quinta-feira, 15 de agosto de 2013

MINISTROS NO OCTAGON


Não é nenhuma novidade para pesquisadores cuidadosos da vida e ministério do apóstolo Paulo, que, apesar de sua severa formação religiosa judaizante, em sua formação cultural gentílica (Tarso), ele teve contatos com o universo esportivo. Tendo nascido na famosa cidade de Tarso, ao leste da cidade, na encosta de um monte, havia o grande ginásio de Tarso, onde cada jovem da cidade dos 16 aos 18 anos nada aprendiam além de atletismo, e outras áreas da educação seriam cuidadas mais tarde, afinal, o que mais importava para os gregos e romanos, era o condicionamento físico. Os meninos além de aprender a correr, saltar e nadar, aprendiam outra modalidade crucial: LUTAR. Sim, justamente nesta época estavam se consolidado os esportes de combate, especialmente a luta greco-romana.

Paulo não ocultou as influências desse esporte em seus ensinos, e fez menção de alguns aspectos peculiares às lutas, ilustrando questões da fé.

E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível.
I Coríntios 9:25

         Paulo declara a supremacia do prêmio do combate da fé em relação ao prêmio do combate corpo a corpo. Pense em Paulo com sua mente criativa visualizando uma luta feroz entre dois atletas bem preparados dentro de um “octógono”. Ambos pelejam por fama e, é claro, uma premiação especial. Paulo, em momento algum deprecia o esporte, mas simplesmente afirma que o prêmio de nossa luta espiritual é muito melhor, pois é eterno “...eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível.”.

         Paulo também exalta a disposição e determinação que um lutador tem de se abster de algumas coisas para garantir seu condicionamento físico. Lutadores de MMA de alta performance, por exemplo, têm uma dieta rigorosa, uma rotina de treino intensa, e um poder de concentração incomum, tudo isso exige renúncias. Com isto, Paulo exorta cada cristão, especialmente pregadores do evangelho a uma vida de renúncia, auto-negação e abstinência.

         Lutadores não treinam para ter seus golpes esquivados, ou para errar socos, assim também, a eficácia do ministério cristão depende de um nível especial de abstinência e renúncia. Em nossa vida devocional de santificação, meditação nas Escrituras, e oração, conquistamos previamente a vitória quando estamos no “octagon da vida”. “...assim combato, não como batendo no ar.” (I Coríntios 9:26b).

         Sim, Paulo falava exatamente da eficácia e poder do ministério quando apresentou a rotina de abstinência do lutador. “Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo a servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” (I Coríntios 9:27).

          Certamente hoje, os combates de MMA, especialmente o UFC têm se tornado o maior espetáculo da terra em público e audiência, mas nada se compara à exposição de um verdadeiro ministro do evangelho, assistido por audiências visíveis e invisíveis. “...Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois fomos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens.” (I Coríntios 4:9).

         Na verdadeira concepção das artes marciais e dos esportes de luta, o bom combate é aquele que termina em honra. Paulo, ao contrário de alguns ícones modernos do boxe e MMA, entendeu o momento de encerrar a carreira no auge; ele declarou: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” (I Timóteo 4:7)   

          

terça-feira, 13 de agosto de 2013

A REDENÇÃO QUE JÓ NÃO CONHECEU


Poucas indagações são tão persistentes na história humana quanto esta: Porque coisas ruins sucedem a pessoas boas? Ou porque “injustiças” sucedem aos “justos”? Evidentemente não quero divagar pormenorizadamente aqui sobre o verdadeiro conceito de justiça, embora, precisemos entender no caráter absoluto da justiça divina, houve dois momentos dispensacionais para o homem: a justiça proveniente da Lei, que durou de Moisés até Jesus Cristo, e a justiça proveniente da fé, que se iniciou com a obra redentora de Jesus Cristo até os nossos dias.
Jó foi um desses justos segundo os padrões morais da lei, que sofreu terríveis aflições em sua vida. Consideremos, porém, suas aflições físicas:

Então, saiu Satanás da presença do SENHOR e feriu a Jó de uma chaga maligna, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. E Jó, tomando um pedaço de telha para raspar com ele as feridas, assentou-se no meio da cinza.
Jó 2:7-8

         Este texto começa a narrar a pavorosa enfermidade de Jó, que a essa altura já estava absolutamente absorto diante de sua calamidade, tendo perdido todos os seus bens e riquezas materiais e num trágico acidente “natural” perdido seus dez filhos já criados. Agora, com a alma anestesiada por seus sofrimentos emocionais, Jó começa a padecer uma doença literalmente infernal que é descrita em muitos textos ao longo do livro. Este era o estado de saúde e os sintomas de Jó: Coceira em todo o corpo (Jó 2:7); dificuldades para comer (Jó 3:24); buracos abertos e vermes no corpo (Jó 7:5); dificuldades para respirar (Jó 9:18); escurecimento da visão (Jó 16:16); mau hálito (Jó 19:17); perda de peso (Jó 19:20); constante febre alta (Jó 30:30).

         Deixe-me começar minha exposição do EVANGELHO DO REINO com uma afirmação escriturística, profética e enfática: Ataques do inimigo à nossa saúde somente têm legalidade quando estamos sob a justiça da Lei. Jó era de Deus. Mas era Deus sob a Lei de Deus, e sua justiça pessoal advinha dessa Lei, assim, mesmo sendo “justo”, além de estar sob a Lei, seus cuidados estavam mais sobre a passibilidade da crise do que sobre Deus como veremos logo adiante. Ser de Deus está mais ligado a ser comprado e selado por Deus do que simplesmente conhece-lo (I Coríntios 6:20; Efésios 1:13), e embora Jó, em sua fidelidade amasse e conhecesse  Deus, ele não era comprado e nem selado. Portando, no aspecto legal, Jó ainda não “era” de Deus, pois, para SER DE DEUS, é preciso nascer de Deus. “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca.” (I João 5:18). A justiça de Jó era a justiça dele, e não a justiça da fé em Cristo Jesus, nosso Redentor (Ezequiel 14:14).
         O fato é que não podemos justificar em Deus nossas aflições físicas e doenças apelando para a vida de Jó, pois Jó, embora tivesse feito menção profética da REDENÇÃO (Jó 19:25), Jó não conheceu a REDENÇÃO.
         A lição ou princípio espiritual que aprendemos em Jó, não é o conformismo, e sim a paciência e perseverança (Tiago 5:11). É também interessante ressaltar que a sequência desse texto supracitado (Tiago 5:11), Tiago declara no versículo 15: “e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessais as vossa culpas uns aos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (vv. 15-16). Além disso, nos tempos de Jó não havia no conceito do Reino os presbíteros da Igreja e nem a unção com óleo como ato profético para a cura (v. 14).

         Ok, vamos para o que interessa. Absolutamente, Jó não conheceu a nossa REDENÇÃO. Mas, em que aspectos de sua narrativa e de suas palavras isto fica claro? Vejamos três pontos importantes, três dádivas da Redenção em Cristo que Jó não conheceu.

1-    JÓ NÃO CONHECEU A PAZ QUE EXCEDE A TODO ENTENDIMENTO.
Logo no início da narrativa do livro de Jó, somos esclarecidos quanto ao seu temperamento ansioso e confiança abalável. Jó mesmo revela suas aflições prévias:

“Porque antes do meu pão vem o meu suspiro; e os meus gemidos se derramam como água. Porque o que eu temia me veio, e o que receava me aconteceu. Nunca estive descansado, nem sosseguei, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação.” (Jó 3:24-26).

Vê-se que Jó não orava a Deus pelo pão de hoje (Mateus 6:11), mas sofria e suspirava pelo pão de amanhã, além disso, como se vê, vivia sem paz pela iminente possibilidade da doença, da pobreza e da morte. Em Cristo temos sua própria exortação e princípio: “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos? (Porque todas essas coisas os gentios procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas essas coisas; Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” (Mateus 6:31-34).
Paulo exorta aos crentes da Igreja em Filipos: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplica, com ação de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4:6-7). Jó não tinha essa paz e tão pouco tinha a Cristo para guardar seu coração e sentimentos.
A Redenção, dentre outras dádivas, nos traz os benefícios dos nomes redentores de Jeová (O Senhor), e um de seus nomes é JEOVÁ SHALOM, O Senhor é a nossa Paz (Juízes 6:20-24). Jesus é a nossa paz (Efésios 2:14). Ele nos deu a sua paz (João 14:27). A obra expiatória e redentora de Cristo nos trouxe paz total. “...o castigo que nos traz a paz estava sobre ele...” (Isaías 53:5b).
Psicólogos não tomam sobre si nossa ansiedade, ao contrário, se utilizam de uma técnica de contratransferência para devolver toda a carga emocional para o paciente no divã, mas com o Doutor Jesus Cristo é diferente. O “ex-ansioso” apóstolo Pedro escreveu: “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (I Pedro 5:7).
A ansiedade de Jó deu legalidade para que Deus permitisse o ataque do Adversário. Jó não tinha a paz, e a ausência de paz foi um fator magnético para a doença e o caos. A medicina comprova que a maioria da incidência do câncer e de outras terríveis enfermidades, é de ordem psicossomática, ou seja, doenças emocionais que refletem no corpo. Mas a todos quantos estão em Cristo Jesus, não haverá tumultos em suas emoções. Há PAZ e SAÚDE. “Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma.” (III João 2).

2-    JÓ NÃO CONHECEU O PRIVILÉGIO DE UM MEDIADOR JUNTO AO TRONO DE DEUS.
Em meio a toda sua agrura e aflição, Jó não vislumbrava uma esperança real e concreta, pois em sua insensibilidade à presença de Deus (Jó 9:11), Jó sentia a Deus como inalcançável e Seu Trono como inacessível. Por isso, tudo o que Jó desejava era alguém que pode intermediar suas queixas diante Deus, um mediador que falasse com Deus ao seu respeito. Jó clamou:

“Ah! Se alguém pudesse contender com Deus pelo homem, como o filho do homem pelo seu amigo!” (Jó 16:21).

Nos dia de Jó já havia um conceito rudimentar de sacerdócio. As religiões pagãs já possuíam homens que mediavam o relacionamento entre homens e “deuses”. Jó mesmo exercia este papel sacerdotal de mediação entre seus filhos e Deus através de sacrifícios por seus pecados (Jó 1:5). Mas Jó sabia que o lugar à direita do Trono de Deus estava vago em seus dias, por isso ele desejou que alguém mediasse este relacionamento, e chega a dizer “instintivamente”, um filho do homem, ou seja, Jó não esperava que uma outra figura com atributos divinos fosse esse mediador. Jó desejava que alguém no seu nível de existência o fizesse, mas não exatamente um sacerdote da Terra, com seus pecados e tendências. Ou seja, o que Jó desejava era impossível, um sumo-sacerdote homem, com literal acesso ao Trono de Deus. Isso não era possível nos tempos de Jó. Jó não teve acesso a esta realidade utópica, mas nós temos. Aleluia! “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem, o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.” (I Timóteo 2:5-6). Sim, é isto mesmo! Jó não tinha este Mediador, mas nós temos. Jó não possuía uma confissão de fé para se apossar da restauração de sua vida e de sua saúde. Nós temos uma confissão para segurar com firmeza e rejeitar qualquer argumento maligno. “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” (Hebreus 4:14-16).
Jó não tinha Mediador, nós temos. Se você quer ter acesso a este Mediador, se você quer desfrutar das provisões do Trono do único e Verdadeiro Deus, só há uma maneira: Entregue sua vida a Jesus Cristo (João 14:6; Atos 4:12).

3-    JÓ NÃO TEVE FIADOR PARA SUA DÍVIDA E SUA CRISE.
No auge de sua dor e sofrimento Jó começa a desejar coisas estranhas, dentre elas, ele queria que alguém assumisse todas as suas dívidas para com Deus e todas as suas aflições. Em suma, Jó queria um “fiador”. Jó conjurou a Deus dizendo:

 “Promete-me agora, e dá-me um fiador para contigo; quem há que me dê a mão?” (Jó 17:3).

Imagine você, se alguém pudesse pagar o preço e as consequências de todos os pecados da humanidade, no presente, no passado e no futuro. Imagine se alguém assumisse toda sua condição de miséria, doença e derrota para que você não precisasse mais carregar tais fardos. Imagine se alguém se colocasse como seu substituto legal diante de Deus. Oh! Glória a Deus! Foi exatamente isso que fez Jesus. Ele assumiu a nossa dívida; ele assumiu a sentença do nosso Pecado; ele se fez nosso Substituto Legal diante de Deus Pai e do Seu Trono.
Jesus Cristo cancelou o antigo contrato que nos tinha como devedores (Colossenses 2:14), e estabeleceu o novo Contrato, no qual Ele mesmo se fez Fiador. “de tanto melhor concerto Jesus foi feito fiador.” (Hebreus 7:22). Fazendo-se maldição por nós, Ele nos resgatou da maldição da lei, ou seja, de todas as consequências nefastas da Queda e do Pecado (Gálatas 3:13). Quando estamos sob a Aliança com Deus, desfrutamos de proteção divina à nossa saúde. “E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor que te sara.” (Êxodo 15:26). Na cruz, Jesus se fez Pecado por nós, para que Nele, fossemos feitos Justiça de Deus (II Coríntios 5:21). Ele se fez pobre, assumindo nosso estado de miséria, para nós enriquecêssemos (II Coríntios 8:9). Ele recebeu em próprio corpo todas as nossas enfermidades e doenças, para que nós, sarados, desfrutássemos de sua saúde (Isaías 53:4-5; I Pedro 2:24), aliás, nós somos o corpo de Cristo, e Cristo em vida na Terra, jamais ficou enfermo senão na cruz, assim, como corpo de Cristo, podemos gozar da saúde do corpo perfeito de Cristo. Ninguém pôde substituir Jó, ou passar por aquilo que teve de passar, mas nós, tivemos um Substituto Legal, Jesus Cristo, o Filho de Deus, nosso Redentor e Senhor.

Conclusão

         A você que se encontra cativo por uma doença, enfermidade, ou dor crônica, ou que tenha um amigo (a) ou ente querido que esteja assim, seja “cristão” ou não, esta é a Palavra de Deus para você. Muitos têm morrido prematuramente com enfermidades horríveis, por não conheceram as ricas dádivas da Obra Redentora do Calvário. Quando essas verdades redentoras entrarem, não somente em seu intelecto, mas em seu espírito, em seu coração, não somente você receberá a dádiva mais importante que é a salvação de sua alma eterna, mas também gozará de saúde para o seu corpo e abundância para a sua vida. O que você deve fazer? É muito simples. É assim que a Bíblia nos ensina a tomar posse da REDENÇÃO e de suas bençãos:

1-    Arrependa-se agora mesmo de seus pecados e entre no Reino de Deus.
2-    Creia que Jesus Cristo pagou o preço de seu pecado e misérias.
3-    Confesse a Deus agora mesmo que você crê Nele.
4-    Declare Jesus Cristo como seu Rei e Salvador pessoal.
5-    Procure um pastor e uma Igreja séria que possam lhe ensinar os detalhes da fé.


Enéas Ribeiro

SOCORRO!!!

PRECISO DE UM EVANGELISTA!!


Este é o clamor de muitos pastores quando se sentem cansados e sozinhos. Por mais ungido e carismático que seja um pastor, ele não consegue “segurar” a atenção de seu povo o ano inteiro. A rotina semanal do preparo e exposição de sermões invariavelmente se torna esgotante.
Jesus não é irresponsável e incoerente, sabendo disso “...ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores...” (Efésios 4:11). O pastor só fica sozinho se quiser, pois, os demais quatro ministérios da estão em plena vigência e atuação na igreja, e historicamente, o mais destacado companheiro do Pastor tem sido o Evangelista.

A questão aqui não é o “haver” ou não evangelistas, mas é a procura de todo pastor pelo “Evangelista Certo”.
Evangelistas imaturos têm causado mais males do que benefícios às igrejas, pois alguns se tornaram meros promotores de sua própria “carreira itinerante”.
O Evangelista que o Pastor procura deve possuir pelo menos estas cinco características:

1-    SUA MENSAGEM É CRISTOCÊNTRICA E CONFIRMADA PELA MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO.
O pastor procura um evangelista cuja mensagem seja totalmente focada na Pessoa e na obra de Jesus Cristo, e que tenha um genuíno ministério do Espírito Santo. Não é “viável” para um pastor, emprestar seu púlpito a um pregador que meramente argumenta ou expõe um sermão sem trazer consigo a atmosfera milagrosa de Deus. Evangelistas têm sua mensagem confirmada por pelo menos uma das seguintes manifestações: (1) Curas; (2) Batismo no Espírito Santo; (3) Dons de revelação; e é claro, (4) Arrependimento e salvação de almas. “E, descendo Filipe à Samaria, lhes pregava a Cristo. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia.” (Atos 8:5-6).

2-    SEU CARÁTER E CONDUTA SÃO INQUESTIONAVELMENTE PUROS.
O pastor procura um evangelista de boa fama, não somente ministerial, mas moral. Um pregador que pauta sua vida em princípios de ética e bom senso. Muitos evangelistas tornaram-se meros profissionais da oratória sacra, porém, sem nenhum compromisso real com a verdade, s os tais, desonram a imagem da igreja e a reputação de pastores que os convidam para suas campanhas e eventos.  O testemunho do evangelista não deve apenas estar expresso em seus cartões de visita e capas de DVD’s, mas na vida de cada homem e mulher a quem influenciou positivamente. “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel.” (I Coríntios 4:1-2)

3-    ELE É UM REVIGORADOR DA VIDA ESPIRITUAL E MISSÃO DA IGREJA.
O pastor procura um evangelista que promova renovação espiritual à sua igreja, e que motive os crentes a cumprir seu ministério. Deve ser um verdadeiro avivalista, que, aliás, é o papel do evangelista: promover, no mínimo, uma mentalidade de avivamento. Um evangelista deve ser dotado de uma “energia” espiritual magnética e contagiante, que conduz as pessoas a uma experiência transformadora. Uma igreja local não pode ser a mesma depois de uma genuína campanha evangelística “à moda antiga”, pois sua mensagem plantará a semente de novos ministérios evangelísticos no corpo de Cristo, além de acender a chama da paixão por Jesus Cristo e seu Reino.

4-    ELE FORTALECE A AUTORIDADE E A LIDERANÇA DO PASTOR DIANTE DO POVO.
O pastor procura um evangelista que reconheça e fortaleça sua liderança como pastor. O pastor não pode ser “inferiorizado” pela presença de um evangelista, ao contrário, o evangelista sábio e maduro fará por onde fortalecer a aliança entre o povo e o pastor da igreja. Evangelista são carismáticos e cativantes, mas vão embora e não têm responsabilidade eterna sobre as almas daquela igreja; pastores, pelo contrário, são àqueles que exortando, dizendo “Não!”, e corrigindo, estão constantemente zelando pelas almas, e sua responsabilidade é muito mais pesada. Após a despedida do evangelista, além de ter uma igreja revigorada e alegre, o pastor deve ter uma igreja submissa e obediente. “Obedecei a vossos pastores e sujeita-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.” (Hebreus 13:17). Qualquer evangelista que faz campanhas sem deixar esta verdade latente nas almas, é um aventureiro egocêntrico.

5-    ELE NÃO ESTORQUE A IGREJA E NEM POSSUI UMA MENTALIDADE AVARENTA.
O pastor procura um evangelista que não vem apenas pensando no “cachê” de suas pregações. Pastores têm sofrido para encontrar evangelistas altruístas, que não querem ficar ricos com um ano de ministério. De fato, considerando a rotina árdua de verdadeiros evangelistas, pastores devem supri-los por sua ausência no lar, e demais desgastes comuns ao ministério itinerante da pregação; boas ofertas devem ser levantadas para abençoar este ministro indispensável. Porém, não é lícito que pregadores que não tenham um staf (equipe), um projeto missionário, ou um programa midiático para sustentar, exijam valores exorbitantes de ofertas por seu trabalho. Um evangelista verdadeiro pode reivindicar: “Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?... Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.” (I Coríntios 9:11, 14). Porém, o evangelista verdadeiro não terá seu ministério como causa de ganho (I Timóteo 6:5-8).

Pregador! Seja o evangelista que todo pastor procura. Não se pode sentir-se aprovado por Deus sem ser aprovado pelos homens de Deus. Pastores! Não desistam, ainda há evangelistas fieis. Vamos restaurar as campanhas de avivamento em nossas igrejas, e as cruzadas evangelísticas fora delas.

E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.
Mateus 24:14


sábado, 10 de agosto de 2013

AUTORIDADES: Todas vêm de Deus, todas mesmo!

PARTE 4 - "A AUTORIDADE DO JUÍZO APOSTÓLICO"


Um ministro de Deus poderia negar o perdão a alguém? Qualquer cristão piedoso, porém, desavisado responderia: “Absolutamente não! Devemos perdoar setenta vezes sete, como ordenou Jesus em Mateus 18:22
O mesmo Cristo que estabeleceu a imutável ‘Lei do Perdão’, estabeleceu o ‘Juízo Apostólico’.
Jesus delegou autoridade especial aos seus primeiros discípulos, os apóstolos com as seguintes palavras:

Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes são perdoados; e, àqueles a quem o retiverdes, lhes são retidos
João 20:23

A teologia católica furtou a exegese desta declaração de Jesus, restringindo essa autoridade ao clero romano, especialmente ao Papa, porém, o poder de liberação e retenção do perdão divino pertence a apóstolos genuínos, e ministros apostólicos, sejam pastores, evangelistas, mestres ou profetas.
Sim, Jesus concedeu a embaixadores do seu Reino o decreto de absolvição e de juízo, e este poder está condicionado à pelo menos quatro características do ministério apostólico: (1) Discernimento profético; (2) Amor compassivo; (3) Apurado senso do propósito divino; e (4) Zelo apologético. (estudaremos detalhadamente na próxima postagem). Ou seja, não basta ter um título para sair exercendo “juízo divino” por aí.

Enfadado da carnalidade de alguns crentes da igreja em Corinto, Paulo declara expressamente em sua carta:

Já anteriormente o disse e segunda vez o digo, como quando estava presente; mas agora, estando ausente, o digo aos que antes pecaram e a todos os mais que, se outra vez for, não lhes perdoarei.
(II Coríntios 13:2).

Discernindo a indisposição dos crentes em se emendarem, zelando pela sã doutrina, conhecendo o propósito de Deus para cada crente corinto e amando compassivamente os mesmos, Paulo ameaça reter o perdão.

É muito comum vermos o juízo divino operando através dos profetas no Antigo Testamento e dizermos que agora, ‘na graça’, nenhum homem tem tal poder. Então, qual a origem da sentença de Pedro ao casal de mentirosos e avarentos: Ananias e Safira:

...Não mentistes aos homens, mas a Deus... Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti. E logo caiu aos seus pés e expirou...
Atos 5:1-10

Pedro julgou este casal com o Juízo Divino.

O mesmo Pedro anunciou o juízo sobre o também avarento Simão dizendo: “...O teu dinheiro seja contigo para a perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro.” O juízo foi retido porque Simão compreendeu a autoridade do juízo apostólico, e rogou a intercessão deste: “Orai vós por mim ao Senhor, para que nada do que disseste venha sobre mim.” (Atos 8:18-24).

O apóstolo Paulo decretou o juízo momentâneo sobre o ilusionista Elimas:

Eis aí, pois, agora, contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. No mesmo instante, a escuridão e as trevas caíram sobre ele, e, andando à roda, buscava a quem o guiasse pela mão.
Atos 13:11

         O mesmo Paulo decretou o juízo ao autor da relação incestuosa entre filho e madrasta dentro da igreja, entregando o impenitente à satanás para destruição da carne e conservação do espírito; e Paulo fez isto, em nome de Jesus (I Coríntios 5:1-5).

         Ninguém é digno do perdão divino, porém, ele é dado àqueles que se condicionam ao critério divino: ARREPENDIMENTO. O perdão de Deus é, por exemplo, condicional ao nosso perdão (Marcos 11:25; Mateus 6:12).

         Na próxima postagem: “CRITÉRIOS DO JUÍZO APOSTÓLICO”.

AUTORIDADES: Todas vêm Deus, todas mesmo!

PARTE 3 – “Obedecei os vossos pastores”


         De fato, “ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o SENHOR.” (Jeremias 23:1), mas com igual severidade, Deus declara: “Ai das ovelhas que fazem pastores gemerem!”.
         Estatísticas recentes revelam um número assombroso de pastores que sucumbiram emocionalmente diante das pressões do ministério pastoral. E um dos fatores mais determinantes desta “crise”, é a insubordinação e desrespeito de cristão que não conhecem o PRINCÍPIO DA AUTORIDADE.

         Líderes eclesiásticos (presbíteros, bispos, pastores) são autoridades designadas pelo próprio Deus para apascentar o seu rebanho (Atos 20:28). Resistir a autoridade de um pastor é resistir a Deus (Romanos 13:2).
         Pastores devem ser continuamente lembrados e imitados em sua fé e conduta (quando condizente com a sã doutrina) (Hebreus 13:7).

         Palavras maledicentes ou murmuradoras contra uma autoridade pastoral são passiveis de grave maldição, e Paulo ratifica tal lei: “...Irmãos, eu não sabia que ele era o sumo sacerdote, pois está escrito: ‘Não fale mal de uma autoridade do seu povo’.” (Atos 23:5; Êxodo 22:28).

         Muitos “ministérios” itinerantes (pregadores, cantores, bandas...) da atualidade não nutrem o menor respeito ou sujeição à pastores, estes, ainda que se destaquem por seu carisma, talento e dons, estão absolutamente destituídos da benção de Deus, pois que não está debaixo de autoridade, não pode exercer autoridade. Estes ignoram completamente a autoridade pastoral. Não existem “ministérios autônomos”, Quem não está sujeito à autoridade não está sujeito a Deus (Romanos 13:1-2), e quem não está sujeito a Deus está sujeito ao Diabo, o maior rebelde da história.
         O apóstolo Pedro falando acerca de falsos “ensinadores” itinerantes que desprezam autoridades, proclama sua inevitável condenação (II Pedro 2:9-11). Ler também Judas 8-11.

Obedecei a vossos pastores e sujeita-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.
Hebreus 13:17

         Quatro princípios:

1-    PASTORES DEVEM SER OBEDECIDOS;
2-    PASTORES SÃO “FISCAIS” DE ALMAS;
3-    PASTORES PRESTAM CONTAS DE ALMAS;
4-    PASTORES DEVEM APASCENTAR ALEGREMENTE;

Pastores têm e terão a árdua incumbência de prestar contas perante Deus, pelas almas dos homens. Isto por si só, já deveria lhes garantir o respeito e o carinho das pessoas. Pastores tristes, angustiados e aflitos não são úteis para o rebanho. Mas ai daqueles que estão “inutilizando” pastores no corpo de Cristo com sua atitude rebelde e insubmissa.
Se alguém está insatisfeito (justa ou injustamente) com seu pastor, tem apenas duas alternativas:
(1) Fique em silêncio orando para que Deus trate com ele;
(2) Procure outra igreja.

Na próxima postagem: “A AUTORIDADE DO JUÍZO APOSTÓLICO”.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

AUTORIDADES: Todas vêm Deus, todas mesmo!


PARTE 2 (Policiais: Ministros de Deus)

         A crise moral do mundo em que vivemos não isenta nenhum setor ou seguimento social. Em qualquer esfera, mesmo nas mais improváveis, como a religião, há deslavada corrupção. Mas nós tendemos a escolher categorias específicas para “crucificar”. Um exemplo disto é quando tolamente alguém diz: “Todo policial é corrupto!

         Veja bem, a força policial, sendo uma autoridade, foi constituída por Deus (Romanos 13:1). Só uma curiosidade interessante: Deus é o idealizador da cadeia: “Faze uma cadeia, porque a terra está cheia de crimes de sangue, e a cidade está cheia de violência.” (Ezequiel 7:22). As forças armadas e a polícia são a espada dos magistrados, ou governantes.

Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal.” (Romanos 13:3-4)

         Note que Paulo falava de seu contexto; os soldados e centuriões romanos exerciam autoridade e juízo sob a autoridade dos governadores. Sobre a autoridade do governador Pôncio Pilatos Jesus disse: “...Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado...” (João 19:11). Da mesma sorte, Jesus admirou não só a fé, mas o discernimento de um “capitão” da polícia romana por sua declaração: “...dize, porém, uma palavra, e o meu criado sarará. Porque também sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados sob o meu poder, e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto; e ele o faz. E, ouvindo isso, Jesus maravilhou-se dele...” (Lucas 7:7-9).

         A espada era a arma branca utilizada pela polícia primitiva para repressão da criminalidade, hoje: pistolas, fuzis e metralhadoras. Ao dizer em Romanos 13:4 “...se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada...” Paulo estava dizendo ao nosso contexto: “Se você transgredir a lei, deve ter medo, pois não virá em vão a repressão policial”. E Paulo segue dizendo: “...porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal.”, assim, literalmente, POLICIAIS SÃO MINISTROS DE DEUS, assim como os governantes. Assim, consciente ou inconscientemente, servem aos desígnios de Deus na terra, crentes ou não.

         Você pode estar se perguntando: “E quanto ao ‘não matarás’?”
         Eu lhe respondo com argumento escriturístico: A espada da lei não é homicida, é vingadora do mal. Mesmo o apóstolo Paulo, diante da autoridade do governador Festo e apelando para César, reconheceu a legitimidade do castigo capital: “Se fiz algum agravo ou cometi alguma coisa digna de morte, não recuso morrer; mas, se nada há das coisas que estes me acusam, ninguém me pode entregar a eles. Apelo para César.” (Atos 25:11).
        
A polícia é ministro de Deus.
Na próxima postagem: “OBEDECEI OS VOSSOS PASTORES”    

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

AUTORIDADES: Todas vêm Deus, todas mesmo!


PARTE 1 (Introdução)

Certa vez no caótico trânsito de nossa querida São Paulo, fiquei intrigado ao observar uma cena enquanto meu carro não podia sair do lugar. Estávamos todos (os motoristas) andando em razoável velocidade na Radial Leste, quando de repente, eu percebi ao longe que algo estava parando e desviando o fluxo natural dos carros. Quando cheguei perto vi aquele tímido idoso, com seus cabelos grisalhos, com um apito na boca e gesticulando com as mãos a rota que os carros deveriam tomar, os quais, obviamente obedeciam.
Aquele simplório senhor estava trajando o uniforme “marronzinho” do CET, o que lhe conferia o desta entidade sobre centenas de milhares de carros, caminhões e toneladas de automóveis. Foi quando o Espírito de Deus me fez lembrar que esta autoridade não fora primariamente dada pelo CET, mas por Deus.

Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.
(Romanos 13:1).

No universo cristão tendemos a acreditar que “autoridades divinas” são posições exclusivas a sacerdotes, pastores e ministros cristãos, e negligenciamos o fato de que, embora autoridades seculares não representem literalmente uma autoridade espiritual, todas, sem exceção, provém de Deus.
Assim sendo, qualquer desobediência a uma autoridade humana, é uma desobediência à Deus; qualquer levante contra uma autoridade humana, é um levante contra Deus; qualquer maledicência contra uma autoridade humana, é maledicência contra Deus; e qualquer resistência a uma autoridade humana, é resistência contra Deus.

Por isso, quem resiste à autoridade resiste a ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
(Romanos 13:2)

         Isto inclui LÍDERES POLÍTICOS, MILITARES, POLÍCIA, PROFESSORES, PATRÕES, PORTEIROS, PASTORES, LÍDERES DE MINISTÉRIOS, PAIS...

         Todo aquele que “representa”, “guarda”, “protege”, “educa”, “lidera”, ou “administra”, é uma autoridade de Deus, e deve ser honrada e respeitada, sendo “boa” ou “ruim”.
         Na próxima postagem: “POLICIAIS: MINISTROS DE DEUS”. Até logo.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

EVAN ROBERTS E O AVIVAMENTO GALÊS


"Eu estendi minha mão e toquei a chama. Agora eu estou queimando e esperando por um sinal." – Evan Roberts, pregando na Capela de Moriah, Dezembro de 1903.
Acima de tudo, uma sensação da presença e santidade de Deus impregnava cada área da experiência humana, em casa, no trabalho, nas lojas e nas tavernas. A eternidade parecia inevitavelmente próxima e real.
Eu não sou a fonte deste avivamento. Eu sou apenas um agente entre o que vai ser uma multidão... Eu não sou aquele que está tocando os corações de homens e mudando as vidas dos homens. Não sou eu, mas o Deus que opera em mim. – Evan Roberts
O avivamento de Gales foi um dos mais impressionantes moveres de Deus de todos os tempos. Em poucos meses de avivamento, um país inteiro foi transformado, mais de cem mil pessoas aceitaram o Senhor Jesus como seu Senhor e Salvador, e a notícia foi espalhada ao redor do mundo.
O avivamento começou em outubro de 1904 na pequena cidade de Loughor, com Evan Roberts, um jovem de 26 anos. Wesley Duewel conta sobre o início do avivamento no seu livro "O Fogo do Reavivamento":
Os historiadores geralmente se referem ao reavivamento que começou na aldeia de Loughor no País de Gales como o ponto inicial do reavivamento. Evan Roberts foi o instrumento usado por Deus para inaugurar o reavivamento de 1904. Em 1891, aos treze anos de idade, Roberts começou a ter fome e sede, e orar por duas coisas importantes: (1) para que Deus o enchesse com o Seu Espírito, e (2) para que Deus enviasse o reavivamento ao País de Gales. Roberts fez talvez o maior investimento no banco de oração de Deus a favor do reavivamento que o Senhor desejava enviar. E talvez fosse essa a razão de Deus ter começado a onda internacional de reavivamentos no País de Gales – através de Evan Roberts.2
Evan Roberts tinha acabado de começar a cursar o seminário quando teve uma visão na qual Deus o chamava para voltar à sua pequena cidade e pregar para os jovens da sua igreja. Roberts já tivera outras experiências com Deus e estava convencido que Ele estava prestes a derramar um poderoso avivamento sobre o país de Gales. Mesmo assim, podemos imaginar que não foi fácil para ele voltar para casa depois de apenas quinze dias no seminário. Mas, na noite de domingo, 30 de outubro de 1904, durante o culto, Roberts teve uma visão dos seus amigos de infância e entendia que Deus estava falando para ele voltar para casa e evangelizar-los.
No dia seguinte Evan Roberts reuniu os jovens da igreja e começou a passar a sua visão para o avivamento. Ele ensinou que o povo orasse uma oração simples: "Envia o Espírito Santo agora, em nome de Jesus Cristo". Roberts também enfatizou quatro pontos fundamentais para o avivamento:
1- A confissão aberta de qualquer pecado não confessado.
2- O abandono de qualquer ato duvidoso.
3- A necessidade de obedecer prontamente tudo que o Espírito Santo ordenasse.
4- A confissão de Cristo abertamente.

Os cultos continuavam todos os dias e o fogo do avivamento começou a espalhar-se pela região.
Na primeira manhã daquela semana milagrosa, as pessoas se juntavam em grupos na rua principal de Gorseinon e a pergunta principal nos seus lábios foi, "Como você se sente agora? Você não se sente esquisito?" Nas suas mentes estavam gravadas as cenas dos cultos do Domingo quando, em cada capela, muitas pessoas pareciam ser subjugadas. As cenas se repetiam a cada dia e a alegria de Evan aumentou. O Reverendo Mathry Morgan de Llanon visitou uma noite e viu o avivalista "que quase dançava com alegria por causa de um que estava orando fervorosamente e que estava rindo enquanto orava, por ter ficado consciente que suas súplicas estavam prevalecendo. Mr Roberts mostrou sinais animados de uma alegria triunfante, em concordância com ele. Glórias a Deus por uma religião alegre."
Desse pequeno começo, um grande avivamento começou a varrer o norte do país de Gales. Cultos de avivamento começaram espontaneamente, muitas vezes antes da chegada do avivalista. A maioria dos líderes e ministros do avivamento foram jovens e adolescentes:
Evan Roberts tinha apenas vinte e seis anos de idade quando irrompeu o avivamento. Sua irmã, Mary, que foi uma parte tão importante da obra, tinha dezesseis. Seu irmão Dan e o futuro marido de Mary, Sydney Evans, estavam ambos com cerca de vinte anos. As "Irmãs Cantoras", que foram usadas grandemente, estavam entre as idades de dezoito e vinte e dois anos. Milhares de jovens se converteram e eram imediatamente enviados por toda a terra testificando da glória de Deus. Criancinhas tinham suas próprias reuniões de oração e testemunhavam ousadamente aos pecadores mais endurecidos. As capelas ficavam superlotadas de jovens.
O avivamento resultou na conversão de muitos jovens, que logo se empenharam na obra de evangelização. Crianças também foram usadas poderosamente no avivamento, ganhando muitos almas para Jesus. Novos convertidos lideravam grandes reuniões de oração e estudos Bíblicos.
Durante o avivamento os cultos continuavam quase sem parar, e a presença de Deus foi manifesta de uma forma especial. Grandes congregações, de até milhares de pessoas, foram movidos pelo Espírito a "cair aos pés simultaneamente para adorar em uníssono"; às vezes a glória do Senhor brilhava dos púlpitos com uma luz tão forte que "os evangelistas ou pastores fugiam dela para não serem completamente arrebatados".
Um jornalista de Londres que assistiu às reuniões ficou surpreso ao ver como os cultos prosseguiam quase sem liderança ou orientação humana. Hinos, leitura da Palavra, oração, testemunhos dos convertidos e breves exortações por várias pessoas sucediam-se segundo o Espírito guiava. Os grandes hinos da igreja eram cantados durante três quartos da reunião; a ordem reinava, embora mil ou duas mil pessoas estivessem presentes. Se alguém se demorava muito na exortação, outra pessoa começava um hino. Evan Roberts insistia continuamente: "Obedeçam ao Espírito", e o Espírito mantinha a reunião pacífica e ordeira.
O Reverendo R B Jones descreveu um culto, onde ele pregou a mensagem da salvação:
"Como um só homem, primeiro com um suspiro de alívio e depois com um grito de alegria delirante, toda a audiência ficou de pé... Todo recinto naquele momento parecia terrível com a glória de Deus – usamos a palavra 'terrível' deliberadamente; a presença santa de Deus era tão manifesta que o próprio orador sentiu-se dominado por ela; o púlpito onde se encontrava estava tão cheio com a luz de Deus que ele teve de retirar-se!"
Os efeitos do avivamento estenderam-se muito além dos cultos e reuniões de oração. Os bares e cinemas fecharam, as livrarias evangélicas venderam todos os seus estoques de Bíblias. O avivamento tornou-se manchete nos principais jornais do país. A presença de Deus "parecia ser universal e inevitável", invadindo não somente as igrejas e reuniões de oração, mas se manifestando também "nas ruas, nos trens, nos lares e nas tavernas" .
"Em muitos casos, os fregueses entravam nas tavernas, pediam bebidas e depois davam meia-volta e saíam, deixando-as intocadas no balcão. O sentimento da presença de Deus era tal que praticamente paralisava o braço que ia levar o copo à boca."
Evan Roberts trabalhou sem parar no avivamento. Ele não queria que as pessoas olhassem para ele, e muitas vezes ficava calado durante os cultos, preferindo que o Espírito Santo os dirigisse. Ele raramente falava com os jornalistas que vinham para escrever sobre o avivamento, e não permitia que tirassem fotografias dele.
Infelizmente, Evan, o "catalisador principal" do avivamento, não cuidou da sua própria saúde, tirando o tempo necessário para descansar. Ele começou a se sentir fisicamente exausto, vindo finalmente a ter um colapso, e em abril de 1906 retirou-se para a casa do Sr. e Sra. Penn-Lewis na Inglaterra. Evan nunca mais exerceu seu ministério de avivalista, e sem sua liderança, o avivamento logo se apagou.
Rick Joyner, no seu livro "O Mundo em Chamas", fala sobre o papel da Sra Jessie Penn-Lewis na vida do avivalista:
Parece provável que Jessie Penn-lewis tenha exercido uma parte significativa em levar o grande Avivamento do País de Gales a um fim prematuro, embora ela parecesse ter a melhor das intenções. Os relatos foram de que ela convenceu Evan Roberts a retirar-se do avivamento, porque achava que ele estava recebendo muita atenção, a qual deveria ir apenas para o Senhor...
Seria desonesto incriminar Jessie Penn-Lewis como a única mão que interrompeu o Avivamento Galês, embora muitos amigos e colaboradores de Evan Roberts tenham feito exatamente essa acusação. Evan Roberts deixou a obra e foi viver na casa de Penn-Lewis, onde ele se tornou efetivamente um eremita espiritual, nunca mais usado no ministério...
Depois de sair da liderança do avivamento, com sua saude bastante enfraquecida, Evan Roberts viveu uma vida de intercessão, escrevendo matérias para revistas evangélicas, e recebendo visitas. Alguns anos depois, junto com a Jesse Penn-Lewis, ele escreveu o livro "War on the Saints" (Guerra contra os Santos), em qual ele criticou o avivamento. Menos que um ano depois do lançamento do livro, Roberts o descreveu como sendo uma "arma falhada que tinha confundido e dividido o povo do Senhor."
O avivamento no país de Gales durou apenas nove meses, porém neste tempo marcou o mundo. Os frutos, os resultados do avivamento, foram bons: uma pesquisa feita seis anos depois do avivamento descobriu que 80% dos convertidos continuavam sendo membros das mesmas igrejas onde tiveram se convertido. Porém, isso não significa que os outro 20% tivessem se desviado, porque muitos se mudaram para missões independentes ou novas denominações.