quarta-feira, 2 de abril de 2014

A ERA GLACIAL DA ESPIRITUALIDADE URBANA


A poluição sonora do trânsito frenético, a infraestrutura vertical dos milhares de edifícios e arranha céus, a explosão do seguimento industrial e do comércio, o vai e vem dos cidadãos em sua realidade social, o gigantesco apelo publicitário nos outdoor e placas, as luzes artificiais da selva de pedras à noite, o caos sempre presente do transporte público, a lei da oferta e da procura, a intensidade da concorrência profissional... Em fim, estes e outros aspectos correspondem à realidade do fenômeno urbano. E embora eu não seja um sociólogo ou antropólogo, observo criteriosamente tais fenômenos, e como eles influenciam no estilo de vida e especialmente na espiritualidade das pessoas.

Tais observações são fruto das aspirações proféticas de um jovem missionário urbano.
Minha convicção eclesiológica e escatológica enxerga o papel profético da Igreja na cidade no tempo do fim, não de uma perspectiva catastrófica ou escapista, mas restauradora (Atos 3:19-21)

Não podemos negar que a realidade urbana hodierna em sua diversidade étnica, cultural e religiosa, tem lançado a espiritualidade autêntica das metrópoles e megalópoles numa visível “Era glacial”. A frieza vai desde a concepção irresponsável de bebês por pais desajustados até facilidade dos homens de tirarem as vidas uns dos outros. Mas o agravante desta realidade não diz respeito apenas ao âmbito secular, mas ao religioso também.

Em uma de suas profecias escatológicas Jesus declarou a origem desta intensa frieza espiritual das cidades: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” (Mateus 24:12). Sim, a realidade mais relativizada da pós-modernidade: o Pecado. Não apenas o conjunto de maus hábitos do ser humano, mas uma natureza intrínseca, herdada e latente.

As cidades estão cobertas pelo gelo do Pecado. Congeladas pelo egoísmo, a indiferença e a carnalidade; envolta na neve moral do modernismo e relativismo ético; assoladas pela ventania gélida do consumismo e da compressão do tempo; não há mais tempo pra Deus. Isto está imergindo as cidades na deterioração dos valores e no caos. A única salvação para as cidades é o “retorno de Deus” à sua realidade total: cultural, política, midiática, educacional, familiar, econômica e religiosa.

E Deus virá restaurar todas as coisas somente através da difusão de seu maior propósito: O REINO DE DEUS. É a restauração dos fundamentos apostólicos da fé, uma efervescência na comunicação entre o povo do Reino (a Igreja) e seu Deus, a volta à única “espécie” de evangelho (Lucas 16:16) que deve ser pregado: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá fim.” (Mateus 24:14)

É o Evangelho do Reino que aquecerá e transformará as cidades neste tempo.

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