segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O DOM DE LÍNGUAS - UM REGULAMENTO BÍBLICO EQUILIBRADO


A maior ênfase na Bíblia às línguas estranhas é dada na primeira epístola do apóstolo Paulo aos crentes da cidade de Corinto. O fato é que os irmãos coríntios estavam dando demasiada importância às línguas em relação aos dons espirituais, além de usarem as línguas sem interpretação.
         Vamos observar no capítulo catorze desta carta, sete aspectos importantes para o regulamento do uso das línguas estranhas.
(1) A profecia edifica a igreja, mais do que a língua sem interpretação. (vv.1-4)
(2) A profecia e as línguas com interpretação têm igual importância na igreja. (v.5)
(3) Falar em línguas [alto] no culto público, sem interpretação, não beneficia os outros. (vv.6-12)
(4) Os que falam ou oram em língua na igreja, devem orar pedindo o dom da interpretação, para assim edificarem a igreja. (v.13)
(5) Na vida pessoal de Paulo, falar com Deus em línguas era um meio importante de adoração e de crescimento espiritual. (vv.14-19)
(6) A profecia é mais útil do que as línguas sem interpretação, visto que a profecia leva a convicção do pecado e a consciência da presença de Deus. (vv. 20-25)
(7) O falar em línguas e o profetizar devem ser regulados a fim de que prevaleça a ordem na igreja. (vv.26-40)

Outras observações do apóstolo Paulo são dignas de nota mais clara:

                   “E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas...”(v.5)

Paulo deixa claro nesta declaração que as línguas não estão restritas a uma classe especial da igreja de “supercrentes” ou “superdotados espirituais”. Não. Absolutamente não! A glossolalia está disponível a todos os crentes que ardentemente desejam esta dádiva e crêem nela. Os critérios primordiais para receber são o ser salvo e o crer.

                   “E, se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois ou, quando muito, três, e por sua vez, e haja intérprete.”(v.27)

         Este texto tem gerado acalorados debates entre cristãos piedosos, pois, embora sua abordagem seja bastante clara, envolve fatores de tempo, espaço e circunstancia. Paulo estava dizendo que durante um culto publico, não devem os crentes falar em línguas de maneira desorganizada. Vejamos algumas diretrizes:
(1) Numa só reunião não deve haver mais do que dois ou três que falem, orem ou louvem em línguas audivelmente, e isto somente com interpretação.
(2) Falar em línguas deve ser feito por uma pessoa de cada vez.
(3) Toda enunciação audível em línguas deve ser julgada pela igreja, quanto a sua autenticidade.
(4) Não havendo ninguém presente com o dom de interpretar, o crente pode, em silencio, falar em línguas em oração pessoal dirigida a Deus.
Observemos outros três aspectos importantes sobre as orientações de Paulo:
(1) Tempo: Eram os primeiros anos do movimento do Espírito Santo na igreja, e, havia muito a que aprender, pois o ministério público nas sinagogas desde então, estavam restrito aos líderes religiosos, mas agora o Espírito Santo estava sobre toda a carne. (At 2:17)
(2)  Espaço: a igreja/templo/casa é lugar primordial do cristão racional (Rm 12:2), mas os coríntios estavam cometendo excessos na utilização do dom de línguas, e isto era inadmissível, haja vista que os não crentes participavam do culto. Daí a importância do regulamento do apóstolo Paulo.
(3) Como já foi dito, a circunstancia em questão era a incoerência espiritual dos coríntios em relação a ordem do culto. Paulo se dirigiu especificamente a esta igreja, pois a desordem era demasiada.
“...não proibais falar em línguas.”(v.39)

Paulo foi claro em afirmar que não se pode proibir o falar em línguas na igreja. Haverão momentos de profundo enlevo e êxtase espiritual na igreja, movido pelo aspecto transcendental da religião,  que longe de causar escândalo, causará admiração aos de fora. Porém, no versículo posterior, Paulo impõe um limite as manifestações e reações dos crentes na igreja.

“Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.”(v.40)

Não é raro observarmos manifestações humanas escandalosas e desordeiras nos cultos pentecostais, e isto trás grande prejuízo a obra de Deus. Estes excessos, porém, não devem ser coibidos com rigor demasiado, e sim, sanados através de ensino paciente, mansidão e muito amor por parte da liderança, do contrario, muitos podem ser entristecidos e escandalizados por líderes intolerantes.

“E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.” (v.32)

Não é raro ouvirmos “ensinadores” incoerentes ou ignorantes dizerem que o Espírito Santo está sujeito ao profeta, quando o que está sujeito ao profeta é o espírito [humano] do profeta. Entendemos que ninguém é “tomado” pelo Espírito Santo para falar em línguas, falaremos se quisermos, porém, se não quisermos, conteremos o nosso espírito. Mas quando o Espírito Santo decide se mover com poder na coletividade da igreja, o homem tem seu ser saturado pela graça divina e se entrega as reações mais diversas, é ai que surgem os pulos, as quedas, as “coreografias” e todo tipo de manifestação extravagante, porém, inofensiva.
Em fim, esta dádiva é para você. Não retarde a promessa de Deus e quando a receber, não a retenha.

“Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.” (II Coríntios 3:17)

Um comentário:

  1. Glória a Deus pela luz da verdade sendo manifestada através de brilhante colocação. Nós, os crentes em Cristo devemos compreender com clareza nossa posição na propagação do Reino de Deus aqui na terra. E o falar em línguas e o orar em línguas são graças de Deus para a individualidade e a coletividade da igreja. Aleluia!

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