segunda-feira, 7 de setembro de 2015

PORQUE DEVEMOS ORAR EM LÍNGUAS


         O apóstolo Paulo não poupou satisfação e júbilo ao dizer para os crentes da Igreja de Corinto: “Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós.” (1ª Co14:18)
         Paulo conhecia a importância fundamental de se orar no Espírito Santo (Rm8:26,27; Ef 6:18; Jd 20). A glossolália era parte indispensável na vida devocional do apóstolo dos gentios, visando auto-edificação (1ª Co 14:4a).
         O contexto histórico da primeira epistola aos coríntios nos deixa claro que a única coisa que eles queriam fazer, era falar em outras línguas. Agora vamos entender algo significativo aqui, se Paulo falava mais línguas que os coríntios, podemos deduzir então que Paulo acordava falando em línguas, falava em línguas ao dormir, falava em línguas entre as refeições... Preocupo-me muito com o fato de muitos crentes que receberam o dom não utilizá-lo, pois estão perdendo uma tremenda fonte de gozo e crescimento espiritual. Vejamos, portanto, alguns motivos porque todo crente, discípulo de Jesus deve orar em línguas estranhas.

         1º Motivo: As línguas são para edificação espiritual. A palavra edificar, do grego “oikodome”, significa literalmente construir uma casa ou edifício. Fala-nos da construção minuciosa e gradual de uma vida espiritual poderosa. Essa construção envolve o aperfeiçoamento do caráter e o aprofundamento no relacionamento com Deus. Portanto, as línguas são o mais precioso canal para uma vida espiritual mais dinâmica e real. “O que fala em língua estranha edifica-se a si mesmo...”(1ª Co 14:4a). Outro fato maravilhoso sobre as línguas, é que, mesmo que não as compreendamos é o mais perfeito meio de comunicação com Deus. “Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus...” (1ª Co 14:2a). E a segunda parte deste versículo nos trás outra revelação esclarecedora para aqueles que temem falar em outras línguas e serem reprimidos por alguém. “...porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios.” (14:2b)

         2º Motivo: As línguas são uma evidência do batismo no Espírito Santo. Línguas demonstram-se em três narrativas claras do livro de Atos, provam de maneira irrefutável que elas são a marca do verdadeiro revestimento espiritual de poder. Alguém até pode estar realmente cheio do Espírito Santo sem falar em línguas, mas a evidência de uma vida profunda e crescente é a constante oração no Espírito. Línguas é como o transbordar de um vaso que foi cheio até a boca, sabemos que transbordou quando a água cai pelas bordas do  vaso (At 2:4; 10:45; 19:6).

         3º Motivo: Falar em línguas é uma das provas da ressurreição e glorificação do Senhor Jesus. Pregando a respeito da ressurreição nos versículos 24 e 25 de Atos 2, Pedro citou as Escrituras do Salmo 16 assim: “por isso, se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou...” (At 2:26). O mesmo poder da ressurreição, é o poder que influencia crentes de todas as gerações a falarem em línguas misteriosas. (Rm8:11; Jo 16:7)

         4º Motivo: Falar em línguas é o cumprimento óbvio das profecias de Isaías e Jesus. Isaías profetizou: “Porque, por lábios estranhos e por outra língua, falará a este povo.” (Is28:11) e Jesus disse que as línguas acompanhariam a pregação do evangelho pela fé. “E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome... falarão novas línguas.” (Mc 16:17)

         5º Motivo: As línguas nos relembram a presença do Espírito Santo que habita em nós. Como Pedro e sua comitiva sabiam que os gentios haviam recebido o Espírito Santo? Atos 10:46 diz: “Pois os ouviam falando em outras línguas e engrandecendo a Deus.” Ou seja, tratava-se da evidência sobrenatural ou inicial da presença do Espírito Santo neles.

         6º Motivo: Orar em línguas estimula a fé. Falar em línguas me ajuda a confiar mais plenamente em Deus. Não nos dará fé, mas acrescentará e ajudará a nossa fé. Vejamos o que disse o discípulo Judas (não o que traiu, mas o irmão do Senhor) em sua carta: “Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo.” (Jd 20). Sendo o Espírito Santo quem dirige sobrenaturalmente a nossa oração quando oramos em línguas, a fé precisa ser exercitada para falá-las, porque não sei qual virá a ser a palavra seguinte. Confio e espero em Deus para que inspire em mais e mais palavras sobrenaturais, e confiar e esperar em Deus em algum aspecto, nos ajudará a confiar e esperar em outros aspectos, isto desenvolve ainda mais a fé.

         7º Motivo: Orarem línguas é um meio de nos proteger da contaminação mental imposta pelo mundo. Falar em línguas é um modo eficaz de nos mantermos “alienados” às conversas ímpias, profanas, grosseiras e maledicentes que acontecem ao nosso redor, além de proteger nosso subconsciente de imagens concupiscentes que casualmente se colocam diante dos nossos olhos. Podemos então, falar em línguas silenciosamente, em particular com Deus. Independentemente de onde estivermos, podemos proceder conforme o apóstolo Paulo orientou: “Mas, se não houver interprete,...fale[em línguas] consigo mesmo e com Deus.” (1ª Co 14:28). Não importa onde você está você pode falar consigo mesmo e com Deus em mistérios, assim, sua mente estará alheia e livre das contaminações do mundo.

         8º Motivo: Falar em línguas submete a nossa língua ao senhorio de Cristo. Quando oramos em línguas estamos sujeitando a nossa língua à vontade do Espírito Santo. Falar em línguas é um passo importante no intuito de entregar totalmente o corpo a Deus, afinal, nenhum homem pode domar sua própria língua. “Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito e poderoso para também refrear todo o seu corpo. Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.” (Tg 3:2,8)

         9º Motivo: As línguas são uma forma incomparável de gozo e regozijo espiritual na comunhão entre dos santos. Observemos Efésios 5:18 e 19: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito Santo, falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração.” Estando cheios do Espírito Santo, podemos numa reunião de oração render ao Senhor cânticos espontâneos nascidos nas profundezas do nosso espírito, até que de maneira natural, nos encontramos louvando a Deus em línguas estranhas. Está é uma experiência de profundo deleite espiritual e geradora de poder e unidade.

10º Motivo: Orar em línguas é uma forma singular de refrigério espiritual. Isaías 28:11 e12 diz: “Pelo que, por lábios estranhos e por outra língua, falará a este povo, ao qual disse: Este é o descanso, daí descanso ao cansado; e este é o refrigério...” De forma que esta profecia é mencionada por Paulo justamente quando escreve aos coríntios sobre o uso das línguas (1ª Co 14:21-22) Tenho observado que realmente a melhor maneira de descansar a alma fadigada pelos infortúnios e tempestades da vida, é orando no Espírito Santo, bendizendo-o em línguas. Esta prática tem um poder terapêutico insubstituível. Nestes dias conturbados de perplexidades, tumultos e inseguranças, precisamos nos livrar de todas as nossas sobrecargas e opressões. Acredito que Jesus se referia também a isto quando convidou os cansados e oprimidos para um alívio singular (Mt 11:28).

11º Motivo: Orando em línguas, damos graças com perfeição. Não há melhor maneira de render louvor e agradecimento a Deus do que através das línguas estranhas. É evidente que ao darmos graças por uma refeição que nos foi oferecida em casa alheia e outras situações, devemos dar graças com o entendimento, para que todos possam dizer o amém. Mas em nossa devoção diária precisamos exercitar com afinco o dar graças no Espírito, pois é o único meio perfeito para isso, como disse Paulo: “Porque realmente tu dás bem as graças...” (1ª Co 14:17).

12º Motivo: Orar em línguas é orar em perfeita harmonia com a vontade de Deus. A maior deficiência de muitas orações é o “eu”, ou seja, o egocentrismo que nos leva à orações egoístas, sempre buscando a mão de Deus e não a sua face. A verdade é que quanto mais eloqüentes e formais forem as nossas orações, ainda assim não sabemos orar como convém (Rm 8:26), por isso, ao orar em línguas, inconscientemente, oferecemos orações realmente agradáveis a Deus.

13º Motivo: A oração em línguas faz a verdade “explodir” dentro de nós. Um dos nomes distintivos do Espírito Santo está intimamente ligado a verdade: “o Espírito da verdade...” (Jo 14:17a). Uma das missões do Espírito Santo é promover a verdade dentro de nós, e existem mentiras tão enraizadas em nossa natureza carnal que nós mesmos acreditamos nelas. A verdade não é uma mera declaração externa, é uma revelação interna. E esta revelação só pode ser dada pela atividade do Espírito Santo em atuando em nós. Não podemos receber a verdade no âmbito natural, mas seremos guiados de forma sobrenatural através da oração que o Espírito Santo cria em nosso espírito. “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade...” (Jo 16:13a). Tenho descoberto que quando oramos no Espírito a verdade “explode” dentro de nós, de forma que manifestamos a verdade em três níveis: (1) Manifestamos toda a verdade para nós mesmos; (2) manifestamos toda a verdade para os outros; e (3) manifestamos a verdade diante de Deus e sobre Deus. Além disso, através da oração no Espírito conhecemos a verdade suprema, JESUS (Jo 14:6).

14º Motivo: A oração em línguas revela e manifesta a nossa vocação no Senhor. A Igreja possui uma vocação missiológica coletiva, mas cada crente em particular também possui uma vocação espiritual pessoal. No âmbito da Igreja não existe um teste vocacional sistemático; a vocação de cada um é outorgada e revelada pelo Espírito Santo. A oração de Paulo pelos crentes da cidade de Colossos era “para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminados os olhos do vosso entendimento...” (Cl 1:17 e 18a) Agora surge a indagação: porque Paulo desejava que os colossenses desfrutassem deste nível de revelação espiritual? A resposta está na seqüência do texto: “...para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos.” (v. 18b). Note duas coisas aqui: (1) Devemos saber qual a esperança de nossa vocação e (2) Saber quais as riquezas da glória da sua herança nos santos.
Em primeiro lugar a esperança da nossa vocação é a eternidade e o céu, mas em um plano temporal refere-se à nossa missão específica aqui na terra.
Em segundo lugar, as riquezas da glória desta herança espiritual referem-se ao nosso honroso papel no corpo de Cristo (nos santos). E isto somente pode ser manifesto no homem interior (Ef 3:16 - ler). O que Paulo estava realmente desejando é que o mistério mais profundo, que fora ocultado de todos os patriarcas e profetas, fosse revelado a cada um de nós. Mas que mistério é este? “o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecerquais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória.” (Cl 1:26-27). Sabemos que a unção que estava sobre Jesus enquanto homem, era sem medida (Jo3:34), assim, Jesus possuía em si todos os dons, ministérios e operações do Espírito Santo. Nós, como membros do corpo de Cristo não possuímos essa vocação total deste corpo místico de Cristo (1ª Co 12:12-30), por isso, precisamos descobrir em que dom, ministério e operação encontraremos a plenitude de nossa vocação entre os santos. Cada uma das facetas ministeriais de Jesus atua em cada um de nós de maneira distinta, precisamos descobrir qual dos muitos ministérios de Jesus operam em nós:
AS OPERAÇÕES (Rm 12:8-10, 28) – Dons do Pai, propósito e motivação básica da vida.
(1) Profecia (Mt 16:21)
(2) Ministério (Mt 20:26; Jo 13:13-16)
(3) Ensino (Mt 5-7:29)
(4) Exortação (Mt 23:1-39; Lc 9:41; Jo 3:3)
(5) Liberalidade (Mt 14:3-21; Jo 6:1-15)
(6) Liderança (Mt 28:19; Mc 16:15; Lc 24:49)
(7) Misericórdia (Mt 14:14; Jo 11:38)

OS MINISTÉRIOS (Ef4:11; 1ª Co 12:28) – Dons do Filho, para edificar e equipar o corpo da Igreja.
(1) Apóstolo (Hb 3:1)
(2) Profeta (Lc7:16)
(3) Evangelista (Lc4:18-19)
(4) Pastor (Jo10:11)
(5) Mestre (Jo 3:2; 13:13)
(6) Missionário (Mc 1:38)

OS DONS (1ª Co 12:1-11) – Dons do Espírito Santo, distribuídos pela soberania do Espírito.
(1) Palavra de Sabedoria (Lc20:25; Jo 8:7)
(2) Palavra de Conhecimento (Mt 17:24-25; Mc 2:8; Lc 9:46-47)
(3) Discernimento de espíritos (Mc 9:29)
(4) Profecia (Mt 24:2)
(5) Variedade de Línguas (Mc 16:17) Obs.: Dom pós ascensão.
(6) Interpretação de Línguas (Mt 15:24-28)
(7) Fé (Mc 11:12-24)
(8) Dons de Cura (Mc 1:34; 3:10; 6:55-56)
(9) Operação de Milagres (Lc8:22-25; Jo 11:38-45)

GRAÇAS ESPECIAIS. Restrito às pessoas com um nível diferenciado de dedicação e consagração.
(1) Hospitalidade.(Mt 25:35-40;Hb 13:1-3; 1ª Pe 4:10-11)
(2) Celibato. (Mt 19:10; 1ª Co 7:7-9,27; 1ª Tm 4:3; Ap 14:4)
(3) Martírio. (Mt 20:28; Hb 11:37-38; 1ª Pe 4:12-13; Ap 6:9-11)

Jesus possuía em seu chamado e missão a totalidade destes atributos espirituais e ministeriais, e hoje, Ele habita em nós pelo Espírito e nos cabe descobrir nossa vocação no Senhor.
A oração constante e perseverante em línguas é a chave para encontrarmos e desenvolvermos a plenitude do nosso chamado em Cristo, ou seja, o que Cristo é em nós e o que somos nele.

15º Motivo: A oração em línguas é uma profunda fonte de revelação profética. A presença de Deus é como um profundíssimo abismo de gozo e plena satisfação, que, quanto mais nos aprofundamos, mais desejamos nos aprofundar, o salmistaentendia isso, aliás, este é o verdadeiro significado de: “Um abismo chama outro abismo, ao ruído das catadupas...” (Sl 42:7). Rios, cachoeira e correntezas, são manifestações impetuosas da água, que representam a poderosa operação do Espírito Santo (Is 44:3; Jo7:38-39). Há um texto escrito pelo profeta Isaías (59:19b), cuja tradução em português tem um erro de concordância em relação ao original hebraico. Vou transcrevê-lo duas vezes para que você note a diferença:

...vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele sua bandeira.

         Vejamos agora a maneira correta:

...vindo o inimigo, como uma corrente de águas o Espírito do Senhor arvorará contra ele a sua bandeira.

Percebeu? O que virá como uma corrente de águas não é o inimigo, mas sim o Espírito Santo. A diferença está na vírgula após a frase: “vindo o inimigo,...
O salmista (Sl 42:7) estava declarando que em meio ao som das correntezas do Espírito Santo, o desejo de sua alma por ir mais profundo na revelação de Deus aumentava. Esta é uma das missões do Espírito Santo, nos revelar “...as profundezas de Deus.” (1ª Co 2:10).
Quando oramos em línguas, estamos “vasculhando” o coração de Deus com sua permissão, ainda que não percebamos em que nível de revelação estamos. Na oração em línguas podemos atingir em dado momento, uma dimensão de esclarecimento tão grande, que visões podem surgir em nosso espírito, a respeito de coisas, situações e pessoas. Tenho vivido a experiência de receber revelações proféticas nos mais diversos níveis, enquanto oro em línguas, assim, tenho podido abençoar muitas pessoas com palavras proféticas, algumas muito enigmáticas, outras muito claras. Não posso provar isso, mas gosto de conjeturar que Paulo teve sua experiência no terceiro céu quando orava em línguas, já que orava em línguas mais do que qualquer um em seu tempo (1ª Co 14:18).
A oração em línguas te levará a um nível muito profundo de revelação profética e discernimento espiritual.

16º Motivo: As línguas são um sinal do projeto de Deus para a restauração da unidade. Nos primórdios do pentecostalismo, obviamente houve uma divisão em função da religiosidade que sempre foi característica da índole humana, mas com o tempo passamos a compreender que paradoxalmente oposto à tudo o que possamos imaginar com nossas mentes “teologicamente corretas”, a experiências do falar em línguas vem promovendo uma inesperada unificação eclesiástica. Vamos pensar com a mente de Cristo. No livro de Gênesis temos o relato da única coisa que causa real preocupação em Deus, a UNIDADE para projetos ímpios.

Aí disseram: Agora vamos construir uma cidade que tenha uma torre que chegue até o céu. Assim ficaremos famosos e não seremos espalhados pelo mundo inteiro. Então o Senhor desceu para a cidade e a torre que aquela gente estava construindo. O Senhor disse assim: Essa gente é um povo só, e todos falam uma só língua. Isso que eles estão fazendo é apenas o começo. Logo serão capazes de fazer o que quiserem.
Gênesis 11:4-6 – NTLH

         Isso pode não ser teologicamente razoável, mas seja sensível e note o tom de preocupação do Senhor. Ele viu que o governo humano instituído pela “proclamação de independência” de Adão, não teria mais limites agora que o homem conhecera o poder da UNIDADE. Deus Todo Poderoso chega a dizer: “...Logo eles serão capazes de fazer o que quiserem.” Entendemos que além da fé, outro elemento que abole as limitações humanas é a unidade em direção a uma visão comum.
         Deus, então, reúne-se com a Trindade e a Plenitude da Divindade descem pessoalmente para solucionar o problema da globalização ímpia. “Vamos descer e atrapalhar a língua que eles falam...” (v. 7A). A diversidade idiomática foi a solução de Deus para espalhar os homens, mas o Senhor já tinha um plano para unir os homens outra vez, agora, não para a implantação do poderio humano, mas para a implantação do Reino de Deus entre os homens: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito Santo dava a cada pessoa.” (Atos 2:4 – NTLH).
         É inevitável, o mover do Espírito Santo é um poder irresistível, que tem varrido a terra, muitos ainda resistem, mas a despeito de aceitarem ou não, os céticos devem reconhecer que a plenitude pentecostal está unindo a Igreja neste tempo do fim. A questão é a VISÃO. Assim como Babel possuía uma visão de unidade para estabelecer a Dispensação do Governo Humano, o Pentecostes possui uma visão de unidade para estabelecer a Dispensação do Milênio, que é o pleno Reino de Deus.

17º Motivo: A oração em línguas mortifica a natureza adâmica. Reconhecer e se entregar à Jesus Cristo como Senhor e Salvador pessoal de nossas vidas gera um milagre espiritual chamado “nascer de novo” (Jo 3:1-8), trata-se do nascimento de um novo homem, criado outra vez à imagem de Deus, embora, ainda com a natureza adâmica habitando em seu corpo. Jamais nos veremos livres da natureza caída enquanto vivermos nessa terra. Na verdade, a plenitude da vida espiritual em Cristo só pode ser vivida se passarmos por um processo de três etapas: (1) Mortificar; (2) Despojar e (3) Revestir. (Cl 3:5,8,10,12,14). Ao nascermos de novo nossa velha natureza é mortificada e dá lugar a uma nova natureza (1ª Pe 1:3; 2ª Pe 1:4; 1ª Jo 2:29; 4:7; 5:1,4,18) à imagem de Deus e com o caráter de Jesus (Gl 5:22), mas a natureza adâmica, ainda que morta, está em nós, e só será destruída por ocasião da glorificação (1ª Co 15:52-58). O apóstolo Paulo vivenciou a terrível e constante batalha da mortificação da natureza carnal (Rm 7:7-25). No meu limitado entendimento, existem pelo menos sete maneiras básicas para se mortificar a carne:
(1) Nascendo da Semente da Palavra (1ª Pe 1:23)
(2) Dedicar-se a uma vida de renúncia (Lc14:33)
(3) Aborrecendo o sistema mundial (Tg 4:4; 1ª Jo2:15-17)
(4) Vivendo uma vida de fé (Hc 2:4; Rm 1:17; Gl 3:11; Hb 10:38)
(5) Amando e vivendo pela Palavra (Sl 119:11; Mt 7:24-27; Hb 4:12; Ap 3:8)
(6) Imitando a Jesus Cristo (1ª Jo 2:6; 1ª Co 11:1; Ef 5:1)
(7) Andando no Espírito (Gl 5:16-18)
Preferi deixar o tópico “Andando no Espírito” por último, pois aqui temos informações preciosas para uma vida espiritual profunda e vitoriosa. O andar no Espírito não é um acontecimento específico, é uma experiência gradual também composta por alguns passos práticos:
(1) A comunhão com o Espírito Santo (2ª Co13:13; At 13:2-4; 15:28)
(2) A santificação pelo Espírito Santo (Tt 3:5; 1ª Pe 1:2)
(3) O batismo no Espírito Santo (Mt 3:11; Mc 1:8; Lc 3:16; Jo 1:33; At 1:5)
(4) O falar pelo Espírito Santo (2º Sm 23:2; Mt 10:20; At 4:13)
(5) A oração no Espírito Santo (Ef 6:18; Jd 20; 1ª Co 14:14a)
A constante oração no Espírito complementa todos os demais passos anteriores, e tem o poder de mortificar e conservar morta a natureza caída.

18º Motivo: A oração em línguas vivifica a nova natureza. Não basta morrer o velho Adão em nós sem que se desenvolva Jesus Cristo em nós. Isto é a edificação: “querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” (Ef 4:12-13). As sete palavras sublinhadas representam o ininterrupto processo de vivificação da Nova Natureza:
(1) Aperfeiçoamento. A nova natureza em Cristo Jesus deve ser aperfeiçoada continuamente (2ª Co 7:1; Hb13:21; Mt 5:48).
(2) Ministério. A nova natureza se desenvolve à medida que desenvolvemos a capacidade de servir (Gl 5:13).
(3) Edificação. O desenvolvimento da nova natureza acontece à partir do fundamento para cima (Ef 2:20; 1ª Co 3:11).
(4) Unidade. O entendimento do princípio divino da unidade revela o nível de desenvolvimento da nova natureza (Jo17:21).
(5) . A vida de fé e pela fé cresce à medida que o novo homem cresce.
(6) Conhecimento. O conhecimento possui muitos níveis (Os 6:3a), que são alcançados à medida que o novo homem se relaciona com Cristo.
(7) Completude. Ser espiritualmente completo em Cristo (Ef3:19) deve ser a busca prioritária daquele que nasceu de novo.
O coração e o espírito de uma nova criatura são novos (Ez36:26; 2ª Co 5:17).
Davi exultaria por conhecer os nossos dias, e viver a graciosa experiência do novo nascimento. Em arrependimento avassalador ele clamou a Deus pela dádiva que hoje desfrutamos: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.” (Sl51:10). Mas ele sabia que para essa experiência ser uma realidade em sua vida, ele precisava desesperadamente da permanência do Elemento vital: “Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo.” (v.11).
         Ao orarmos em línguas o Espírito Santo promove o crescimento do novo espírito recriado e renascido, levando-o a uma dimensão de revelação e conhecimento de Deus que não podem ser conquistados nos melhores seminários teológicos. A nova natureza possui um novo idioma oculto no interior do espírito de cada crente (todos), basta calar os clamores da alma e quebrar o silêncio do espírito, que será vivificado dia após dia. Glória a Deus!

2 comentários:

  1. Texto sem contexto é pretexto pra heresias !não foque em algo que é superficial ,o próprio Paulo diz ainda que ele falasse (hiperbole)a língua dos anjos ,sem amor de nada valeria

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  2. Texto sem contexto é pretexto pra heresias !não foque em algo que é superficial ,o próprio Paulo diz ainda que ele falasse (hiperbole)a língua dos anjos ,sem amor de nada valeria

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