-Bretanha nos Jogos de Paris, Liddell chocou o mundo do desporto quando anunciou a sua desistência na prova dos 100m, porque as eliminatórias deveriam ser disputadas no dia 6 de Julho, um domingo, o Dia do Senhor. Substituiu então essa prova pela dos 400 metros, para a qual não estava preparado. Contudo, obteve a medalha de ouro, batendo o recorde mundial da época. Arrecadou também, nesses Jogos, uma medalha de bronze nos 200 metros.
Após a Olimpíada, Liddell embarcou para o norte da China, onde serviu como missionário nas cidades de Tianjin e Siaochang, entre 1925 e 1943. Foi ordenado pastor em 1932, e se casou com Florence Mackenzie, em 1934. Deste matrimônio resultaram três filhas: Patricia, Heather e Maureen.
 Após a invasão japonesa em 1937, Liddell sentiu o chamado para trabalhar em tempo integral como um campo missionário na Província Siaochang, onde seu irmão Robert era médico. Nas décadas de 1930 e 1940 a China era um território extremamente perigoso, devido à invasão japonesa e aos conflitos subsequentes, relacionados com a II Guerra Mundial. Como a situação política da China piorou, Liddell decidiu enviar sua esposa e dois filhos para a casa dela no Canadá, em 1941, até que os perigos maiores fossem dissipados.
 Em 1943 ele foi internado pelos japoneses no acampamento Weihsien com membros da Missão Interior da China. Liddell rapidamente emergiu como o líder no campo. Durante este tempo, ele manteve-se ocupado em ajudar os idosos, dar aulas de Bíblia, organizando jogos e ensinando ciência a crianças.
Em sua última carta para sua esposa, ele falou sobre sofrer um colapso nervoso por causa do excesso de trabalho. O primeiro ministro britânico, Winston Churchill, negociou uma troca de prisioneiros, mas Liddell se recusou a ir, dando o seu lugar a uma mulher grávida. Ele morreu em 21 de fevereiro, 1945, cinco meses antes da Libertação, provavelmente devido a um tumor cerebral e a um surto de febre tifóide.
Um interno colega, Stephen Metcalfe, escreveu mais tarde de Liddell: "Ele deu-me duas coisas: Um era seus desgastados tênis de corrida, mas a melhor coisa que ele me deu foi a batuta do perdão. Ele me ensinou a amar os meus inimigos, os japoneses..., e orar por eles".
A história de Eric Liddell foi contada no filme Carruagens de fogo, que venceu quatro Oscar em 1982, incluindo o de melhor filme. Sua vida é um exemplo de alguém que colocou a fé acima de ambição e fama pessoais. Para alguns, ele abandonou o sucesso por uma aventura. Para ele, o sucesso estava na vontade de Deus para a sua vida, mesmo que tivesse que perder os benefícios da fama e a própria vida.  

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